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Hino a uma juventude condenada - Wilfred Owen

por beatriz j a, em 11.11.12

 

 

 

 

 

Lembrei-me deste poema de Wilfred Owen depois de ler um artigo do jornal Público sobre o desemprego de mais de 35% dos jovens. Embora não sejam uma geração desperdiçada na guerra, como esta para quem Owen escreveu o poema, é uma geração desperdiçada no desemprego -  com estudos mas sem emprego, acumulam divídas de empréstimos e juros à banca, que não conseguem pagar.

Os bancos estão para os estudantes como os credores estão para nós: cobram juros altos e obrigam a uma recessão que nos impede de conseguir pagá-los.

Tal como o BCE se recusa a ajudar os países e os manda pedir dinheiro aos credores, também o governo se recusa a ajudar os estudantes e manda-os endividarem-se para estudar...

 

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 .

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Anthem for Doomed Youth

 

What passing-bells for these who die as cattle?
      Only the monstrous anger of the guns.
      Only the stuttering rifles' rapid rattle
Can patter out their hasty orisons.
No mockeries now for them; no prayers nor bells,
      Nor any voice of mourning save the choirs,—
The shrill, demented choirs of wailing shells;
      And bugles calling for them from sad shires.

What candles may be held to speed them all?
      Not in the hands of boys, but in their eyes
Shall shine the holy glimmers of good-byes.
      The pallor of girls' brows shall be their pall;
Their flowers the tenderness of patient minds,
And each slow dusk a drawing-down of blinds.
Wilfred Owen (lido pelo próprio)
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....
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Hino a Uma Juventude Condenada
Que sinos dobrarão por aqueles que morrem como gado?
-Só a fúria monstruosa dos canhões.
Só os rifles com um tartamudear matraqueado
Podem silenciar suas rápidas orações.
Sem galhofas agora para eles; nem preces nem sinos;
Nem o lamento das vozes salvo o coro,-
O louco coro agudo dos tiros assassinos;
E em tristes lares clarins os chamam como choro.
Que velas podem elevar as suas almas?
Não nas mãos de garotos, e sim nos olhos seus
Haverá de luzir o sagrado brilho do adeus.
Suas mortalhas serão femininas frontes alvas;
Suas flores, o conforto de uma mente paciente,
E cada anoitecer, cortinas fecham-se lentamente.
Tradução de Gustavo Gouveia


publicado às 13:00


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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