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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
... com Estrategas da Cidadania que expliquem a importância de educar alunos, com Promotores da Saúde e, entre estes, Psicólogos que tratem de vícios, porque é evidente que os professores sofrem de distúrbio do vício do salário ao fim do mês. Apesar do primeiro-ministro já ter dito que os professores devem motivar-se é com os alunos e não com o salário, parece que os professores, à semelhança de outros trabalhadores, uns mais bestiais, outros menos, estão fixados nessa questão de ter que ter todos os meses um salário na conta que dê para viver. O vício é de tal ordem que alguns fazem outros trabalhos para alimentar esse vício de verem dinheiro na conta... isto é uma hecatombe psiquiátrica!
Os partidos políticos até já se afastaram de todo o assunto da educação com medo de contribuir para esse vício infando! Venham os psicólogos às escolas falar a esses contratados! Expliquem-lhes que é muito feio querer ter um salário que dê para viver, só porque outros têm... quer dizer, onde é que já se viu?
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Se bem que nenhuma solução cabal seja possível depois desta incompetência monumental que deixou os alunos sem aulas durante semanas -a caminho de meses- , só vejo uma maneira de resolver isto com alguma justiça: os alunos que estiveram sem aulas são dispensados dos exames e em contrapartida, na época de exames, têm aulas suplementares para que se cumpram os programas, pois sem este cumprimento, não é só este ano que está comprometido, são os outros que se lhe seguem e que dele dependem.
Se forem do 12º ano, candidatam-se ao ensino superior com a média do secundário.
Os professores que derem essas aulas são dispensados do serviço de exames.
Director do agrupamento garante que cumpriu lei e prazos
Cerca de 60 alunos de duas turmas dos 5º e 6º anos da EB 2,3 Bartolomeu Dias, em Sacavém, Loures, ainda não têm professor de Português. Os do 6º ano fazem exame no final do ano e já perderam quase 50 aulas. Uma série de imponderáveis e a burocracia do sistema terão conduzido a esta situação.
...a primeira professora a quem foram atribuídas as turmas entrou de licença de parto em Setembro e não chegou a dar aulas. Tentou contratar um substituto através da bolsa de recrutamento mas "não apareceu qualquer candidato". Por oferta de escola, contratou-se uma docente, em meados de Outubro, que "deu aulas só uma semana e depois optou por aceitar outro horário em Leiria". Já em Novembro, recrutou-se outra professora, que "deu aulas apenas um dia e meteu baixa devido a uma gravidez de risco".
O director diz estar de mãos atadas: "É uma situação que nos preocupa muito mas cumprimos todos os prazos e leis. Gostaria de atribuir estas turmas a professores contratados que tenho na escola com horários incompletos, mas só o poderia fazer com autorização superior e não conheço nenhum caso em que tenha sido autorizado". Outra solução seria atribuir as turmas a docentes do quadro mas a tutela não autoriza horas extras: "Dizem logo para agir de acordo com a lei e lançar o horário a concurso".
Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, põe o dedo na ferida. "O sistema é burocrático e pouco flexível. O cumprimento rigoroso da lei não dá espaço aos directores e os interesses dos alunos não são postos em primeiro lugar", disse ao CM, sublinhando: "As direcções deviam ter mais autonomia para evitar problemas deste género".
O que me chama a atenção são as declarações do representate da Associação de Pais que se queixa dos Diretores terem de cumprir a lei e não poderem ter autonomia para não a cumprir. Que quer isto dizer? Que deveriam poder atribuir as turmas a docentes que já têm o horário completo e obrigá-los a trabalho extra que não lhes compete sabendo que nãpo podem ser pagos pelo trabalho? Poderem os Diretores obrigar os colegas a trabalhar de borla, como escravos...?
Portanto, já se defende, publicamente, o mérito da autonomia para desobedecer à lei, como se a defesa dos interesses dos alunos fosse compatível e desejável com o princípio da desobediência à lei.
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