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Nocturna - Alexandre O'Neill

por beatriz j a, em 13.03.19

 

 

 

 

Se uma gaivota viesse

trazer-me o céu de Lisboa

no desenho que fizesse,

nesse céu onde o olhar

é uma asa que não voa,

esmorece e cai no mar.

 

Que perfeito coração

no meu peito bateria,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde cabia

perfeito o meu coração.

 

Se um português marinheiro,

dos sete mares andarilho,

fosse quem sabe o primeiro

a contar-me o que inventasse,

se um olhar de novo brilho

no meu olhar se enlaçasse.

 

Que perfeito coração

no meu peito bateria,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde cabia

perfeito o meu coração.

 

Se ao dizer adeus à vida

as aves todas do céu,

me dessem na despedida

o teu olhar derradeiro,

esse olhar que era só teu,

amor que foste o primeiro.

 

Que perfeito coração

morreria no meu peito,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde perfeito

bateu o meu coração.

 

Alexandre O'Neill

 

publicado às 22:12


Em modo 'portuguesinha de gema'

por beatriz j a, em 28.03.17

 

 

 Música: Alain Oulman
Letra: Alexandre O'Neill

 

publicado às 20:51


Há palavras que nos beijam

por beatriz j a, em 22.08.11

 

 

 

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transporta
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

 

Alexandre O'Neill

publicado às 21:55


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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