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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Segundo o apresentador, o vídeo foi feito na Croácia em 2013, durante o festival de Zagreb, e o gesto obsceno foi inserido o mês passado pela sua equipa.
O vídeo, depois de manipulado, foi divulgado domingo à noite no programa de debate político de grande audiência na Alemanha, onde participava o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, que disse imediatamente que aquelas imagens eram falsas.
Mais uma tentativa de humilhação. Desta vez pública e em programa de grande audiência - falsas acusações para diminuir. A quem aproveita este bullying? Aos extremistas e radicais de ambos os lados. O ministro das finanças alemão e amigos têm muita responsabilidade nisto porque permitiram e incentivaram um clima de perseguição e diminuição permanente dos gregos para desgastar e desse modo abriram espaço ao surgimento destas pessoas sem escrúpulos; se não soubessem que tudo o que for anti-grego lhes será bem-vindo não teriam o à-vontade que têm para fazer estas coisas.
Como é que os gregos, nestas condições, ainda são capazes de espírito positivo, reuniões, tentativas de consensos e energia suficiente para trabalhar com quem lhes faz estas sabotagens constantes [os aproveitamentos daquela reportagem do Paris Match foram outra tentativa de humilhar o grego, a sua imagem, para perder credibilidade...o que aconteceu, porque as pessoas são estúpidas e têm tendência a identificar-se, por isso mesmo, com os estúpidos], sendo que os que o fazem estão apoiados no Eurogrupo e eles estão sozinhos? Enfim, têm porque tem que ser...
Ser-se vítima de bullying e ainda assim conseguir-se trabalhar e ter um espírito positivo é extremamente difícil. Quem manipula o bullying sabe disso. Este episódio será visto pelos gregos como uma ofensa, não de um indivíduo isolado, mas uma ofensa dos líderes de um povo com o objectivo claro de os prejudicar -o que fez- e precipitar o seu fracasso e saída da UE.
O valor aqui está todo do lado destes líderes gregos. Fazer isto nas vésperas do encontro do Tsipras -nesta quinta-feira- com a Merkel, o Hollande, o Draghi e o Juncker, em Bruxelas... entravam na reunião já diminuídos... bullying...
Os alemães não os devem suportar... habituados a lidar com fogo-fátuo... e vassalos de serviço...
Tudo que têm feito na maneira como lidam com os gregos e perpetuam um esquema de funcionamento anti-democrático na UE é desastroso e se no curto prazo parece ter vantagens para os alemães que se mantêm no poder e fazem, cada vez mais, o que querem, no médio e longo prazo é desastroso para nós todos. Mais uma grande oportunidade perdida.
De cada vez que abrem a boca põem mais um país em dificuldades...
A chefe do Comité Central que há dois anos desune a Europa apela à união. LOL Entretanto a 'nossa troika' anda por aqui. Sim porque parece que voltámos ao Sacrossanto Império Romano: Roma manda e as províncias obedecem... um a um os líderes dos países são substituídos por burocratas de Bruxelas a mando do governo alemão com o BCE. Cada país é agora uma província com a sua 'troika'.
Em cada país os burocratas das 'troikas' aconselham o líder que mais lhes agrada para cumprir as ordens do Comité Central quanto aos planos quinquenais das dívidas, enquanto os mercados sobem os juros.
Como se isso não fosse já mau, cá por terras de Portugal os banqueiros enfiaram esse carapuço e foram fazer queixinhas dos líderes do seu país à 'troika' para esta reportar ao Comité Central, tipo putos a apelarem à proteção do papá, neste caso, da mamã... que cena...
A decisão do primeiro-ministro grego foi anunciada ontem, não havendo no entanto ainda uma data para a consulta popular. Mas o líder do partido que faz coligação com Angela Merkel já veio dizer que ficou irritado com a noticia que, segundo ele, dá a entender que a Grécia quer recuar no entendimento conseguido em Bruxelas.
Segundo a Sic Notícia, o governo alemão mostrou-se hoje surpreendido com a decisão do primeiro-ministro grego, George Papandreou, de referendar as medidas da União Europeia para reduzir a dívida helénica, dizendo esperar "informações oficiais" de Atenas para tomar posição.
Os alemães deviam ser os primeiros a perceber que não se pode pôr um país de joelhos e obrigá-los a trabalhar em condições humilhantes sabendo que vão empobrecer-se, não para pagar as dívidas mas apenas para pagar juros a bancos e firmas. Foi esta a situação da Alemanha a seguir à Primeira Grande Guerra, como toda a gente sabe e que teve o desfecho que teve.
Os gregos devem dinheiro, é verdade, como nós devemos também, mas o plano para permitir que os países paguem as suas dívidas tem que incluí-los, a eles e à sua dignidade.
Acho bem que o primeiro ministro grego queira vincular o povo às políticas pois de outro modo andam sempre em manifestações e greves e não resolvem nada: nem pagam a dívida nem aproveitam o dinheiro das ajudas.
Também percebo muito bem o povo: tal como cá, está a pagar a corrupção e incompetência dos políticos. Mais, vê o dinheiro das ajudas ser sorvido pelos bancos e por firmas de advogados e outros ligados ao poder político. Tal como cá. Uns perdem todos os seus direitos para que outros não sejam incomodados na sua longa carreira de desvios de fundos, tráficos de influência e roubos.
A influência dos líderes, como se sabe, tanto pode ser positiva como negativa. O que geralmente não se considera é a permanência, no tempo, dessa influência.
Os alemães estão a dias de comemorar os 2000 anos de existência da nação alemã.
No ano 9 A.D., em Setembro, o chefe tribal alemão Hermann derrotou os romanos e libertou a Baixa Saxónia e a Renânia do poder do Império Romano, marcando o início da nação alemã. Hermann é representado como um homem alto, louro e atlético.
A Alemanha prepara-se para estas comemorações com alguma cautela e sem grande alarido, porque, como é sabido, em tempos recentes um líder - Hitler - associou de forma negativa e vergonhosa a história da Alemanha e da raça alemã ao nacional-socialismo, de tal modo que hoje em dia, há sempre receio de que a comemoração da 'raça' alemã seja mal interpretada por muitos, dentro e fora da Alemanha, como um renascimento dos sentimentos nazis.
É assim que se vê claramente como um líder pode influenciar tão negativamente um povo e uma nação, ao ponto de ela se ver constrangida na comemoração daquilo que, em outra qualquer nação seria motivo de enorme júbilo e festa.
Em Portugal tivemos uns líderes, há muito tempo atrás, que influenciaram a nossa nação de forma positiva: a chamada Inclíta Geração. Ainda hoje a recordação dessa época e desses reis fazem nascer sentimentos positivos de orgulho nos portugueses.
Neste ponto em que nos encontramos, precisávamos de líderes desse calibre, doutra Inclíta Geração - mas não há nada do género à vista, muito antes pelo contrário.
A mim, quer-me parecer que, nesses casos em que os líderes não são aquilo que queríamos, também não lhes podemos dar demasiado poder, não vá a tentação e o mau uso do poder torná-los numa influência negativa que comprometa o futuro.
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