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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Eu sou particularmente sensível ao argumento das carreiras congeladas, ordenados e subsídios cortados, colegas a avaliarem colegas, seus pares...
Num momento em que a avaliação do desempenho dos professores já devia estar a decorrer, o Conselho das Escolas (CA) aprovou, na última sexta-feira, um documento em que reclama a imediata suspensão da aplicação do novo modelo e a adopção de um regime simplificado, neste ano lectivo.
Em causa estão dúvidas e problemas levantados pelo novo modelo que, segundo os directores de escolas que constituem aquele órgão, continuam sem resposta do Ministério da Educação e Ciência (MEC).
Entre outras alterações — como o alargamento dos ciclos de avaliação para quatro anos, coincidindo com os escalões da carreira —, o modelo definido pelo actual ministério prevê que a avaliação da componente pedagógica e científica (através da observação de aulas) seja feita por docentes de outras escolas, que integram uma bolsa de avaliadores externos.
Ao que o PÚBLICO apurou, entre os vários argumentos do CA para a suspensão da avaliação está precisamente o facto de, ao contrário do que era previsto, não ter ainda sido realizada a formação dos avaliadores externos. Com uma agravante: a existência de diferentes interpretações, por parte dos responsáveis pelos diversos Centros de Formação de Associações de Escolas (CFAE), sobre quem pode ou não integrar as bolsas.
Aos atrasos no processo juntam-se, na perspectiva do CA, as dificuldades decorrentes das novas agregações de estabelecimentos de ensino, que deverão ser formalizadas em Janeiro, com a substituição dos directores das escolas agregadas por uma única Comissão Administrativa Provisória do agrupamento.
Quando tal acontecer, como funcionarão e que legitimidade terão as secções de avaliação do desempenho docente de cada escola, que entretanto terão se ser constituídas por membros dos órgãos das escolas individualmente consideradas? Esta é uma das questões sem reposta e considerada importante pelos directores, já que é àquelas secções que, nos termos da lei, cabe calendarizar, conduzir e acompanhar todo o processo de avaliação de desempenho dos professores.
O CA alegou também, junto do MEC, que o congelamento da progressão na carreira impede que decorram prejuízos da suspensão da aplicação da nova legislação. Para solucionar o impasse, sugerem que se aplique o regime transitório que a lei estabeleceu para o ano lectivo 2011/2012.
Contactado pelo PÚBLICO, o presidente do CA, Manuel Esperança, considerou “importantíssimo” que o MEC venha a acolher a ideia. “A confusão e as dúvidas são imensas e a progressão na carreira está congeladas, pelo que avançar com este processo só provoca ainda mais perturbação nas escolas, sem que daí resulte qualquer proveito”, afirmou.
No último ano, os docentes em regime de contrato a termo foram avaliados através de um procedimento simplificado adoptado pelo agrupamento ou escola onde exerciam funções.
O Governo aprovou ontem em Conselho de Ministros os diplomas de um novo e mais simples modelo de avaliação de professores, bem como a sua adaptação ao estatuto da carreira docente.
Os ciclos de avaliação passam a ter quatro anos, coincidindo com os escalões da carreira (a excepção é o 5º escalão, que tem apenas dois anos); as quotas para aceder às classificações mais elevadas mantêm-se;
O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, afirmou ontem que com ciclos de avaliação maiores haverá "maior tranquilidade" na vida das escolas.
Quer dizer, dantes havia oito escalões e cada ciclo de avaliação com progressão durava três anos (com uma ou outra exceção) o que significa que toda a gente, desde que tivesse boa avaliação e trabalhasse os anos necessários, poderia chegar ao topo da carreira; agora há dez escalões e cada ciclo dura quatro anos o que significa que mesmo que não houvesse quotas e mesmo que se tivesse sempre boa avaliação e se cumprisse todos os anos, ninguém ou quase ninguém poderá chegar ao topo da carreira por impossibilidade cronológica. E, face a esta evidência, o que diz o ministro? Que o mérito dos ciclos de quatro anos é o de levar tranquilidade às escolas... isto eu chamo gozar com a nossa cara...
Em que é que este modelo é diferente do anterior, que ainda não percebi? Acabaram as quotas? Já não somos avaliados pelos colegas? Acabou-se a cenas das evidências?
Gostava que alguém me explicasse porque ainda não percebi.
Estamos no início dum ano de muito trabalho que vai ser difícil e a minha relatora já por duas vezes me veio falar de evidências e que se calhar é preciso mais evidências. Eu já lhe disse que não vou mexer no relatório que fiz. As actividade com objectivos, custos, avaliações, etc. foram entregues atempadamente, constam de dossiers, foram aprovadas pelo Pedagógico e pelo Director. Se quiser ir vê-las vá consultar os arquivos e dossiers... ainda damos cabo duma amizade de muitos anos por causa duma merda que não interessa nem ao menino Jesus...
Parece que já toda a gente é avaliada.
Uma coisa a que vi referência e não sei o que é, é uma tal 'extensão do projecto docente...?' Não sei que é isto.
Era bom que mexessem nos Coordenadores serem nomeados em vez de eleitos. Isso e um limite de mandatos das pessoas da Direcção. É uma vergonha o que se passa. Estão as escolas pejadas de Albertos Joões Jardins e Nogueiras nas Direcções e Coordenações... uma vergonha que muito prejudica o trabalho e a autonomia dos professores.
...da ADD que baralha e volta a dar tudo no mesmo ponha o braço no ar.
Eu não sou defensora de aulas assistidas a não ser numa avaliação formativa -um olhar exterior dizer-nos os nossos pontos fortes e fracos, que às vezes não nos apercebemos- ou numa avaliação da Direcção (entendo uma aula como um acto público embora enquadrado numa dinâmica relacional muito própria e nessa medida a porta da sala de aula está sempre aberta e o Director pode entrar e assistir) mas acho que andar a incomodar as pessoas com assistências para dar-lhes notas e ainda por cima por parte de colegas, que às vezes têm as mesmas turmas...não serve para nada a não ser perturbação.
Essas coisas fazem-se nos estágios e no período probatório. Depois disso deviam fazer-se com carácter formativo.
Agora, daí até se defender que haja pessoas dispensadas de qualquer avaliação, quer dizer, isentos de prestar contas do que andam a fazer...se quiserem até não fazem rigorosamente nada... não vejo que isto seja defensável.
O Ramiro Marques, do Profblog, que durante anos criticou com veemência um sistema onde professores são destacados dos seus colegas com privilégios injustificados e onde colegas avaliam colegas dando origem a autênticos cancros intestinais, vem agora dizer, com satisfação, que é o autor desta malfadada proposta, que consagra esses valores e fixa um regime sem nenhuma transparência democrática numa estrutura onde todos são nomeados pelo chefe, num autêntico feudo de vassalagens...
Alega, ao que li, que esta é a melhor solução para o momento. Pois o problema é esse mesmo: todas as soluções ensaiadas, de há anos para cá, são sempre para 'o momento', no máximo, a legislatura. A educação não se planeia, creio, para uma legislatura, mas sim para um futuro de médio e longo prazo. Instituir castas entre profissionais que fazem exactamente o mesmo trabalho, lado a lado, é um péssimo início seja do que for, porque não tem nenhum objectivo pedagógico ou de eficiência: o objectivo é dividir para calar uma classe.
De facto, a classe já não protesta, mas isso não é um bom sinal. É sinal de apatia e impotência, de desmotivação e desistência. Ninguém faz um bom trabalho de espinha quebrada. Se era isso o que se queria, então, parabéns, pois é isso o que terá..
Então neste modelo de avaliação alguns colegas ficam totalmente dispensados de qualquer avaliação, para poderem fazer o que lhes dá na real gana impunemente e, como prenda, recebem poderes descricionários sobre os colegas: são os titulares que voltam com outro nome... sim senhor, grande ministro...mais outro admirador da Lurdes Rodrigues.
Antes o ensino público tinha grandes virtudes e muitos vícios. Depois a Lurdes Rodrigues destruiu-lhe as virtudes e enalteceu-lhe os vícios. De lá para cá, nenhum ministro restaurou uma virtude que fosse: limitam-se a gerir os vícios em seu benefício. Porque é que este seria diferente? Porque ele e o chefe dele muito falaram contra os vícios e prometeram virtudes. Eu, na minha grande ingenuidade, acreditei que falavam com verdade...
Parece aligeirada relativamente ao modelo anterior. Acho que é menos polémica embora a cena do Director e seus acólitos nomeados continuarem a pôr e dispôr da vida dos professores colegas como entendem continue na mesma...
Como eu penso que um sistema de avaliação deve ser um instrumento de melhoria de práticas e de cooperação entre pares e como isto passa completamente ao lado dessa ambição acho que quanto menos incomodar o nosso trabalho melhor.
Pessoalmente estou farta deste assunto da ADD. Cada 'novo' modelo é uma espécie de 'baralha e volta a dar para ver se o trunfo sai melhor e estamos ao corte a algum naipe'.
Na TVi.
Falou muito do que os professores querem... a mim nunca ninguém me perguntou nada. Depois é ofensivo ao dizer que sem quotas todos os professores seriam excelentes -mente ao dizer que as quotas têm que ver com o mérito quando não têm, nem nunca terão; têm a ver com poupar dinheiro-, e ao deixar dizer que se os professores pudessem davam 20 valores a todos os alunos. Depois diz que as coisas do novo modelo de ADD já foram bem recebidos pelos professores... ah foram...?
O Marcelo pergunta se o aumento da carga horária de Matemática e Português vai custar muito, mas a ninguém passa pela cabeça perguntar se é benéfico, para os alunos, este desequilíbrio entre disciplinas, onde têm quarenta e cinco minutos minutos numa disciplina e seis horas noutra, por exemplo.
Npo geral o Marcelo estava subserviente, o que não admira. Quem não se lembra dele a fazer o elogio da enorme competência da Lurdes Rodrigues e do Sócrates?
Que desilusão. Que enorme desilusão! A mesma coisa que os anteriores. Não vejo diferenças para melhor, só tudo igual. Depois diz que 'a escola fez-se para aprender'... mas não se lembra que para uns aprenderem outros têm que poder ensinar e que o ensino precisa de um ambiente de riqueza académica e não de guerra.
Estou farta deste assunto da ADD e destes ministros, todos com uma grande falta de bases culturais, de visão histórica e sistémica que se repetem uns aos outros.
Não estou para me chatear mais com isto nas férias.
Vejo que a questão das quotas e dos travões em certos escalões não parece ter sido abordada.
De resto, ainda é vago para sabermos se tem mérito: por exemplo, sermos avaliados por colegas de grupo, acho mal. Isso é o que temos agora, com todas as confusões e conflitos que cria. Depois, ter uma aula observada por alguém, mesmo sendo exterior à escola, não serve para nada a não ser gastar tempo. Não promove nenhuma melhoria e não lhe vejo mérito.
No geral muita coisa vai depender de como for operacionalizado. Parece-me tudo muito vago e pouco diferente do que há agora. Mas enfim, isso acontece porque tenho uma ideia clara do que devia ser a avaliação de modo a promover a modificação e melhoria de práticas e a evitar os vícios e acho que isto assim não muda nada.
Retirar aos professores a responsabilidade de avaliar os colegas é outra "virtude" do privado cobiçada no ensino público. "Este é também o caminho que a rede pública deve seguir", defende o sindicalista Carlos Chagas. Atribuir notas aos colegas com graduação superior foi aliás um dos grandes motivos que levou boa parte da classe a contestar o actual modelo. Ao delegar essa tarefa a uma comissão composta por docentes do mesmo departamento curricular e ainda pelo director parece ser um mal menor que sindicatos e associações estão dispostos a aceitar. "O que não podemos ter é por exemplo como aconteceu com o meu caso. Sou professor de História e fui avaliado por uma colega de Filosofia.
Quem é que põe as coisas nestes termos de 'invejas' e 'cobiças'...? E depois, diz-se que é uma virtude os colegas não avaliarem colegas, concluindo que é um mal menor colegas do mesmo departamento avaliarem colegas!!?? Eu devo ser muito parva porque não vejo a diferença entre colegas avaliarem colegas e colegas do mesmo departamento avaliarem colegas...e, se isto é um trunfo, deve ser dum jogo perverso que eu preferia que não se jogasse.
Quer dizer, a ser verdade o que aqui é dito, tudo ficará na mesma com colegas a avaliarem colegas mas, ainda piorará um pouco, porque agora cada escola pode definir ao sabor dos seus interesses como quer avaliar os colegas! Isto das escolas definirem a sua avaliação é uma medida positiva se essa autonomia for acompanhada de estruturas democráticas: coordenadores eleitos e representativos e não nomeados. Enquanto a estrutura é como é, quanto mais poder local têm os detentores de cargos ad eternum, pior um pouco...é passar de pugatório a inferno. É continuar tudo como está mas dando ainda mais poder aos que agora já abusam dele.
Na legislatura anterior, PSD e CDS-PP defenderam o fim do modelo de avaliação instituído pelo Governo PS, mas nesta altura «é avisado deixar este ciclo terminar», disse à Agência Lusa o deputado Michael Seufert, do CDS-PP.
«Estamos numa posição diferente do início do segundo semestre. O processo de avaliação está no fim e o Governo já indicou que vai apresentar uma proposta de novo sistema de avaliação em Setembro», argumentou.
Michael Seufert referiu que muitos professores «fizeram esforço e tiveram trabalho para ter boas classificações e seria injusto para eles».
É avisado deixá-lo terminar? Desde quando é avisado levar as injustiças até ao fim? A injustiça torna-se justa pela passagem do tempo? Ou, antes pelo contrário, ainda abrange mais pessoas?
O argumento que um tal Seufert utiliza é ignóbil, porque esses que pediram classificações de excelente são os que fizeram a bandidagem de trair os colegas, aproveitando-se da contestação deles para subir na carreira às suas custas.
Quanto à honradez, honestidade e palavra deste governo e do ministro, se mantêm esta ADD, estamos conversados. E que não se diga que o ministro nunca disse, preto no branco que ia suspender esta ADD porque isso são 'tecnicalidades': ele aceitou ser ministro de um governo que defendeu e levou à Assembleia essa suspensão e sabia muito bem que era o que as pessoas esperavam.
É normal esperarmos que as pessoas cumpram as suas promessas. O que não é normal é sermos defraudados constantemente.
Pôr uma câmara de filmar em cada sala. Acabava-se com a polémica das aulas observadas. Qualquer aula poderia ser observada. É a melhor maneira de observar sem interferir directamente. E tem outras virtudes tanto no que respeita a professores como a alunos.
E os líderes da coligação uns falsos! Nunca mais levam o meu voto: nem aquele em quem votei nem o outro com quem está coligado. Para aldrabices, falsidades, mentiras e malfeitorias já bastou o outro que foi viver para Paris, ao que tudo indica, à nossa conta.
Mas é triste, que a alta política neste país tenha sido tomada por pessoas sem palavra.
Se não cumprem a palavra nisto, com que confiança podemos esperar que cumpram noutras coisas? Quando vierem com aquelas frases do género, 'o governo garante que...' ou 'o governo compromete-se a...', que valor lhes poderemos dar? Valor zero. O capital de esperança no futuro a diminuir, pois que futuro se pode construir sobre falsidades...?
Mais uma desilusão, mais uma oportunidade perdida. O ministro da Educação faz o que as outras antes começaram.
Parece que os sindicatos estão satisfeitos. Como já deixaram de ser professores há muito tempo, o que lhes agrada a eles não me diz respeito. O que vejo é que os professores estão, mais uma vez, ausentes de todo o processo.
Pelo que li nos comentários de um post o ministro e mais uns Directores e uns professores andam a cozinhar uma ADD...que todos iremos comer, entenda-se...
Já me acalmei (até sou capaz de ir apagar o posto não filosófico...quem sabe...)
Enfim, como não sou criada dos colegas para andar a recolher papéis do que fiz nestes dois anos e já consta em Dossiers, grelhas e relatórios indiquei o sítio onde podem consultá-los, se quiserem. Se não quiserem não consultem. Tenho que incluir uma planificação e testes como se fosse aluna estagiária dos meus colegas... de modo que isso vai em anexo. De resto, vai uma cópia do Centro de Formação das acções de QIM onde não tive vaga e uma cópia do PAA onde estão as actividades com os prazos, custos e avaliações já descritas com objectivos. Mais nada. Cinco páginas em letra 12 (é obrigatório). Está feito. Amanhã ou segunda entrego.
Às vezes, quando os aminais se atocam deita-se fumo à entrada da toca para os obrigar a sair e a mostrarem-se, para ficarmos a saber o que são.
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