Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Deixo aqui o link do blog na nova plataforma, para quem quiser seguir.
Esta decisão de sair do Sapo custa-me. São mais de 10 anos da minha vida a escrever, praticamente todos os dias, aqui na plataforma.
Acontece que já há vários dias que a plataforma do Sapo bloqueia uma funcionalidade (o stacounter) que tenho aqui no blog há muitos anos e não me deixa reinstalá-la. Primeiro recebi uma mensagem a dizer que não tenho permissão para fazer essa acção (no meu próprio blog), depois que foi desactivada ter conteúdo malicioso, o que não é verdade pois tenho-a aqui no blog a funcionar há muitos anos sem problema algum.
Não gostam dessa funcionalidade. Têm uma própria que querem que usemos. Dizem que esses sites põem janelas de publicidade indesejada no blog. Em oito anos tal coisa nunca me aconteceu. Mas tudo bem, não gostam, não a usem. Agora, não entendo que não me permitam a mim usá-la. Afinal, se aparecessem janelas de publicidade no meu blog, o problema era meu...
Incomoda-me, no sentido do prejuízo emocional, a ideia de não poder ser livre a gerir aquilo que é da minha autoria. Não me parece uma exigência absurda e, mais importante ainda: hoje bloqueiam-me um código e amanhã do que é que não gostam e bloqueiam?
Enfim, depois disto, já não me sinto aqui bem-vinda e, portanto, também não me sinto à vontade.
Ora, eu não tenho o blog para me chatear que para isso já basta a vida.
Não sei o que fazem as outras pessoas quando não se sentem bem-vindas mas eu cá afasto-me. Não quero ser uma imposição mas quero manter a liberdade de ter o blog como me apetece, portanto achei que devia ir para outro lado.
Se não me custa? Claro que me custa... são mais de 10 anos aqui, no Sapo, a escrever, praticamente todos os dias. Foram 21.815 posts, 11.678 comentários. Não é pouca coisa. Foram muitos anos bons em que me diverti a escrever aqui.
Bem sei que o que escrevo e como o escrevo não agrada a muita gente mas isso não me incomoda porque acho normal as pessoas divergirem nas opiniões e discutirem as ideias e ademais estou muito habituada a ser criticada porque desde que me lembro de mim que marcho ao contrário dos pelotões. E penso que não devia incomodar ninguém. O que me incomoda é não poder ter o blog como quero. De modo que achei que estava na hora de ir e estive ontem a reconstruir o blog noutra plataforma.
Vou deixar esta blog aberto, evidentemente. Tenho aqui 10 anos de textos, imagens e vídeos. E se a maioria das imagens e vídeos que partilhei aqui não são da minha autoria, os textos são.
Hei-de vir aqui regularmente ver se tenho comentários e responder-lhes. Tenho alguns posts que têm sempre visitas, alguns escritos há muitos anos, como, ‘Tons de Azul’, ‘Sabia que pode doar o cabelo ao IPO?’ e ‘Filósofos e pensadores sobre a educação’, os 3 posts que mais visitas têm no blog. De modo que hei-de cá vir responder e também tirar textos meus que aqui escrevi ao longo destes, tantos, anos.
No meio de tanto que escrevi há textos que não têm grande interesse ou até nenhum interesse, a não ser para mim porque me destressam (o que é um dos grandes objectivos do blog), no entanto, acho que também tenho aqui muitos textos bem escritos e não mal pensados.
Um blog é uma espécie de conversa no Ágora à maneira dos gregos antigos: por um lado é uma plataforma onde podemos exercer os nossos direitos de cidadania e ser uma voz crítica dos assuntos da res publica que a todos nós interessam. Por outro, não sendo um blog especialista em um assunto particular, é um lugar de partilha: do que aconteceu no dia, de assuntos de educação porque sou professora e me tocam mais, do que li e acho que pode interessar a outros, dos filmes que vejo, de temas que acho tem interesse partilhar, como a música, a arte etc. e também do que me apraz dizer acerca deles, para quem quiser ler, discutir, criticar.
É claro que muita gente não gosta do que escrevo e como o escrevo, mas esses são livres de não me ler ou de contrariar o que digo. Isso para mim é tudo normal. O que não é normal é não poder fazer com o meu blog o que entendo.
Agradeço à equipa do Sapo os anos de apoio ao blog, agradeço a todos os que vieram aqui visitar, comentar, criticar, partilhar ideias e apoiar. O blog na outra plataforma está igual, só lhe mudei o nome. Agora chama-se IP azul.
Aos que querem continuar a ler-me, podem fazê-lo aqui neste link: https://ipbeatrizja.blogspot.com ; aos outros, espero que fiquem bem.
beatrizja
Faz hoje dez anos que morreu um amigo. Teve uma linha muito curta, se pensarmos nos poucos anos que viveu mas, intensa, como ele próprio era. Quando penso na maneira abrupta e tão precoce como partiu lembro-me deste poema de Linda Ellis, 'The Dash Poem':
He noted he first came to her date of birth
And spoke the following date with tears,
But he said what mattered most of all
Was the dash between those years.
For that dash represents all the time
That she spent alive on this earth…
And now only those who loved her
Know what that little line is worth.
For it matters not, how much we own:
The cars…the house…the cash,
What matters is how we live and love
And how we spend our dash.
So think about this long and hard….
Are there things you’d like to change?
For you never know how much time is left
That can still be rearranged.
If we could just slow down enough
To consider whats true and real,
And always try to understand
The way other people feel.
And be less quick to anger
And show appreciation more
And love the people in our lives
Like we’ve never loved before.
If we treat each other with respect,
And more often wear a smile….
Remembering that this special dash
Might only last a little while.
So when your eulogy’s being read
With your life’s actions to rehash
Would you be proud of the things they say
About how you spent your dash?
Hoje vou passar o dia inteiro no hospital. Daqui a menos de duas horas começo o período de jejum total por causa do que vou fazer e depois, lá para o fim da tarde tenho dose de tratamento. O que vale é que depois disto tudo vou jantar com o filho, com irmãos (porque um faz anos) e sobrinhos.
Daqui até lá vou pensar azul. Outono de folhas molhadas, em azul, azul...
Ernst Haas - Blue and Gold
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.