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Gwilym David Blunt
Raisons politiques, 2018/1 (nº69), p.83-99
 
Gwilym Blunt argumenta que, se partimos do princípio que os escravos fugitivos não fizeram nada de mal em fugir do cativeiro, então temos que ter a mesma atitude para com os imigrantes ilegais que fogem da violação dos direitos humanos pelo sistema internacional cosmopolita que regula de modo injusto a distribuição da riqueza, privilegiando os países do Norte em detrimento dos do Sul. A pobreza global imposta, apesar de evitável, é entendida como uma violação dos direitos humanos, de modo que a resistência é justificável. Se entendemos a fuga dos escravos temos que entender a fuga a uma experiência de extrema pobreza imposta, que é uma outra forma de dominação.
 
 
A história desta indiana, não sendo uma história de imigração ilegal, é uma história de fuga de um país, a Índia, onde as mulheres são vistas como seres humanos inferiores e, por isso, objecto de violações sistemáticas e inescapáveis de direitos humanos, que é uma outra forma de dominação. 

Why an Indian girl chose to become an American woman

I grew up accepting that I would have to adjust my lifestyle around men, their advances, their violence. It happened every day in India. Women were brutally raped, assaulted and killed on a daily basis, sometimes in cities, many times in remote, isolated villages and towns. Those incidents, we would never find out about.

I could never again live in a country where, to some, to many, I was less than a human.

 

publicado às 13:00


Tempos sombrios

por beatriz j a, em 19.03.18

 

 

Hindus querem ser uma super-raça de descendência pura para legitimar a superioridade da sua cultura e religião. Onde é que já vimos isto...? 

 

Nacionalistas hindus criaram comissão para reescrever a história

Governo do Presidente Narendra Modi quer usar a ciência para tentar demonstrar que a população hindu actual descende dos primeiros habitantes do território - ainda que as provas digam o contrário.

 

publicado às 06:12

 

 

Lord Hastings fez uma expedição, de Calcutá ao Punjab e volta, há cerca de 200 anos. Sita Ram documentou-a com aguarelas dos locais, templo, palácios e costumes da Índia do século XIX.

De vez em quando lembro-me de ir ao livro ver em que ponto da viagem estava Lord Hastings nesse dia. O marquês Hastings foi Governador Geral de Bengala entre 1813 e 1823.

 

No dia 14 de Janeiro estava em Hansi, no Punjab, relativmente perto de Nova Deli e é esta a entrada no diário de viagem:

 

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 daqui:

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publicado às 19:55

 

Climate change to cause humid heatwaves that will kill even healthy people

The new analysis assesses the impact of climate change on the deadly combination of heat and humidity, measured as the “wet bulb” temperature (WBT). Once this reaches 35C, the human body cannot cool itself by sweating and even fit people sitting in the shade will die within six hours.

The revelations show the most severe impacts of global warming may strike those nations, such as India, whose carbon emissions are still rising as they lift millions of people out of poverty.

(...)

The limit of survivability, at 35C WBT, was almost reached in Bandar Mahshahr in Iran in July 2015, where 46C heat combined with 50% humidity. “This suggests the threshold may be breached sooner than projected,” said the researchers.

 

publicado às 08:30


Livros - The Other Side of Silence

por beatriz j a, em 18.03.17

 

 

IMG_0624.jpg

 daqui:

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publicado às 10:38


Séries - Indian Summers

por beatriz j a, em 10.11.16

 

 

Ando a ver esta série do ano passado. É passada num Verão dos anos 30, no sopé dos Himalaias (para onde os ingleses iam nessa altura do ano com intenção de escapar à canícula), na Índia, em plena época dos conflitos com Gandhi e com o Partido do Congresso Nacional Indiano. A série aborda todos os temas do costume: o racismo, o imperialismo, os preconceitos, etc. O que mais impressiona são duas coisas: a primeira é percebermos que um sub-continente inteiro de centenas de milhões era governado por uns pouco milhares de funcionários públicos britânicos; a segunda coisa que impressiona é o modo como esses funcionários públicos -muitos deles pessoas pequeninas que no seu país, em tempos normais, seriam ninguém no espaço público-, se comportam devido ao poder que têm sobre um povo subjugado: fazem-se servir como reis num feudo com seus servos.

Paisagens lindas. Confesso que o que me atraiu na série foi a atmosfera exótica e mágica da Índia. As paisagens lânguidas. Não desiludem.

 

 

 

 

publicado às 20:55


Magical Índia

por beatriz j a, em 06.11.16

 

 

 Índia by Sita Ram who accompanied Lord Hastings on his voyage up the Ganga in 1814.

 

 

Tags:

publicado às 21:15


Acordar no planeta Terra - Índia

por beatriz j a, em 28.07.15

 

 

 

... é isto:

 

mas também é isto...

 rio Ganges

 

 

publicado às 06:43


Professores por aí

por beatriz j a, em 12.12.13

 

 

 

Índia

 

publicado às 17:45


Pequenas invejas

por beatriz j a, em 18.05.13

 

 

 

 

 

Recebi uma mensagem dum amigo... da Índia! Tinha acabado de sair do Taj Mahal... 45 graus de calor, uma cerveja fresca e uma viagem mítica... ... também quero...

 

 

 

mythologyofblue:Jules Gervais Courtellemont, View of the Palace of Maharaja’s pond from the Island of the Sultans in Udaipur, India, 1923 (via natgeofound)

Jules Gervais Courtellemont, View of the Palace of Maharaja’s pond from the Island of the Sultans in Udaipur, India, 1923

 

publicado às 18:11


documentários em saldo

por beatriz j a, em 31.08.10

 

 

 

 

 

Com os documentários em saldo na Amazon inglesa, fui às compras, pela net, claro. Fiz uma pesquisa pelos documentários e escolhi meia dúzia. Uns escolhi pelo fascínio em relação a determinados sítios, ou 'coisas', como o documentário da Joanna Lumley que percorre o Nilo desde a foz à nascente visitando países e culturas que viveram do rio e existem por causa dele - a visão da Etiópia foi uma surpresa completa! E a nascente do rio, também. Quando pensamos na força do rio, nos grandes lagos e cataratas, nas civilizações a que deu vida...e tudo a partir dum fio de água num chão lamacento.

Comprei outros sobre países, culturas ou momentos históricos em relação aos quais tenho curiosidade mas que conheço mal, quer dizer, as minhas ideias acerca deles são confusas, falta-lhes coerência e ligação.

Comprei um sobre a História da Índia. Começa com as origens, antes ainda da civilização Egípcia, com os Árias e os Vedas, antes da língua escrita mas já com tradição oral e vai avançando no tempo contando e mostrando a evolução dos impérios da Índia como resultado de trocas culturais, misturas e sínteses: os invasores, os comerciantes, as dinastias, os grandes reis, as religiões, etc. Fabuloso. Estive a vê-lo hoje.

Uma das coisas que percebemos, para além da antiguidade daquela cultura é o modo como ela se inventa e reinventa a partir da sabedoria dos seus ilustres antepassados: Chandragupta, Buda, Kanishka, etc.

Fiquei ainda com mais vontade de  lá ir. Ficamos com a sensação que todas as culturas são uma. Divide-as o sítio e o clima que as molda, une-as os ânseios e aspirações que são os mesmos, por todo o lado. O poder e a riqueza corrompe-as, o conhecimento, a liberdade e a consciência eleva-as e enriquece-as. Ficamos com uma impressão de universalidade mal compreendida pelos líderes e todos aqueles que na sua intolerância destroem em vez de construir.

publicado às 20:11


noite bengali

por beatriz j a, em 24.05.10

 

 

 

 

 

Ontem ao fim da tarde desliguei o pc e resolvi ler um livro que comprei há pouco tempo, não sei já onde. Chama-se Noite Bengali. Comprei-o por curiosidade, depois de ter visto quem era o autor: Mircea Eliade. Este é um indivíduo que eu conheço de estudá-lo na faculdade. Conheço-o da Filosofia das Religiões e dos estudos sobre Mitologia e fiquei surpreendida de ver o nome dele num romance.

Fui ler a biografia dele. Algumas coisas já sabia: que ele era romeno, poliglota (falava uma data de línguas), que tinha vivido em Portugal durante a Segunda Guerra (não sabia que ele tinha escrito um livro sobre o Salazar -censurado..), que tinha ido viver para os Estados Unidos. Não sabia que ele tinha estado na Índia (a estudar a filosofia asiática e aprender parsi e sanscrito) e que tinha tido problemas com o professor indiano orientador da sua tese por ter-se apaixonado pela sua filha. Este romance é sobre esse acontecimento da vida dele. Fiquei a saber que até existe um filme sobre este livro.

Embora romanceado - no livro ele é um engenheiro solitário e neurasténico que vai para a Índia trabalhar e procurar uma vida exótica- o livro é sobre a paixão dele por essa indiana Maitreyi (ele usa o verdadeiro nome dela) e as desventuras daí geradas: a traição ao pai dela, seu benfeitor, e a perda dela.

O livro aborda a questão do preconceito racial dos ingleses em particular e dos europeus em geral na Índia..., mas o mais impressionante é o ambiente e a atmosfera da Índia de então, a par da mentalidade e da vida diária.

O livro é perturbador porque o romance entre eles foi muito profundo e acabou muito mal, com mal-entendidos e, acima de tudo, com grande sofrimento para ambos ( o que aconteceu mesmo na vida real).

É triste, mas muito humano. O Mircea Eliade era um conhecedor do espírito humano e possuidor duma cultura universalista. Isso nota-se no que escreve.

publicado às 04:21


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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