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Os professores são super-heróis!

Todos reconhecemos a educação e a saúde como os nossos maiores pilares sociais. Portanto, se existem milhões para feiras de vaidades tecnológicas, também tem que existir dinheiro para a progressão da carreira daqueles que educam os filhos do país e são os nossos futuros decisores económicos e sociais.

 

Cresci a ouvir algumas pessoas dizer, sobretudo através dos políticos, da televisão e do bitaite de café, que a vida de professor era boa. Hoje, com menos colagénio na pele, consigo claramente afirmar que a vida de todos os professores que conheço não é seguramente uma vida que eu invejasse ter.

 

Vejo esta vida de professor começar na incerteza da colocação nas escolas, passando pela possibilidade de andar décadas a fio com a vida às costas, bem como com a família. E o melhor é ponderar duas ou três vezes como ou se a vai mesmo querer construir...

 

A vida “boa” continua com os testes que têm que ser redigidos em horário pós-laboral, trabalho esse que é esticado também pela montanha de testes que terá de ser corrigida. E as aulas? Essas seguramente têm que ser preparadas semanalmente. De referir as inúmeras situações em que têm que gerir situações extremas de violência e educar quando a educação que vem de casa é parca, sendo que na realidade são contratados como “formadores”.

Bem sei que também acontece com outras tantas profissões, mas a pele de professor está sempre lá depois de “picar o ponto”. Estão sempre lá quando as luzes se apagam, disponíveis para pais e famílias, transformando-se muitas vezes em psicólogos de agregados familiares complexos. Será que toda esta vida pós-laboral se converte em horas extras?

 

Todos reconhecemos a educação e a saúde como os nossos maiores pilares sociais. Portanto, se existem milhões para feiras de vaidades tecnológicas, também tem que existir dinheiro para a progressão da carreira daqueles que educam os filhos do país e são os nossos futuros decisores económicos e sociais. Doutra forma, não pode existir dinheiro para tantos outros gastos não prioritários.

 

Os professores, bem como muitos outros profissionais, têm sido prejudicados em todas as frentes nos últimos anos, e não apenas pelas horas que agora têm que fazer a mais nas escolas em avaliações de tudo e mais alguma coisa. Devo dizer que é com alguma estranheza que vejo a casa cair em várias frentes para o actual Governo em época pré-legislativas. Será coincidência?

 

Saliento com agrado, e sem “partidarites” de opinião, a posição dos que se souberam manter fiéis ao que sempre defenderam em matéria de educação e voltaram a favor da reposição do tempo de serviço dos professores. E digo isto porque, de uma vez por todas, a política em Portugal tem que ser feita com coerência e não por puro oportunismo político. Não faz muito sentido que todos aqueles que estiveram no Governo nos últimos anos agora votem naquilo que nunca fizeram nem fariam se fossem Governo...

 

Os professores são super-heróis e merecem ser reconhecidos como super-heróis que são, devendo-se sacrificar sempre o acessório em prol do prioritário. E quem fala dos professores, fala também de todas as classes que têm saído à rua para reclamar os seus direitos.

 

publicado às 11:15


2 comentários

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De Manuela a 05.05.2019 às 10:28

Começam a aparecer vozes a apoiar os professores. Mas o que pergunto a mim própria é porquê só agora?! Será porque o PSD votou com a esquerda?!
Lembro-me que, quando o Sócrates criou aquela aberração dos professores titulares, o PSD só apareceu no fim a vetar o diploma. E isso fez o PS perder as eleições......
Desconfio e desconfiarei sempre da Direita!
No meu caso concreto, irei transitar em Julho de 2021 para o 10 escalão. Se recuperar, como eles dizem, pelo menos os 2 anos e mais uns pós, em Janeiro de 2020 passarei para o 10 escalão com retroativos a Janeiro de 2019. Claro que fico satisfeita, não sou hipócrita! Mas não gosto nada que me tomem por parva. Tudo isto tem a ver com manobras políticas e não vai ser por isto que vão ter o meu voto!
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De beatriz j a a 05.05.2019 às 11:13

Acho que começam a aparecer vozes a favor dos professores porque nem toda a gente se deixa manipular pelo discurso do Costacenteno e dos jornalistas que para eles trabalham.

Quando olhamos para os factos do que tem sido a acção política deles, aparecem ambos como pessoas sem valores democráticos que querem forçar e mandar em tudo sem capacidade de diálogo ou negociação. É tudo na base da violência da imposição e da chantagem.

E, até agora, o que é que Centeno fez no eurogrupo? Nada... a única coisa que fez foi gabar-se e ter uma mão de ferro... nem todas as pessoas são cegas dogmáticas e há quem olhe para os factos.

Afinal, quem é que tendo dois dedos de testa, pode achar chocante que se pague o que se deve aos mais de 100 mil professores, mesmo que fossem (que não são, nem metade disso) 800 milhões, tendo em conta que todos os anos pagamos uma mesada de dois mil milhões a 5 ou 6 cowboys, só do BPN e do BES...?!

Eu não sou, por princípio, contra ninguém, tanto os que chamam de direita como os de esquerda. Como se vê por este governo e já se viu no do Sócrates, a esquerda é quem mais tentou destruir-nos. Depois, parece-me que há-de haver, tanto nos partidos da direita como da esquerda, pessoas que acreditam nas suas ideias e têm intenções positivas. Não me parece razoável acreditar que todos os políticos de todos os partidos são desonestos.

Quis a má sorte que a seguir ao 25 de Abril, os partidos fossem governados, no geral, por medíocres que promovem outros medíocres e dominam as dinâmicas dos partidos e acho que é isso que temos que mudar. Daí achar importante manter pressão sobre os partidos porque se os deixamos à vontade, sem escrutínio, são os abusadores e os medíocres quem acaba a tomar conta de tudo.

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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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