Senhores governantes Dos países Europeus Estão a ver, como o vosso acordo com a Turquia Está a matar mais refugiados! Quantos, mais milhões, terão de morrer Para vos fazer compreender Que o fecho das fronteiras nada vai resolver? Porque é mais penoso, na origem, morrer Do que enfrentarem o mar. Não tenham medo de tomar decisões Mesmo que percam eleições! Mandem, o mediterrâneo, cercar De arame-farpado Para ninguém passar.
Não posso calar a revolta Que me metralha a memória De dia, de noite, a toda a hora O ecrã da televisão ensanguentado A encharcar-me os olhos Com imagens de corpos a fumegar Como se fossem tições a arder Nas explosões que os despedaçam Que fazem o coração chorar E o corpo estremecer Um poço de sangue a escorrer Do montão de corpos a desfalecer: A vida a morrer. Não, não posso mais ver! O, que no Mundo está a acontecer: As crianças, as mulheres e os homens a arder. Parem, para ver o que estão a fazer. Tanta violência, tanta vingança Que matam qualquer esperança Num sorriso de mudança À imploração Dos olhos espantados de criança A condenarem A atitude dos adultos, na matança Como se a vida Não fosse feita de amor e confiança E os beijos de intolerância Não disparassem Ódios, fermentados nos séculos De opressão Infringida aos mais fracos Pela ânsia de exploração Quando o que se esperaria Era ajuda, carinho e aliança.