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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Rui Tavares
Nestas polémicas, mais do que a posição política que cada um de nós possa ter sobre cada assunto, o que está em jogo é mais profundo: trata-se do próprio estatuto de facto real e de veracidade.
O Rui Tavares está em campanha eleitoral a favor de Costa ou, melhor, contra aquilo que ele chama frequentemente, 'A Direita', e já diz qualquer coisa.
A comentar o despacho sobre a igualdade de género, digamos assim, para abreviar, diz que o assunto não é sobre casas de banho mas sobre duas centenas de crianças e que foi falseado, numa tentativa, diz ele, que passa o tempo a falar de Direita e Esquerda, de fazer polarização cultural como no Brasil.
Em primeiro lugar, na escola pública andam sobretudo não-crianças. As crianças frequentam apenas o ensino básico de quatro anos. No 5º ano já são, quase todos, adolescentes e, quando saem no 12º são jovens com 18, 19 ou 20 anos. Antes de ontem, um jornal dizia que um homem de 19 anos foi baleado à porta da discoteca. O que quero dizer é que andam na escola crianças, adolescentes de 12 anos e jovens maiores de idade.
Em segundo lugar, o despacho também é sobre casas de banho, apesar de ele gozar com isso, porque se fala nelas, na operacionalização do despacho. Em terceiro lugar se houve falsidade nas redes sociais foi porque o governo fez questão de não esclarecer a questão. Mandam tanta publicidade manipulativa eleitoral para os jornais mas não foram capazes de explicar como seria feita a aplicação do despacho e limitaram-se a dizer que, 'a Direita tem má intenção'. Isso não esclarece.
Seguidamente diz que o problema é o estatuto do facto real e veracidade e passa a anunciar, ele mesmo, o que é o 'facto real e a veracidade'. Aqui não se percebe se há alguma falha de raciocínio ou se Rui Tavares acredita mesmo que sabe o que é o facto real e a verdade. Se sabe, diga-nos porque andamos todos há uns milhares de anos a ver se conseguimos destrinçar essa questão complexa.
No excerto a seguir diz que quem fez estes achincalhos foram políticos e cronistas da direita conservadora. Para quem se queixa de outros polarizarem as questões com esquerda e direita...
Finalmente compara-nos à Irlanda e à Islândia nessa não-polarização. No entanto, o artigo dele é uma mostra de polarização. Todo o discurso dos políticos e cronistas portugueses em geral está infestado dessas expressões de direita e de esquerda com que se acusam mutuamente em vez de discutirem e esclarecerem os problemas. Não sei em que país ele vive para não ver isso.
É preciso ver que na Islândia meteram os políticos e banqueiros prevaricadores, irresponsáveis e ladrões na cadeia. Cá andam à solta...
Depois, concluir dizendo que a crise está a diminuir... em que país ele vive? Estamos endividados até aos olhos, o ministro das finanças nem sequer para comprar ambulâncias dá dinheiro, só para a banca e prémios de milhões para caçadores do fisco, as pessoas cada vez mais pobres, os empregos precários, os tais passes baratos para os estudantes, o governo não os paga...
Percebemos que ele anda em campanha a favor da 'Esquerda' como ele diz, mas mesmo assim...
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