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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Hoje dei aula a uma turma do 10º com menos cinco alunos porque estão doentes. Então, em vez dos 30 habituais estavam lá 25. Uma diferença abissal. Tivémos tempo para trabalhar uma ficha inteira com conceitos complexos (!), ainda tive tempo de ligar o projector e passar um pequeno documentário de 10 minutos, discuti-lo e fazer algumas sinteses conclusivas com eles e, porque falámos de hereditariedade e de gémeos homozigóticos e me lembrei duma cena esdruxulamente cómica que um aluno (o Zé A. que tinha a cara desarrumada, para usar a expressão do André) com um gémeo homozigótico (coisa que eu desconhecia) me aprontou há mais de vinte anos, ainda contei essa cena e fartámo-nos de rir; quer dizer estava destressada, o que não é costume quando lá estão os trinta porque estou sempre preocupada em ver se apanho todos, se todos estão dentro do trabalho, depois há sempre alguém que não apanhou as coisas, depois como provoco sempre discussão de ideias gasta-se muito tempo até que todos consigam estruturar as ideias e apontá-las no caderno, paramos, outro aproveita para falar, tenho que voltar a trazê-los todos para a concentração no trabalho, enfim... os miúdos lá para o fim da aula, disseram-me, 'a professora já viu que hoje trabalhámos uma ficha inteira e ainda sobrou tempo?' Pois... menos cinco alunos... que diferença! E como eu estava destressada, os miúdos também estavam e a aula teve um ambiente menos duro e mais relacional e isso tem efeitos benéficos na relação entre a professora e a turma.
Quem é professor percebe o que digo, quem não é professor do básico ou do secundário, não percebe.
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