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Esta é a Magda Olivero, uma soprano que canta aqui o papel da Margarida na ópera Mefistófeles de Arrigo Boito. A mulher tem aqui 65 anos... não dá para acreditar, quer dizer, a voz dela ainda é fresca e expansiva e cobre o som da orquestra completa. Assim se vê que não são necessárias aquelas produções complicadas que se fazem por aí, às vezes estranhíssimas. Uma voz destas é o que basta. A tensão que ela põe na voz e o sentimento sofrido com que canta esta cena da Margarida meio louca na prisão... aí entre o minuto sete e o minuto nove é demasiado emocionante.

Esta produção é de 1976, em New Jersey, nos EUA e ela foi quem a salvou pois o tenor não era grande coisa e o Mefistófeles esteve abaixo do que se esperava. Li uma vez que o Mefistófeles, no fim da ópera, quando canta, quase grita, naquele tom dramático, caiu e veio a rebolar pelo palco até à boca de cena  lol pouco dignificante :)) isso faz-me lembrar uma Traviata que vi há muitos anos no S. Carlos. A Violeta pesava mesmo muito, o que soava estranho porque é suposto a mulher estar tuberculosa e muito debilitada. A cantar a ária final quando se despede do Alfredo, houve uma altura em que desmaia para cima dele e o tenor desequilibrou-se um bocadinho para a aguentar lol deu-me uma tal vontade de rir que já não consegui concentrar-me na cena final a imaginar a mulher a cair em cima dele e os dois a rebolar por ali abaixo.

A melhor história do S. Carlos contou-ma a tia Mª Clara, que já morreu. Foi numa Aida, naquela cena em que o Radamés entra vitorioso a cavalo no palco com os desopojos da vitória sobre os etíopes. É claro, sendo o S. Carlos muito pequenino, em vez de cavalo foi uma vaquinha lol. Só que a vaca deitou-se no palco e não havia maneira de fazer o animal levantar-se e entretanto a música já ia para a cena a seguir e enquanto uns cantavam já em pânico tudo quanto era figurante tentava levantar a vaca. Tiveram que interromper, claro, porque toda a casa veio abaixo a rir à gargalhada. O S. Carlos tem muitas histórias lol