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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Em abril de 2018, o Ministério da Administração Interna divulgou, numa operação com grande impacto na generalidade dos jornais, os programas "Aldeia Segura" e "Pessoas Seguras". Nos detalhes divulgados, que conservo no e-email, um dos pontos destacados era a entrega de milhares de "kits de autoproteção".
As palavras e a exposição mediática não podem ter uma utilidade quando são a favor do Governo, e outra quando este sai penalizado. Perante a manchete do JN de que os materiais do kit, incluindo golas, são inflamáveis e não cumprem as funções para que foram distribuídos, o ministro Eduardo Cabrita disparou contra a notícia, classificando-a de "irresponsável e alarmista" e considerando grave a "desvalorização" de um programa tão relevante.
Irresponsável é entregar às populações materiais que, se forem usados num cenário de fogo, podem ser prejudiciais para quem os usa. Alarmista é recusar falar claramente sobre o incidente, ao mesmo tempo que se dão desculpas como a de que os materiais, afinal, são de sensibilização e não de autoproteção. Desvalorização do programa é algo que o próprio Governo fez quando optou pelo critério preço, em vez de investir seriamente em equipamento de proteção individual.
e ainda:
Os equipamentos tiveram um custo de 1,80 euros por unidade, mas o valor de mercado fica entre 63 e 74 cêntimos.
É o coronelismo de vento em pôpa...
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