Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Disse-me um colega novo que está lá na escola. À conversa acerca de um aluno de uma das minhas DTs concordámos que a turma parece ser sossegada e diz-me ele, 'pois, foi por isso que concorri para esta escola. Diz-se que aqui nesta escola os alunos não dão problemas'. Achei piada.
Isso dos alunos darem problemas ou não darem problemas tem menos que ver com eles -miúdos são miúdos em qualquer parte- e tem mais que ver com outros factores, donde o principal, parece-me, no nosso caso, foram as obras que a transformaram. Na realidade, nota-se uma diminuição brutal dos problemas com os alunos desde que a escola teve obras.
Dantes, as salas eram escuras, esconsas e sujas - os miúdos sujavam mais; as paredes pareciam de papel de modo que o ruído era em nível insuportável e constante. Por vezes tínhamos que parar a aula porque nem nos ouvíamos a falar e porque os alunos ficavam numa grande excitação; certas valências, como a mediateca, estavam dentros dos blocos de salas de aulas e era um entrar e sair constante de pessoas que perturbava as aulas; tinhamos que sair das aulas para ir buscar giz ou um projetor- os alunos ficavam sozinhos; a sala de convívio era escuríssima, sempre com música aos gritos nos intervalos e havia lá sempre confusões entre alunos; as portas opacas - agora vê-se lá para dentro (as obras nas escolas foram uma das duas únicas coisas que a Rodrigues fez bem enquanto foi ministra).
É claro que outros factores também pesam: os DTs serem pessoas com experiência e saberem lidar com os alunos e com os pais; a direcção da escola não se acobardar, nomeadamente com os pais dos alunos complicados e não desautorizar constantemente os professores; os funcionários serem pessoas com experiência a quem os miúdos respeitam, etc.
Mas pronto, não sabia que a escola tinha essa fama.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.