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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
... e frequentemente escondem, alteram ou omitem factos para manterem uma idea fictícia de si mesmos.
Não falamos na escravatura, na guerra que nós chamamos do Ultramar mas que os africanos chamam Guerra da Libertação (apesar de praticamente todos os portugueses terem tido familiares nessa guerra que durou treze anos e deixou graves mazelas), nos excessos dos comunistas e afins no pós-25 de Abril, no racismo, etc., tudo para nos convencermos que somos um povo de bons costumes.
Ainda hoje gostamos de dizer que a nossa colonização foi melhor que a dos outros porque nos miscenizámos. Há pouco tempo ouvi uma goesa, num documentário, contar como ao toque dos sinos que anunciou a rendição dos portugueses em Goa e o seu retorno à Índia, saiu para a rua em extâse a gritar, 'estamos livres de 400 anos de jugo'. Não é esta a ideia, a de termos sido carrascos, que nós temos de nós mesmos enquanto colonizadores...
Salazar também é um tabu. Apesar de Salazar ter sido a pessoa mais marcante da nossa História do século XX, não se pode falar dele porque falar dele é ser fascista de modo que se omitem os factos, como este da presidência. Acho grave, vindo da duma instituição que nos representa, esta incapacidade de lidar com a História ao ponto de a adulterar como faziam os soviéticos.
Nisto de lidar com a própria História podíamos aprender alguma coisa com os americanos e os alemães.
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