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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Parece que o mais sensato, tendo em conta que metade dos ingleses votaram para ficar na UE, seria May tentar um acordo em que, ficando de fora, para cumprir o resultado do referendo, ficasse dentro. A Alemanha já veio dizer que está disposta a negociar uma maior proximidade com a Inglaterra, a França também. Era só fazerem algumas cedências na questão dos migrantes/estrangeiros que nem sequer é nada de extraordinário. A Inglaterra, à semelhança dos outros países da UE, com excepção dos balcãs, tem uma população muito envelhecida e precisa de migrantes. A Alemanha e a Holanda têm feito uma sangria aqui nos países do Sul aproveitando-se da crise. Esta semana tive que ver anúncios na TV e dei-me conta que a maioria são de medicamentos. E se alguns são os medicamentos da época -gripes, constipações- a maioria são para problemas de idade: vitaminas, cálcio, dores nas costas, dores nas articulações, aparelhos auditivos, etc. Revelador.
De modo que a Inglaterra, mesmo agora, poderia sair já em Março mas pedir um estatuto interino de observador na UE enquanto estabelecia um acordo que lhe desse acesso ao Mercado Comum, a troco de alguma abertura na questão dos estrangeiros no país, coisa que é do interesse deles, não apenas do ponto de vista económico mas do ponto de vista de atenuar a profunda cisão social que o Brexit criou. Arriscam-se a ficar isolados numa posição de dependência incapacitante, com problemas na Irlanda e na Escócia... Não se percebe isto de marrar uma e outra vez contra o muro.
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