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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Não existe medicina do tempo.
O tempo é espaço
campo semeado
nos trilhos dos nossos passos.
Onde as raízes cresceram
enterradas em profundura
nenhum tempo é medicamento de cura
- nem as raízes se arrancam
sem risco de certa loucura
dos torrões que se desgarram
e deixam ferida profunda.
Acaso as ondas deixam de se levantar?
O seu recuo momentâneo não aplaina os abismos do mar.
Sim, podemos voltar as costas
recusar olhar
podemos até para longe viajar
não ouvir o marulhar
mas
toda a vez que olharmos concha ou búzio
volta a crescer em nós o mar.
bja
[não editado]
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