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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Exercícios para crianças, dos quatro aos seis anos, em livros da Porto Editora, estão na mira da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.
A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) está a analisar dois blocos de actividades publicados pela Porto Editora para crianças dos 4 aos 6 anos, que têm a particularidade de estarem divididos por género: um destina-se a meninos, outro a meninas. Acrescendo o facto de que alguns dos exercícios propostos, apesar de idênticos, serão de muito mais fácil resolução no livro para raparigas.
Manuais escolares que dizem, explicitamente, às raparigas que não vale a pena esforçarem-se porque são burras.
Acresce que os exercícios das raparigas são para princesas (submissas) e o dos rapazes para piratas (aventureiros) como se vê nos exemplos abaixo.
É evidente que isto não é inocente... não é como se as pessoas que fizeram estes exercícios não percebessem o alcance de se inculcarem nas crianças estas ideias... espero que os pais se recusem a usar estes livros e que a CIG lhes ponha um processo. A sociedade, na pessoa das suas instituições, incluindo o sistema educativo, já é muito castrador das raparigas mas isto é demais. Já estou a ver articulistas que, embora vivam da palavra, defendem que o uso das palavras não tem consequência e que isso de linguagem sexista é uma mariquice, defenderem que isto não tem importância nenhuma e até é bom para fazer com que as mulheres se dediquem a ser mães e não tenham outras ambições.
Isto não é inocente e cá para mim tem a mão de certa instituição por detrás...
Pior é que estes manuais, se estão à venda, é porque foram aprovados pelo ministério. Mete nojo...
PS: fui à página de FB da Porto Editora deixar uma mensagem a dizer o que penso e porque não volto a comprar nem a apoiar ou subscrever nada da editora enquanto tiver estes manuais à venda.
Um exemplo de um exercício proposto para as meninas:
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