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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Hoje uma aluna do 12º ano, no fim da aula veio falar comigo. Primeiro nem conseguia falar de tal modo gaguejava, depois lá conseguiu dizer que não vai apresentar o trabalho porque vai gaguejar imenso, com toda a gente a ver, ela não conhece a turma e depois eu desconto na nota... é claro que lhe disse que não desconto nada na nota mas tem que apresentar o trabalho. 'Não sou capaz, não sou capaz...' a garota num sofrimento tão grande que até se via na cara dela. Falei um bcadinho com ela, fiquei a saber que foi uma vez fazer terapia da fala e falar com um psicólogo mas como isso não funcionou nunca mais fez nada! Epá, já não estamos no início do século XX... como é que deixam os miúdos nesta situação até tão tarde só porque à primeira não resultou? Bem, ofereci-me para encontrar alguém que a ajude. 'Não há ninguém, ninguém me pode ajudar... ' Bem, expliquei-lhe algumas coisas e contei-lhe algumas situações para ela perceber que os problemas não são só dela e que podem ser ultrapassados. Consegui que acordasse em tentar apresentar o trabalho mas tenho um feeling que ela vai faltar à aula nesse dia só para não ter que lidar comigo, agora que viu que não a deixo, pura e simplesmente, fazer nada. Vamos ver. Uma pessoa quer muito ajudar mas isto não é fácil de resolver e nesta reforma toda da inclusão, sobra muita burocracia de inglês ver e o que falta mesmo são profissionais que ajudem porque nós, professores, por muita experiência que tenhamos a perceber e resolver problemas de adolescentes, sabemos quando os problemas requerem uma atenção especializada profissional que nos ultrapassa. Ela nem sequer acredita em ajuda... vamos ver se aparece no dia das apresentações de trabalhos e o que faz.
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