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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
(Teresa de Sousa)
Bill Clinton costumava dizer que mantinha ao alcance da mão um livro de uma quase desconhecida historiadora americana, Barbara W. Tuchman, descrevendo o que aconteceu desde a decisão de declarar a guerra à Alemanha até ao início da ofensiva franco-britânica que travou o avanço alemão sobre a França. The Guns of August ganhou o Prémio Pulitzer de 1963. Descreve como se pode caminhar para a guerra quase sem se dar por isso.
Em primeiro lugar, o livro de Barbara W. Tuchman é muito conhecido no meio de todos que se interessam por estas questões, em segundo lugar, o que o livro mostra, não é um 'caminhar para a guerra quase sem dar por isso'. É justamente o oposto: todos estavam a preparar-se para a guerra enquanto faziam discursos e encontros de paz, tal como aconteceu ontem, onde se reuniram para fazer discursos no Arco do Triunfo (um monumento que celebra a guerra e não a paz, pois foi construído para comemorar as vitórias militares de Napoleão Bonaparte... ) sobre a paz enquanto fomentam a guerra com a venda de armas, com a invasão de países alheios, com a luta por controlo de zonas continentais do mundo. Isto, ao mesmo tempo que falam no medo dos populismos e nacionalismos mas sem nunca mexer uma palhinha para resolver o que está ba base destes problemas: alemães, franceses, ingleses (que fugiram do problema), americanos, russos e outros que ali se encontravam a fingir que se importam com outra coisa que não seja o controlo do seu pedaço de mundo. O discurso de Guterres, comprido demais, foi no sentido de chover no molhado: não tem uma única solução, apenas diz que está preocupado... falta de líderes à altura, como então.
É essa hipocrisia de todos discursarem pela paz enquanto se preparam para a guerra que o livro, 'The Guns of August' conta e descreve.
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