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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Recentemente fiz uma formação daquelas de curta duração. Foi um seminário. Teve a participação do Secretário de Estado. Os oradores eram quase todos do ensino universitário politécnico e trabalham na/ou com a DGE. Deveria, portanto, ter um certo nível de qualidade. Não teve. Excepto dois dos oradores, todos os outros mostraram uma confrangedora falta de conhecimentos, desleixo na preparação da intervenção e falta de entendimento do público alvo. Só para dar um exemplo, um deles atribuiu, a despropósito, a Aristóteles, um método inexistente. Disse que isso de copiar e de plágios são disparates, que na era da internet tudo está à disposição e que ele próprio, de cada vez que via alguma coisa que gostava, na internet, se apropriava imediatamente dela. Ninguém na mesa pareceu chocado ou, sequer, surpreendido, com estas palavras. Outra falou da dureza de ter uma turma com trinta alunos. Uma só turma. Os outros, em geral, falaram como se estivessem numa conversa de café, sem dados nem ideias estruturadas, foram paternalistas e usaram de um tom e discurso sem o mínimo rigor científico. Apesar da formação ter como tema práticas inovadores com as novas tecnologias, excepto dois dos oradores que falaram mesmo de técnicas e deixaram uma série de links úteis onde podemos ir buscar sugestões e ideias, os outros pouco falaram disso a não ser para fazerem uma espécie de endoutrinação sobre como é bom inovar. A piada é que todos passaram PPs mal feitos, com letras minúsculas e cores desmaiadas sem contraste. Ainda estou para saber o que diziam...
Uma pessoa sai de lá a pensar, 'estas pessoas, com este nível, são as pessoas que estão nos lugares decisórios dos assuntos da educação'. É assustador.
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