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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Estou a ver na TV a prisão dos dirigentes da Catalunha que lideraram e declararam a independência [e o estabelecimento de 6 milhões de euros de fiança...].
Tenho lido, por este dias, opiniões a clamar que Puigdemont é um cobarde porque fugiu e que os catalães estão armados em vítimas... mas que havia ele de fazer? Liderar um movimento armado contra os espanhóis? Transformar-se na ETA da Catalunha? Ficar na Catalunha e arriscar-se a ir preso 30 anos nesta leva de vingança política? Para quê? A quem serviria isso a não ser ao Rajoy e ao Rei que são como pedras embrutecidas no muro de violência que construíram?
É bom não esquecer que tudo isto começou porque Espanha se recusou a deixar realizar um referendo, com a força da polícia, que todos vimos, com o argumento de que a Constituição o proibe, sendo que todos sabem as condições de (re)pressão em que a Constituição, saída da brutalidade de Franco, foi aprovada... as mesmas condições que agora estão criadas para estas eleições onde as pessoas já sabem que ser contra Rajoy e o Rei é igual a poder-se ir preso...
Por ora, Rajoy e o Rei estão ufanos da sua aparente vitória mas a maneira como (não) resolveram o problema, com violência, intransigência e presos políticos, abriu o caminho para os populismos e movimentos que nascem dos ressentimentos e, abriu um precedente grave acerca do modo como se lida com regiões fracturantes.
Quanto à UE que vemos aprovar tranquilamente esta exibição de violência e prisões políticas sobre pessoas pacíficas que queriam referendar o seu direito à autodeterminação, independentemente de se discutir a prudência ou eficácia da independência da Catalunha, o que fica evidente, mais que a sua crescente hipocrisia de defender A e praticar B, é o medo do desmembramente da (des)União, devido à desorientação e falta de um rumo e identidade consistentes.
Com Puigdemont ausente, procurador vai pedir prisão para dirigentes catalães
[optaram pela declaração uilateral de independência porque o governo espanhol optou pela declaração unilateral de proibição de referendo com recurso à violência policial e recusa de diálogo...]
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