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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Godinho de Matos, ex-administrador não executivo do BES, recebia 2.400 euros líquidos por reunião. Numa entrevista ao i, admite que nunca falou naquele órgão, "um acessório de toilete de senhora".
“Um pró-forma”, “um verbo de encher”, “um detalhe, um acessório de toilete de senhora”. Foi assim que o vice-presidente da Ordem dos Advogados e ex-membro da administração do BES definiu o conselho de administração não executivo do BES. Em entrevista ao Jornal i, Nuno Godinho de Matos falou sem papas na língua do órgão que integrou a troco de 2.400 euros líquidos por reunião e no qual “entrou sempre mudo e saiu calado”.
o episódio que o conduziu aquele lugar. Corria o ano de 1995 e o julgamento das faturas falsas da Engil, uma sociedade de construção civil. “O advogado da Engil era o dr. Proença de Carvalho [com quem trabalhou até final do ano passado] e eu trabalhava ao seu lado, por indicação sua, para dois administradores. (...) “havia quem defendesse a vantagem de incluir no conselho de administração alguém ligado à resistência ao antigo regime, de esquerda, e que não fosse profissional da atividade política”
A entrevista aqui
O mais chocante da entrevista é o modo como o senhor se mostra indignado com o BES por ter enganadao tanta gente e com o supervisor por pretender nada saber, pondo-se a si mesmo de fora do esquema, como se não tivesse sido conivente com todos esses actos com os quais foi sempre solidário a partir do momento em que aceita um cargo sujo para ganhar dinheiro e fica de boca calada enquanto vê o que se passa.
Essas são as pessoas que mais me chocam nestas coisas: as que pretendem ser gente de bem enquanto compactuam e reforçam, activa ou passivamente, tudo aquilo que dizem criticar.
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