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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Se o Camões fosse contemporâneo e tivesse morrido esta semana não teria tido tantas loas: que eu visse foram, 3 presidentes da República (Cavaco, Marcelo e Sampaio), o presidente da AR, políticos de vários quadrantes, jornalistas, articulistas... os jornais cheios de apologias ao senhor Belmiro.
É certo que o homem teve a arte e o engenho de subir na vida vindo de baixo, num país onde a cunha impera e quase não há mobilidade social, a não ser na política para onde são atraídos os trepadores mas, foi alguém que fez o tal império à custa de explorar os tralhadores com salários miseráveis. Usou o dinheiro para si, não foi um benfeitor como o Nabeiro é, por exemplo. Estas loas todas que lhe tecem, o que mostram é a reverência que os políticos têm ao dinheiro e o modo como entendem o sucesso na vida como acumulação de dinheiro. E, essa reverência esbate-lhes as diferenças, une-os a todos, de uma ponta à outra do espectro político. O que explica muitíssima coisa.
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