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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Obscenidade é estarmos em austeridade há anos para agradar a alemães, finlandeses e banqueiros em geral.
Se o homem foi eleito para negociar uma solução para a dívida que não implicasse mais austeridade e se sabia que ia ser muito difícil conseguir que a Alemanha os deixasse erguer-se da dependência em que estão [foi ainda mais do que ele pensava, como se viu, ele e o V. foram algo ingénuos ao pensar que outros países subjugados também quereriam sair dessa subjugação] tinha que preparar-se para o cenário adverso de serem deixados sozinhos à deriva, sem dinheiro.
E, a terem que emitir moeda própria, a situação seria tão radical e dramática que teriam que agir de modo radical com planos e medidas dramáticas... acho que é evidente. As idas à Rússia para pedir apoio foram outra iniciativa. Portanto, os planos não são recambolescos, são próprios de quem está numa situação limite e precisa de medidas limite. Daí que à última da hora o T. tenha raciocinado e agido como um político e, com medo, tenha recuado. O que foi uma pena, quanto a mim. Perdeu e perdeu-se um momento único de viragem neste sistema que nos estrangula.
E a situação dos gregos dentro do euro não será melhor que a sua situação fora do euro: miséria, venda de todos os bens apetecíveis a investidores alemães e franceses a preço de amendoim, desemprego, emigração, filas para a sopa, enfim, um caos com falta de soberania.
Ao contrário do que li por aí, ele não recuou sensatamente ao ver que estavam à borda do abismo: ele deixou que os atirassem para o abismo. Sem uma escada. Tal como nós fizemos. E o que isto mostra é que estamos presos ao euro. O euro não é uma salvação, é uma prisão. Se quiséssemos algum dia sair veríamos estas chantagens dos credores, nossos (não) parceiros, que fazem com que uma vida no euro, tal como a UE funciona agora, seja uma morte lenta por falta de comida e fora do euro uma morte ainda mais lenta por falta de água.
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