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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
É o filme que fui ver ontem, sobre o genocídio dos arménios pelos turcos, durante a Primeira Grande Guerra e, portanto, é baseado em acontecimentos reais. O filme é bom e ficamos a conhecer as circunstâncias e o modo como os turcos perseguiram cruelmente os arménios, o que é importante, quer dizer, estar informada mas, cada vez me é mais difícil ver filmes sobre guerras reais, pois por muito bons que sejam os filmes de guerra, quem vê um vê todos: brutalidade, crueldade, violência, destruição, perseguição, perda, morte, medo, crianças orfãs, traumatizadas para a vida por gente que parece o nosso vizinho.
Este ano, um dos temas à escolha para argumentar, na minha turma do 11º ano era, 'a paz [permanente ou perpétua como dizia Kant], é possível'. Um grupo pegou nesse tema mas escolheu argumentar o oposto, 'a guerra é inevitável'. Preferia que tivessem sido optimistas mas é claro que essa escolha não é minha e não me cabe a mim fazê-la. No entanto, pensar que nem os miúdos das escolas acreditam na possibilidade da paz é deprimente.
Ontem estava a ler que um Número de crianças afectadas por conflitos atingiu "níveis chocantes" e que há milhões de crianças expostas a níveis de violência e brutalidade traumatizantes: Usadas como escudos humanos, mortas, mutiladas, violadas, abusadas, forçadas a casar, raptadas, recrutadas para combate e escravizadas, as crianças são vítimas de uma violência extrema. Crianças que viram os pais ser assassinados, torturados, violados...
Triste, triste, como o filme. Da família grande que o filme acompanha e que existiu mesmo como lá se relata, morrem praticamente todos, só sobram um tio e uma sobrinha, alguns outros perderam toda a família, viram-na ser brutalmente assassinada. Díficil perceber o ser humano em certas motivações.
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