"Com Dijsselbloem a conversa não é possível"

... porque as palavras do holandês só deprimem por serem mais um sintoma dos preconceitos que os países do Norte têm dos países do Sul: que somos todos ignorantes, mandriões, irresponsáveis, etc. e, confundirem a árvore com a floresta, sendo que a árvore são os políticos, banqueiros e amigos que desde a entrada na UE têm esbanjado o dinheiro das ajudas comunitárias em luxos, em calotes, em prémios, auto-promoções, em entusiasmos com o dinheiro dos outros e, a floresta, somos nós, o estúpido do povo que lhes paga todos os desvarios. E é verdade que o Sócrates gastou um milhão com as mulheres com quem andava... 

No entanto, as palavras do SS são de desresponsabilização dos políticos que nos atiraram para estes cenários de pedidos de ajuda ao FMI e à UE com a corrupção e os excessos tanto na administração central como nas autarquias e quem não vê isso anda a enganar-se. Desvios de fundos, esbanjamentos em estradas onde ninguém passa, em estádios de futebol desertos, em decorações de gabinetes ministeriais, etc. 

E o próprio SS é um dos grandes responsáveis por estes empréstimos que temos que pedir porque já passou por tudo o que é ministério, tem estado sempre nos governos PS sem grande préstimo. Era o grande amigo e defensor do Sócrates, daí a alcunha de, 'o dog', porque era o melhor amigo do homem e comportava-se como um animal de guarda [como agora o mastim faz ao Costa] mas fala como se fosse um arauto da moralidade.

Quem anda na estrada e vê a quantidade de Audis, Ferraris, BMWs e Mercedes que por lá andam acha estranho, dado o nivel de vida e salários dos portugueses. Dir-se-à, 'mas nos outros países também há ambiciosos, corruptos, esbanjadores, deslumbrados...' - pois há, mas os outros países são ricos e têm dinheiro para pagar isso e nós não somos e não temos. De modo que a entrevista do SS é mais deprimente que as palavras do deslumbrado do holandês porque ele é que nos emprestou o dinheiro e nós fomos quem lho pediu...