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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Este caso de violação foi a julgamento recentemente na universidade de Stanford. Uma rapariga que estava de visita à universidade foi atacada, violada e deixada inconsciente no meio da rua, despida, por um dos estudantes que recebeu de sentença pelo crime seis meses de prisão.
A rapariga escreveu uma carta ao criminoso que se safou com uma pena ridícula por ser, em seu entender, rico, branco e de uma família com poder.
O pai dele, que contratou advogados para tentarem dar a entender que se calhar ela até tinha gostado, comentou a sentença dizendo que "não fazia sentido estragar a vida dele por vinte minutos de acção". Não lhe chamou crime, chamou-lhe 'acção'...
Vinte minutos a esfaquear alguém é uma monstruosidade de tempo; vinte minutos a pontapear alguém é uma monstruosidade de tempo; vinte minutos a queimar alguém é uma monstruosidade de tempo; vinte minutos a torturar alguém é uma monstruosidade de tempo. Porque é que vinte minutos a violar alguém lhe parece pouca coisa? Porque violar, na cultura machista em que vivemos, é fazer sexo... não é entendido como aquilo que é: um ataque criminoso e violento. Por isso o pai acha que não há necessidade de estragar a vida dele, embora ele tenha estragado a vida dela.
Vivemos numa cultura de violência, de indução de violência contra as mulheres.
Parece que ele é um campeão de natação: talvez ele vá aos jogos olímpicos representar os EUA. Quem sabe, pode até ganhar uma medalha e depois havemos de vê-lo no podium, um criminoso violento sendo a face dos EUA, da sua bandeira e do seu hino. Que orgulho para os americanos...
Isto foi o que o pai do criminoso escreveu no Twitter:
Como se lê, ele contribui positivamente para a sociedade e é um coitadinho que já não consegue comer bifinhos.
Need we say more...?
O testemunho dela em tribunal é impressionante: statement
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