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A poesia é um consolo

por beatriz j a, em 03.05.18

 

 

“But once in a while the odd thing happens,
Once in a while the dream comes true,
And the whole pattern of life is altered,
Once in a while the moon turns blue.”

― W.H. Auden

 

publicado às 03:34


Hoje é o dia do livro. Este é um livro

por beatriz j a, em 23.04.18

 

 

Este poema é agora o meu poema de consolo para os próximos tempos. 

 

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 da 'Rosa do Mundo, 2001 poemas para o futuro'

 

 

publicado às 13:12

 

 

Este é o canal de youtube da Mariana, uma aluna minha do 10º ano que gosta de poesia: ler poesia, divulgar poesia, sentir poesia. A Mariana tem síndrome de Tourette mas não se deixa definir pela doença. Prefere a poesia 🙂

 

 

publicado às 16:07


Hoje é o dia mundial da poesia VI

por beatriz j a, em 21.03.18

 

 

Livro de leitura

 

O livro mais primoroso
É o livro do amor;
Eu o li com atenção:
Poucas folhas de alegrias,
Cadernos inteiros de dores;
Para a ausência, um parágrafo.
Reencontro! um curto capítulo,
Fragmentário. De mágoas, tomos inteiros
Repletos de explicações,
Sem término e sem medida.
Oh, Nisami! – Mas, no fim,
Achaste o caminho justo;
O insolúvel, quem o resolve?
Os que se amam e voltam a encontrar-se.

 

(Goethe  -  trad. de Samuel Pfromm Netto)

 

 

publicado às 20:38


Hoje é o dia mundial da poesia V

por beatriz j a, em 21.03.18

 

 

Epitáfio.

 

                 ”Estrangeiro vai contar aos Lacedemônios que jazemos aqui,

                  “Por obedecermos às suas leis.”

 

 E o Poema,                            Aos Que Morreram nas Termòpilas.

                  

                   Dos que morreram nas Termòpilas

                   Ilustre foi a sina, bela a morte;

                    Seu jazigo e ´um altar

                    Onde as lembranças são as libações

                   E os louvores o vinho derramado.

                  Sobre esta pedra não terá poder o musgo

                  Nem mesmo o tempo que domina tudo:

                  Na tumba dos Heróis habita agora

                  O resplendor da Grécia.

             

 

                  Atesta-o Leônidas, o Rei de Esparta,

                  Do qual bravura e glória

                  Eternamente brilham.

 

                Semônides de Ceos. (556-468 ac.)

 

publicado às 20:26


Hoje é o dia mundial da poesia IV

por beatriz j a, em 21.03.18

 

 

A cada qual, como a estatura, é dada

 

A cada qual, como a estatura, é dada

        A justiça: uns faz altos

        O fado, outros felizes.

Nada é prémio: sucede o que acontece.

        Nada, Lídia, devemos

        Ao fado, senão tê-lo.

 

Ricardo Reis

 

publicado às 20:23


Hoje é o dia mundial da poesia III

por beatriz j a, em 21.03.18

 

 

 

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem

                     Sophia de Mello Breyner Andresen

 

 

publicado às 20:16


Hoje é o dia mundial da poesia II

por beatriz j a, em 21.03.18

 

 

Grandeza do Homem

Somos a grande ilha do silêncio de deus
Chovam as estações soprem os ventos
jamais hão-de passar das margens
Caia mesmo uma bota cardada
no grande reduto de deus e não conseguirá
desvanecer a primitiva pegada
É esta a grande humildade a pequena
e pobre grandeza do homem

Ruy Belo, in "Aquele Grande Rio Eufrates"
 

publicado às 20:12


Hoje é o dia mundial da poesia

por beatriz j a, em 21.03.18

 

 

De Que São Feitos os Dias?

De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.

Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inactuais esperanças.

De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.

Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças...

Cecília Meireles, in 'Canções'
 

publicado às 20:08


Lo único que tenemos es el cuerpo...

por beatriz j a, em 20.03.18

 

 

Lo único que tenemos es el cuerpo
descendemos o caemos por los pozos del alma
y allí están las orillas y la arena, las
casas de madera abandonadas, el recuerdo
del aro y las canicas, la luz
en las paredes de las calles, allí
están los gemidos de los muertos
que estaban en el patio de la casa,
en el bar de los bailes y las mesas
de mármol. ¿Qué trenes oigo
entre el oleaje? Tropiezo con las puertas
y los árboles, llega la lejanía
de muy lejos, y el cristal de las fábricas,
los caminos se borran, encontramos
pájaros y alimañas y caballos,
bosques de telarañas
y ropa polvorienta. Las madres
del prostíbulo nos besaban
el vientre y allí nos levantamos
abrazados al cuerpo, abandonados,
en los soles del agua
la mano que nos lleva a la ceniza,
a la ciudad de calles circulares
borrada eternamente por la luz, oh
ciudad de los muertos y de iglesias,
de muchachas desnudas en la nieve,
de reyes y corceles y de cruces,
frágiles primaveras en los bosques,
me voy continuamente por el puente
a la isla más triste de las aguas,
gime tan lejos de cuclillas madre,
la hermana muerta araña los cristales,
meto en sacas el pan enmohecido,
busco y a abro puertas de la luz.
Qué suave y delicada es esta muerte,
era el amor, era el jardín aciago,
era el olvido que ahora ya no es nada.
Todo lo que tenemos es el cuerpo
y todo lo que tiene el cuerpo es la muerte.

Juan Antonio Masoliver Ródenas

 

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publicado às 05:24


'I am here'

por beatriz j a, em 05.03.18

 

 

I Am

By Ella Wheeler Wilcox

 

I know not whence I came,

I know not whither I go;

But the fact stands clear that I am here

In this world of pleasure and woe.

 

And out of the mist and murk

Another truth shines plain –

It is my power each day and hour

To add to its joy or its pain.

 

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publicado às 04:24


da poesia - marcas

por beatriz j a, em 02.03.18

 

 

Peguei na Rosa do Mundo, 2001 poemas para o futuro. De cada vez que pego no livro e o folheio à procura de consolo vou ver que poemas marquei da última vez. Uns reconheço-os ainda como eternos meus, outros já não me pertencem.  A poesia tem este dom de nos ler por dentro. Vou mudando marcas, acrescentando marcas, retirando marcas. São marcas que já não tenho ou que ainda tenho ou que agora tenho.

 

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publicado às 22:43

 

 

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 alguém não gostava de jejuar :))

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daqui: 

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publicado às 19:33


Well, so that is that

por beatriz j a, em 26.12.17

 

 

“For the Time Being”

(excerpt)

 

W.H. Auden

 

Well, so that is that. Now we must dismantle the tree,
Putting the decorations back into their cardboard boxes –
Some have got broken – and carrying them up to the attic.
The holly and the mistletoe must be taken down and burnt,
And the children got ready for school. There are enough
Left-overs to do, warmed-up, for the rest of the week –
Not that we have much appetite, having drunk such a lot,
Stayed up so late, attempted – quite unsuccessfully –
To love all of our relatives, and in general
Grossly overestimated our powers. Once again
As in previous years we have seen the actual Vision and failed
To do more than entertain it as an agreeable
Possibility, once again we have sent Him away,
Begging though to remain His disobedient servant,
The promising child who cannot keep His word for long.
The Christmas Feast is already a fading memory,
And already the mind begins to be vaguely aware
Of an unpleasant whiff of apprehension at the thought
Of Lent and Good Friday which cannot, after all, now
Be very far off. But, for the time being, here we all are,
Back in the moderate Aristotelian city
Of darning and the Eight-Fifteen, where Euclid's geometry
And Newton's mechanics would account for our experience,
And the kitchen table exists because I scrub it.
It seems to have shrunk during the holidays. The streets
Are much narrower than we remembered; we had forgotten
The office was as depressing as this. To those who have seen
The Child, however dimly, however incredulously,
The Time Being is, in a sense, the most trying time of all.
For the innocent children who whispered so excitedly
Outside the locked door where they knew the presents to be
Grew up when it opened. Now, recollecting that moment
We can repress the joy, but the guilt remains conscious;
Remembering the stable where for once in our lives
Everything became a You and nothing was an It.

 

 

publicado às 06:52


'A alma é breve. Poesia pura'

por beatriz j a, em 03.12.17

 

 

Soneto Quebrado (incompleto)

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 daqui:

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publicado às 19:24


Tiranias

por beatriz j a, em 18.11.17

 

 

Ruy Proença  

 

publicado às 12:31


Poesia ao anoitecer

por beatriz j a, em 28.09.17

 

 

 No, my soul is not asleep.
It is awake, wide awake.
It neither sleeps nor dreams, but watches,
its eyes wide open
far off things, and listens
at the shores of the great silence.

  -  Antonio Machado

 

publicado às 21:06

 

 

Um de poesia política, portuguesa e alemã, outro sobre a revolução russa, neste ano do centenário dessa malfadada data. 

 

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...

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...

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...

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daqui:

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e este:

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publicado às 20:44


Safo - poesia ao entardecer

por beatriz j a, em 30.07.17

 

 

by Christopher Vo

 

#Εροσ δ! εϕτιϖναξεϖ μοι

φρεϖνασ, ωϕσ α[νεμοσ κα;τ οροσ δρυϖσιν εϕμπεϖτων.

(Safo, fr. 50 D)

 

publicado às 21:13


"O meu país é o que o mar não quer"

por beatriz j a, em 01.07.17

 

 

"Morte ao meio-dia"

No meu país não acontece nada
à terra vai-se pela estrada em frente
Novembro é quanta cor o céu consente
às casas com que o frio abre a praça

Dezembro vibra vidros brande as folhas
a brisa sopre e corre e varre o adro menos mal
que o mais zeloso varredor municipal
Mas que fazer de toda esta cor azul

que cobre os campos neste meu país do sul?
A gente é previdente tem saúde e assistência cala-se e mais nada
A boca é pra comer ou pra trazer fechada
o único caminho é direito ao sol

No meu país não acontece nada
o corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
o fisco vela e a palavra era para toda a gente

E juntam-se na casa portuguesa
a saudade e o transístor sob o céu azul
A indústria prospera e fazem-se ao abrigo
da velha lei mental pastilhas de mentol

O português paga calado cada prestação
Para banhos de sol nem casa se precisa
E cai-nos sobre os ombros quer a arma quer a sisa
e o colégio do ódio é a patriótica organização

Morre-se a ocidente como o sol à tarde
Cai a sirene sob o sol a pino
Da inspecção do rosto o próprio olhar nos arde
Nesta orla costeira qual de nós foi um dia menino?

Há neste mundo seres para quem
a vida não contém contentamento
E a nação faz um apelo à mãe
atenta a gravidade do momento

O meu país é o que o mar não quer
é o pescador cuspido a praia à luz do dia
pois a areia cresceu e o povo em vão requer
curvado o que de fronte erguida já lhe pertencia

A minha terra é uma grande estrada
que põe a pedra entre o homem e a mulher
O homem vende a vida e verga sob a enxada
O meu país é o que o mar não quer

de, Ruy Belo 

 

publicado às 20:37


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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