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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
De acordo com uma nota da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, estão em causa suspeitas de crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido. "Um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partido político, desenvolveram entre si influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares e outras posições estratégicas", diz o MP
O caso deste indivíduo é um sintoma muito grave do estado doentio em que o aparelho do Estado se encontra. É que o indíviduo vem da PT com acusações de peculato, favorecimento, etc. A seguir põem-no a gerir a saúde dos militares e volta a sair de lá com as mesmas acusações. E é escolhido para a ADSE. Durante todo este tempo não só ninguém o acusa formalmente de coisa alguma, como não vai parar a uma lista de indesejáveis para o contacto com dinheiros públicos. Não. Ele continua a ser escolhido, por dois governos de partidos diferentes, com o aval do organismo que deve acautelar a escolha dos melhores para os cargos públicos, a CRESAP. Para que um tipo com este cadastro continuar a ser escolhido alegremente como pessoa de confiança para gerir dinheiros por tanta gente diferente que sabe do lastro que ele deixa em cada cargo é porque há gente muito podre no aparelho do Estado.
Talvez... imagino que haja a este nível uma carta, como nos restaurantes, com a lista das pessoas de interesse (políticos, gestores públicos e pessoal da administração pública) distribuída por três categorias: os C, corruptos; os D, desconhecidos; os H, honestos. Assim que alguém é escolhido para um cargo de interesse, vão imediatamente consultar a carta para ver em que coluna se encontra a pessoa. Também acredito que podendo, e podem, pressionem os poderes para nomear, seleccionar, pessoas da coluna 'C' para cargos de interesse. Por exemplo, veja-se o caso do Liberato da ADSE: saiu da PT cheio de problemas de favorecimentos, irregularidades, empresas fantasma, etc. Por acaso passou a fazer parte de uma lista de pessoas indesejáveis para lidar com dinheiros públicos? Não, não só ninguém o incomodou como até foi colocado a gerir o sistema de saúde dos militares enquanto as coisas acalmavam e depois escolheram-no cirurgicamente para destruir gerir os dinheiros da ADSE. Ele terá sido corrompido? Ou não não foi preciso porque já estava na coluna dos 'C'? Então, nesse sentido, pode muito bem ser que Salgado nunca tenha corrompido ninguém. Se calhar, sabe-se lá, foi ter com as pessoas que já estavam na coluna dos 'C'.
Excerto da intervenção de Ribeiro e Castro.
Porque todos os envolvidos na no centro ou orla desses casos estão no governo ou em altos cargos do partido, há muitos e muitos anos. Portanto, se não estavam por dentro destes esquemas de roubo ao mais alto nível, são, no mínimo, cumplices por conivência de fidelidade ou silêncio. Quando já entrava pelos olhos adentro que o Sócrates só estava metido em embrulhadas de muito dinheiro defendiam-no como cães fiéis. Nem um único se demitiu. Tudo era normal. O Costa, o SS ou outros por acaso sentiram-se incomodados com tanta notícia de subornos, desvios, falcatruas...? Não, senão tinham-se demitido que é o que uma pessoa honesta faz quando percebe que está metida numa quadrilha de malfeitores.
Alguns continuam a ser amigos pessoais de Sócrates e a defendê-lo como se fosse uma vítima. Portanto, para falarem dele teriam que falar de si mesmos, das suas conivências, dos seus aproveitamentos, da organização pouco-democrática da vida política partidária, da organização do Estado ao serviços de interesses e de outros pilares com rupturas da democracia. E não querem, nem vão fazê-lo.
Depois se olharmos para os outros partidos que têm andado pelos governos, quem é que quer falar no caso BPN, como estava infiltrado ao mais alto nível do Estado? Pois, ninguém....
Nestas coisas, se se começa a puxar a linha, corre-se o risco de desfiar o novelo todo. E se se desfiar todo o novelo muita coisa pode ficar exposta, muita gente pode ficar sem carreira política ou mesmo ir parar à prisão, sabe-se lá. Portanto, esperar que queiram resolver a corrupção é o mesmo que esperar que a macieira do quintal, de repente, comece a dar pêras.
Depois, não percebo este interesse em saber o que disse Costa no congresso. Aquilo é um discurso que alguém escreveu para as câmaras da TV para convencer o povo a votar nele. Se ele fosse uma pessoa de cumprir compromissos... mas como não é, dado que atraiçou tudo o que o levou a formar esta pacto de governo, que interessa aquele processo de intenções com promessas eleitorais? Os políticos não prometem sempre as mesmas coisas em vésperas de eleições? Não percebo. Que interessa se ele é a favor da social democracia ou outra coisa qualquer? O que ele e os outros do partido dele querem é o poder e dizem o que for preciso para lá se manterem.
Mas ainda alguém acredita que estes políticos acreditam em ideologias diferenciadas? É que a prática mostra exactamente o oposto.
(Bernardo Ferrão, Expresso)
Pedro Subtil, responsável da EY pela investigação na área da fraude para Portugal e Angola, refere que, em Portugal, ao contrário de outros países, "não existe ainda uma entidade com poderes sancionatórios no combate à corrupção", um poder que diz ser "crucial" para dar eficácia às recomendações, como as do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), ou para "transpor boas práticas".
Há pouco tempo li este artigo -Corruption Corrupts A psychological study spanning 23 countries links tax evasion and political fraud to individual truth-stretching.- acerca de como as pessoas individuais são afectadas, tornando-se elas próprias corruptas, em sociedades onde a corrupção é uma prática corrente e generalizada. É o nosso caso, onde os poderes instituídos têm o culto da opacidade, do estratagema (como o caso dos abonos que os deputados recebem não estarem sujeitos ao fisco ou irem cobrá-los a dobrar ou aprovarem leis sobre financiamento nas vésperas de Natal ou deixarem diplomas na gaveta, por assinar, durante dois anos ou ser necessária ordem judicial para que mostrem as contas de como gastaram o dinheiro público ou sairem dos governos e irem trabalhar para as empresas que beneficiaram enquanto governantes ou empregarem toda a família e amigos na política, etc. etc. etc., os casos são aos milhares), do encobrimento ou de coisas piores como no caso de Sócrates. Quanto mais os chefes são corruptos mais as pessoas entendem isso como um passaporte para a corrupção. Acho que isto é evidente. O facto de não termos uma entidade com poderes sancionatórios no combate à corrupção mostra bem a vontade que os governos têm de acabar com ela...
... ou já estamos no plano inclinado da enorme oportunidade perdida que foi este projecto, sem darmos conta?
Na página da Internet do Observatório, os responsáveis dizem que, na sequência da controversa contratação do antigo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, pelo banco de investimento Goldman Sachs International, em 2016, “a pressão pública por uma reforma das regras de ética da CE atingiu níveis sem precedentes”. Mas, alertam, “em vez das medidas ambiciosas que foram exigidas, a Comissão Europeia teve, em 2017, um ano de inércia, arrastando os pés até que os holofotes mudassem de foco”.
“A Comissão nem parece esforçar-se por explicar qual é a sua visão sobre o que é o interesse público na área financeira".
Acusação "não tem qualquer fundamento", diz José Canavarro. "Irei esclarecer tudo e mostrar que não foram os meus despachos que deram direitos ao grupo GPS." Há mais seis arguidos acusados.
... esperar que corruptos aprovem leis anti-corrupção :))
Portugal leva má nota nas medidas anticorrupção mas relatório é confidencial
Porquê? O GRECO está à espera que o Governo português autorize a sua divulgação.
Corrupção e transparência são inimigas mortais...
Houve um tempo em que tínhamos fronteira com Espanha. Agora quase nem nos lembramos como era aborrecido parar na fronteira, quando havia fila, sobretudo à volta, de noite e, ter que abrir o carro para a guarda fiscal, quando o pediam. Quase toda a gente trazia caramelos e mais qualquer coisa se vinha de Andorra, por exemplo. Nessa altura havia muito contrabando de tabaco, bebidas alcoólicas, etc. e, era mais fácil corromper o guarda fiscal da fronteira que ter esquemas para esconder o contrabando nos carros, o que é difícil. O modo de corromper o guarda da fronteira era o esquema do bacalhau. Um contrabandista passava a fronteira com três pacotes de cigarros em vez dos dois permitidos e oferecia meio bacalhau ao guarda, para a consoada, para ele fechar os olhos. Não era Natal nem nada era dito, claro. O bacalhau era oferecido antes do guarda inspecionar a mala do carro. Era uma 'cortesia', enquanto se fazia conversa com o guarda para criar uma relação amigável. O guarda aceitava. Afinal, era rídiculo multar o homem por um só pacote de cigarros a mais e aceitar meio bacalhau não comprometia ninguém, era uma 'cortesia'. De cada vez que o contrabandista passava dava sempre ao guarda qualquer coisa, um bocadinho mais valiosa que a anterior. O guarda habituava-se e já esperava pela 'cortesia' e cada vez o contrabandista enchia mais a mala do carro. A certa altura, mesmo que o guarda quisesse recusar 'cortesias' (o que não acontecia porque já se tinha habituado a sentir-se importante e porque as 'lembranças' já abarcavam a mulher e os filhos, etc.) já não era possível porque já tinha recebido muitas e já tinha fechado os olhos a muita coisa. E é assim que a coisa se faz para criar pequenos deuses.
by Arkady Babchenko.
In February 2013 Valery Gerasimov, Chief of the General Staff of the Armed Forces of Russia, published an article in a military journal “Military Industrial Courier” called “Value of science in forecasting”. In this piece he discusses so called “chaos theory” which in the nutshell concludes that military actions are only a final part of the new hybrid war. However, its core part is shattering stability, creation of chaos in the state and society of your potential enemy.
So, it is imperative to understand that erosion through corruption along with cyber attacks and attempts to impact politics through fake social media accounts are part of Gerasimov’s doctrine, that very mechanisms of chaos in action. That very hybrid war.
And this war is already here.
Já sabíamos que era assim mas uma coisa é saber outra é ver.
Já não lembro quem disse mais ou menos isto mas parece-me que a origem da corrupção não há-de encontrar-se na sociedade anónima mas nas pessoas individuais, embora seja esta sociedade quem se lhe opõe com leis cuidadosas.
Azerbaijan's ruling elite operated a secret $2.8bn (£2.2bn) slush fund for two years to pay off European politicians and make luxury purchases, an investigation shows.
The money was allegedly channelled through four UK-based opaque companies.
People said to have been paid include European politicians who adopted a favourable attitude to the government.
There is no suggestion that all the recipients were aware of the original source of the money, it added.
The secret fund, nicknamed the Azerbaijan Laundromat, operated for two years until 2014, according to the investigation, carried out by a consortium of European newspapers and published by the Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP)..
The origin of the money was unclear, the report said, but there was "ample evidence of its connection to the family of President Ilham Aliyev".
According to the OCCRP, the scheme seemed to have been successful in, for example, persuading the Parliamentary Assembly of Council of Europe to vote against a report critical of Azerbaijan in 2013.
The 47-member council - not part of the European Union - monitors compliance with the European Convention on Human Rights, and judges in Strasbourg enforce it.
The vote is currently under investigation and a report is expected by the end of the year.
The four opaque companies which the scheme used - two based in England and two in Scotland - have now been dissolved.
One of Europe's leading banks, the Danske Bank from Denmark, processed the payments to those companies via its branch office in Estonia. It admitted not doing enough to spot suspicious transactions.
Other cash funded luxuries, including private education for well-connected Azeri families living abroad, the investigation added.
... faz lembrar aquela anedota sobre a diferença entre a religião protestante e a católica que reza assim, 'um tipo vai ter com um pastor protestante e diz, 'Cometi um crime: matei.' O pastor prega-lhe um grande sermão, fala-lhe dos mandamentos, de arrependimento, da gravidade do acto, obriga-o a uma penitência dura... Um tipo vai ter com o padre católico e diz, 'padre, venho confesar um crime: matei!' O padre responde, 'Quantos, meu filho?'
Os portugueses têm tendência para amnistiar os políticos e tolerar o fenómeno da corrupção, optando por não fazer qualquer tipo de punição eleitoral, sobretudo a nível local, asseguram investigadores.
Corrupção, tráfico de influências e roubos. Metade dos que passam pelos cargos de poder e seus amigos deviam estar presos. Mas não. Andam por aí na boa em outros cargos. E quem paga, com a vida, estas negociatas de milhões e milhões são sempre os outros. Entretanto ouvimos o Presidente e o ex-directores dos serviço e a ministra da Administração Interna e outros dizer que tudo fez o melhor e que ninguém prevê estas coisas. É a mão da Natureza e tal... para que temos um Serviço de Proteção Civil? Não é para prever e preparar-se para agir em situações de catástrofe? Ou é para prever os dias amenos em que não se passa nada? É que se é para isso acabem com ele que nos custa muitas centenas de milhões.
E porque é que os responsáveis ainda não se demitiram? Porque em Portugal, como é sabido, ser competente e ter ética de trabalho não é um requisito para ocupar cargos, de modo que nem apreendem o conceito de responsabilidade pelas falhas graves, nem as percebem como tal.
Lemos este aartigo, infelizmente sem surpresa, porque isto é o pão nosso de cada dia.
O sistema já estava em funcionamento há vários anos quando, em 2005, o Ministério Público (MP) decidiu abrir um inquérito ao contrato de adjudicação do SIRESP, por suspeitas de tráfico de influências e participação económica em negócio. A investigação acabou arquivada, mas ficaram no ar suspeitas sobre a forma como o consórcio liderado pela ex-SLN, do grupo Banco Português de Negócios liderado por José Oliveira e Costa, conseguiu o contrato de quase 500 milhões de euros.
Três anos depois, de volta ao Estado como ministro da Administração Interna de Santana Lopes, Sanches entrega o contrato à mesma SLN de que tinha acabado de sair. Valor da adjudicação: 538,2 milhões de euros, verba cinco vezes superior àquela que precisaria de ter gasto caso tivesse optado por um modelo diferente de comunicações. Essa posição foi defendida por Almiro de Oliveira, presidente do grupo de trabalho que presidiu ao grupo que estudou este sistema de comunicações.
Apesar de o inquérito do MP — entregue ao procurador José Azevedo Maia — ter sido arquivado uma primeira vez, em março de 2008, Oliveira e Costa e a filha (administradora de uma empresa do grupo SLN) chegaram a ser constituídos arguidos. Daniel Sanches nunca foi ouvido pela Justiça e, segundo escreveu na altura o Correio da Manhã, negou à comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN ter tido qualquer intervenção no projecto apresentado pelo consórcio liderado pela SLN.
No ano seguinte ao arquivamento, o processo é enviado ao DCIAP, para que fosse analisada uma eventual reabertura. Pouco antes, tinham sido apreendidos vários documentos ao homem forte do BPN, Oliveira e Costa, que poderiam constituir “factos novos” na investigação ao contrato milionário. Mas não houve nada de novo. O arquivamento de 2008 continuou a valer.
Há, no entanto, outro nome de relevo em toda esta novela: Manuel Dias Loureiro. O homem que Cavaco Silva tinha escolhido para o Ministério da Administração Interna já era, no momento em que o contrato entre o Estado e a SLN acertaram o negócio, administrador não executivo do grupo ligado ao BPN. Além de ter estado na administração de várias empresas, era, ao mesmo tempo, administrador em Portugal da tecnológica Ericsson, a empresa que fazia parte do consórcio para o SIRESP, precisamente como parceira tecnológica da SLN.
O negócio do sistema de comunicações haveria de cruzar-se, ainda, com o caso Portucale, um processo em que se investigava a declaração de “imprescindível utilidade pública”, também nos últimos dias do Governo de Santana Lopes, a um terreno turístico em Benavente. Mas nunca chegou a levar qualquer dos seus protagonistas a sentar-se no banco dos réus.
É por estas e outras iguais. Como se diz aqui, eleger a Arábia Saudita para falar de igualdade de direitos entre géneros é como eleger um pirómano para chefe dos bombeiros.
Isto é um trabalho de investigação como deve ser. Se o jornalismo fosse todo assim...
Por muito que se tente dourar a pílula...
“In the 1990s I lived in Budapest, where I was doing consulting and owned a private security company SAS. There I met a well-known businessman Semion Mogilevich. We established relations of trust, partially because both of us were religious Jews. In the mid 1990s, actually between 1993 and 1996, he asked me to hand over cash to various people. One of them was Sándor Pintér (the current Hungarian Minister of Interior Affairs, The Insider.) At that time I only knew that he was a senior police officer and that he was working for Mr. Mogilevich. <> Once in the spring of 1994, on the eve of the parliamentary elections, Mogilevich’s interpreter brought me a suitcase with almost one million Deutsche Marks. This money was supposed to be handed to a young man. However, the young man refused to enter my home. I’ve told him: “Listen, I have the suitcase with the damn money, and I am not going to step out to the street with this cash. If you refuse to enter, I’ll give the suitcase with the million back to Mr. Mogilevich. I don’t care.” He went up to my place with another elderly looking gentleman, and I handed over the suitcase with cash. I didn’t care who he was. Only after the parliamentary elections I realized that the young man was Viktor Orbán from the Fidesz. <>.
I declare, under penalty of perjury, that I was telling the truth.
Regensburg
06/15/2016»
Dietmar Clodo citado por Jürgen Roth in “Dirty Democracy.”
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“Unfortunately, Orbán is a puppet today, who follows Putin’s instructions,” – commented Clodo to The Insider. He believes that Mogilevich, in exchange for his freedom, handed over the compromising tapes to the former FSB Director Nikolai Patrushev. At any rate, Orbán was suddenly invited to visit Moscow right after Mogilevich’s arrest, and this was the exact moment that Orbán made a sharp U-turn in his policies.
Em 12 anos, Cunha Ribeiro atravessou quatro governos de três partidos, sempre em cargos públicos de relevo e com várias suspeitas às costas. Espero que a culpa não morra solteira. Lalanda e Cunha Ribeiro são apenas a ponta de um icebergue cuja profundidade ainda mal conseguimos vislumbrar.
Se não se faz alguma coisa começa a espalhar-se e a certa altura já nenhum remédio funciona e o organismo morre.
Não por acaso, os gregos antigos usavam a palavra corrupção para designar a morte - processo em que as partes do todo que é o corpo se desintegram, perdem a coesão e se rompem, literalmente, até desfazer-se. É o que acontece às sociedades corruptas: perdem a coesão, começam a romper-se as partes e muitas vezes já não há reforma que consiga penetrar esses tecidos doentes e acaba-se em revoluções sangrentas.
O que assusta não é haver corrupção aqui no país porque isso existe em todo o lado onde há seres humanos. O que assusta é a permissividade e enraízamento do fenómeno atravessar todos os partidos e governos. Quer dizer, para que uma empresa como esta citada tenha atravessado quatro governos de três partidos, apesar de ser alvo de suspeitas é preciso que muita gente ao mais alto nível desses partidos tenha fechado os olhos ou aberto as mãos à sua influência.
Daí o título do artigo deste indivíduo ser tão certeiro.
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