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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
"Brexit" significa controlo do número de europeus no Reino Unido
Que o Reino Unido quisesse sair por entender que estaria a ser prejudicado na UE (o que não é verdade) ou por entender que a UE não tem já reforma possível e pensar que o melhor é sair o mais rápido possivel... agora querer sair só para impedir europeus e árabes de irem para o Reino Unido?? É um indicador de impotência e de ineficiência em resolver o problema que de qualquer modo não vai desaparecer por sairem da UE.
Acho triste, esta acção de fuga que não está de acordo com a ideia que tínhamos da Inglaterra.
Confirmaram-se as boas notícias em Bruxelas. Portugal garantiu passagem do OE 2017, evitou suspensão dos fundos europeus e viu o fim do Procedimento por Défice Excessivo ficar mais próximo, se a operação Caixa não complicar.
Traduzindo para bom português: depois de se tornar público que a França tem acordos secretos para prevaricar na economia conforme lhe apetecer Bruxelas perdeu legitimidade, já para não falar de moral, para punir seja quem for. Já na semana passado o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, rejeitou imposições de Bruxelas, numa nova polémica com a Comissão Europeia antes de um referendo decisivo para o seu futuro político.
Bastardos inglórios são todos estes políticos europeus de pacotilha que puseram em perigo de derrocada um projecto extraordinário por razões mesquinhas, vaidades e ganâncias.
O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros considera que a Europa precisa de tirar lições da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, porque também no velho continente há concidadãos frustrados com a repartição desigual dos rendimentos.
... dada a falta de qualidade dos comissários e dos políticos nos países, a falta de integridade e honestidade, a permeabilidade a grupos económicos, o deslumbramento com luxos excessivos, os abusos de poder, o desinteresse pelo bem estar das populações, a falta de respeito pelos direitos dos outros, a pobreza da vida democrática, etc. E eles sabem disso. Toda a gente se lembra como há um par de anos milhões de pessoas pelo mundo fora saíram para as ruas e ocuparam cidades durante meses a fio a protestar contra o establishment. Daí que não se façam eleger e façam tudo à porta fechada, sem actas nem nada, tipo 'quero, posso e mando'...
Desnorte significa 'perder o Norte', perder o sentido de orientação, não saber que caminho seguir e que caminho evitar. É o que se passa com a Europa relativamente aos muçulmanos radicais. Tolerar tudo implica tolerar a intolerância e a violação de direitos humanos, logo, ser tacitamente seus cúmplices.
Esta maneira de vestir é própria do radicalismo extremista totalitarista religioso da Sharia, essa interpretação do Islão que defende a repressão dos infiéis e das mulheres, até à morte em caso de desafio, numa sociedade onde elas não podem ter uma identidade pública e são escravas, o que é uma expressão de intolerância e de violação grosseira dos direitos humanos.
Que esta mulher viva na Caverna do Platão ou na Idade das Trevas e não perceba isso e ande assim em casa dela é uma coisa mas permitirem que ande assim no espaço público e até convidarem-na para defender ideias intolerantes e contrárias aos direitos humanos na TV é igual a convidarem um nazi para ir à televisão, vestido com a farda castanha e a braçadeira com a suástica, defender a sua intolerância e visão totalitarista do mundo. Completo desnorte.
O UKIP tem, neste momento, apenas 11% das intenções de voto em Inglaterra. Nunca tiveram muito mais que isso mas, no entanto, conseguiram criar um ambiente de ardor xenófobo tão grande que mais de metade dos ingleses votou para sair da UE. Por aqui se mostra que não é preciso uma grande força para influenciar votos: basta uma força que explore a revolta, os medos e ambições das pessoas. (Britain: narcissist nation).
Quando pensamos nisso a posição inglesa parece louca: não é como se pudessem, saindo da UE, escorregar no mapa e ir parar a outro continente com outros países com quem possam negociar... vão ficar à mesma na Europa, vão precisar que os países da Europa lhes comprem os produtos, mas agora com muito menos influência e numa posição de fraqueza em vez de força.
Só que o Brexit não foi um voto útil, foi um voto emocional. O Brexit não foi só motivado pelos discursos xenófobos ingleses do UPIK, a Alemanha e a França também tiveram responsabilidades nisso porque a UE não é uma mera agregação de países por motivos económicos - há forças históricas e psicológicas em jogo.
A UE era uma espécie de Cerberus, esse monstro grego de três cabeças que seduz os humanos ao Hades mas depois não os deixa sair e come os que o tentam. As três cabeças desta UE eram a Inglaterra, a Alemanha e a França.
A França já teve um império e já mandou no mundo. Isso foi há muito tempo e já não vivem o luto da perda do Império mas ainda têm a pretensão de ser o farol do ideal de civilização humana dentro da UE. A Inglaterra está em pleno luto da perda do Império. O culto quase religioso à Rainha, que é do tempo desse Império e, portanto, um testemunho, ainda vivo, da sua grandeza no mundo, (quando ela morrer a monarquia vai entrar em crise porque o filho não é presença mnésica de coisa alguma) é a face visível dessa nostalgia de grandeza. A Alemanha viveu uns séculos em grande despeito por não ter um Império, ao lado de países, todos eles, com Impérios para mostrar nos seus pergaminhos. Fez duas tentativas, pela negativa, que deram muito mau resultado e viu agora, com a UE, a oportunidade de realizar essa ambição pela positiva.
Neste jogo psicológico de alimentar a vaidade que é o patriotismo (a não ser em tempos de guerra, em que é uma necessidade), onde todos querem ser grandes (os líderes ingleses passam o tempo a dizer que vão fazer a Inglaterra outra vez great [parecem o Trump], os franceses a lembrar o passado grandioso da França e os alemães a gabarem-se da UE falar alemão, por assim dizer) a Inglaterra lutava contra o domínio da Alemanha e contra uma aliança germano-franca, situações que a diminuiam, impediam as suas pretensões de importância no mundo e faziam ressurgir os contenciosos históricos com esses dois países, ainda muito presentes, sobretudo o da Alemanha, no imaginário inglês. Ora, o domínio da Alemanha e uma aliança franco-germana (os franceses vêem nessa aliança a única maneira de se manterem importantes na UE) foi exactamente o que se passou.
Que a Alemanha, sobretudo, não tenha compreendido e continue a não compreender que esta tentação de imperialismo é uma estaca ferrugenta cravada no espírito que esteve subjacente à ideia de uma união de países europeus, que foi a ideia de convivência pacífica em termos de igualdade, é uma das razões que muito influenciaram o Brexit.
Como diz o autor do artigo, a população da UE representa zero vírgula qualquer coisa por cento da população mundial e daqui a uns poucos anos a sua economia também.
A Europa devia estar a pensar em unir-se e valorizar o que tem de efectivo valor para o mundo que é uma certa ideia de democracia, de respeito pelos direitos humanos, de cooperação (e não apenas competição) e de busca de entendimentos. Se é preciso riqueza para isso? Pois é, mas essa riqueza vem de se criar uma verdadeira união e não um Cerberus de patriotismos autofágicos.
Por consequência, pensar a união levando em conta o futuro que se quer, o passado histórico e o presente psicológico dos países que a compõem devia ser a tarefa mais urgente da UE e não jogar ao jogo da cadeira que atira sempre alguém para fora.
Juncker já deu ordens para que o ex-presidente da Comissão Europeia seja tratado como qualquer outro lobista.
Durão Barroso vai tornar-se no primeiro ex-presidente da Comissão Europeia a ver retirados os chamados "privilégios de passadeira vermelha" por Bruxelas, na sequência do cargo que ocupa na Goldman Sachs, avançou ontem o jornal Financial Times.
Isto é tudo triste... é triste e, para ele, uma vergonha, perder a influência priviligiada que tinha em Bruxelas; é triste, para ele e para nós, que tenha escolhido, após sair da Comissão, não usar a influência que tinha em Bruxelas para beneficiar o povo do seu país, que foi o seu trampolim para os privilégios da sua vida - uma espécie de segundo abandono; é triste que tenha sido o exemplo dele a tornar visível a falta de ética e a promiscuidade entre os negócios e os políticos; é triste que seja o Juncker, esse facilitador de negócios -lobista- às grandes multinacionais no seu país a fazer esta figura de regulador ético; é triste que a UE se tenha tornado um local onde alguns vivem com excesso de privilégios à custa das pessoas dos países que os pagam a ferro e fogo; é triste porque ele não precisava deste tacho para viver e podia ter optado por dignidade em vez de ganância.
A mesma quantia que o preço do resgate a Portugal. Isto é normal? Recura-se a restruturação da dívida de países inteiros para pagar esta obscenidade aos funcionários da UE? O salário médio de um funcionário europeu é de €78,503, cerca de 92,8843 €!!
As pensões dos funcionários da UE são uma auto-indulgência [obscena que todos nós pagamos]
But rather than diminish our appetite for Brexit, the current episode should serve as a reminder of why we wanted to leave the EU in the first place. EU pensions are an absurdly generous relic which, like so many initiatives from Brussels, seem organised more for the benefit of Eurocrats than member states. Euros 60 billion is a vast sum, yet covers the pensions of just 22,000 officials – a pot of euros 2.72 million each. That figure, and the obligations of members states, grows with every passing year. All the more reason to have done with a bloated and self-serving regime.
...
A fight over pensions will only prove again that it is the EU that is detached from reality. Such self-serving behaviour might see it share the ultimate fate of the League of Nations, not just its pension scheme.
“Relatos de abuso, incluindo espancamentos e violações, são extremamente alarmante, especialmente dada a escala das detenções de que tivemos conhecimento na semana passada”, afirma o diretor da Amnistia Internacional na Europa.
Estou à espera para ver o que a UE vai fazer. Se vai virar a cara para o lado e fingir que não vê e continua a pagar ao Erdogan para ele ficar com os refugiados ou se vai finalmente tomar decisões relativamente a toda esta embrulhada.
Ministro das Finanças alemão ameaça com decisões intergovernamentais e presidente do Parlamento Europeu quer governo europeu
Wolfgang Schäuble rejeitou a ideia de reagir ao Brexit retirando poderes a Bruxelas e devolvendo-os aos Estados-membros: “Isso não resolve os nossos problemas. Agora não podemos lidar com as mudanças complicadas nos tratados, que exigem a unanimidade”, disse. [Ah! Porque acabar com a Comissão não é uma mudança complicada que implica unanimidade?]
Lagarde também estimou que a UE deve melhorar a sua comunicação. “É preciso trabalhar na realidade económica, mas também nas perceções.” “Se há um abismo enorme entre as perceções dos europeus e a realidade, há um verdadeiro problema de comunicação”, completou. [Ah! Não há aqui problemas reais? Isto reduz-se tudo a um problema de comunicação?]
Oa alemães estão a jogar um jogo muito perigoso.
Depois de ter fechado um acordo no valor de 15 mil milhões de dólares nos EUA, devido ao escândalo das emissões de gases, o CEO da Volkswagen (VW) diz que uma solução semelhante para a Europa seria inapropriado e financeiramente incomportável.
Matthias Mueller, citado pelo ‘Welt am Sonntag’, nota que a “situação na Europa é diferente”...
Inapropriado? A “situação na Europa é diferente” porque na Europa quem manda é a Alemanha e eles sabem que por esse lado estão safos. Se a empresa fosse espanhola ou italiana ou isso, estavam a pagar também aos europeus mas é alemã... ninguém os vai sancionar por não pagarem como nos EUA.
É por isso que não quero uma Europa Federada: eu gosto da Alemanha, gosto dos filósofos alemães, adoro os compositores alemães, gosto tremendamente de um alemão que conheço mas não quero o meu país germanizado, não quero uma Europa que replica o sistema de classes onde os países ricos têm uma lei que os previligia e os pobres outra, que os sanciona.
A VW tem tanto dinheiro, mas tanto, que a certa altura abriu um banco porque já não sabia o que fazer a tanto dinheiro. Mas não vai pagar aos clientes que enganou propositada e conscientemente, porque... pode. É uma pouca-vergonha e acho que as pessoas deviam não voltar a comprar VWs dado o desprezo que eles têm pelos clientes, pela lei e pela decência em geral.
Não aprendem com os erros? Hoje a Directora do FMI veio dizer que Brexit é oportunidade para fazer o que estava condenado ao veto britânico... O que ela quer dizer é o mesmo que o Schulz está a dizer: agora que nos livrámos do UK vamos fazer disto uma Federação, uns Estados Unidos da Europa, com um só governo, um só orçamento, etc. - a Alemanha a gerir o dinheiro e soberanias europeias, calculo.
Não perceberam que o RU saiu, também por causa desta constante pressão para nos submetermos a uma Europa Federal, onde os países ricos têm uma regra e os pobres outra.
Eu não quero uma Europa Federada, com pseudo-soberanias e, tenho quase a certeza que a maioria dos europeus também não o quer. É um erro tremendo que trará custos muito grandes. Só quem não conhece a história da submissão dos países de Leste debaixo da grande mãe Rússia e os custos que isso teve é que pode pensar em querer levar isso adiante.
Não podemos ser reféns das megalomanias delirantes dos maus líderes que temos na UE.
Entretanto, o que fica cada vez mais à vista é o contentamento em que certos países estão por se terem visto livres do Reino Unido. Isso assusta um bocadinho...
On balance, the consequences will be dramatic for Britain. But from the standpoint of the remaining 27 EU members, Britain's withdrawal offers more opportunities than drawbacks.
Os alemães estão contentes com a saída do UK e falam em oportunidades para os outros 27. Na realidade o que querem dizer é oportunidades para a Alemanha já que é o país que manda na Europa, incontestado pelos outros. O Reino Unido também nunca lutou contra o politburo alemão que está a asfixiar todo o projecto, pelo contrário, votou sempre com eles a não ser quando os seus interesses pessoais estavam em jogo. E agora fugiu.
Esta UE é um bluff, um logro, onde todos os países tentam enganar todos por dinheiro e poder.
Ninguém duvida que este racismo xenófobo que agora se viu legitimado no Reino Unido pelo resultado do referendo também aconteceria em muitos outros países da UE se lhes fosse dada a opção de um referendo.
É muito urgente que os cabecilhas da UE acordem para as causas destes nacionalismos ignorantes: a falta de democracia, a opacidade das decisões, o tráfico de influências, os burocratas de Bruxelas, o politburo em vez de um governo partilhado, a arrogância de muitos governos europeus, o empobrecimento dos países do Sul, a humilhação de uns países por outros por ganhos políticos internos...
É preciso ter presente que metade dos eleitores britânicos, quase todos jovens, portanto, os que vão construir o futuro, votaram para ficar na UE, queriam integração e não dissolução. O grande problema é os cabecilhas da UE serem da mesma geração dos 'seniors citizens' que votaram o Brexit.
etc...
via Sarah Childs
(fui sapada! Thanks 😀)
The six founding members of the European Union are meeting in Berlin to discuss Brexit
No vídeo diz-se que a UE procurou agir em conjunto quanto aos problemas dos refugiados. Não é verdade. Nem agiram em conjunto nem com solidariedade com os países que mais precisavam. E o discurso do Schultz que aí se vê é um discurso de ódiozinho ressabiado e arrogante - culpa os ingleses por tudo e não está disposto a olhar para dentro e procurar, também em si mesmo, quer dizer, no interior das manobras elitistas e opacas de Bruxelas, razões deste Brexit. Para ele a culpa do divórcio está só de um lado. Como vão ser, este e outros como ele, os que vão continuar a mandar em círculozinho fechado, como se vê nesta reunião dos fundadores, não acredito que algo de bom resulte para a UE com esta crise.
A arrogância, a ganância e o medo dos povos e dos que neles mandam estão sempre na origem das catástrofes... eram precisas outras pessoas e não as mesmas que levaram isto à beira do colapso.
... era bom que se aceitasse a pluralidade de línguas da União em vez de querer que umas anulem outras.
...para analisar as consequências do Brexit... ministro alemão Frank-Walter Steinmeier será o anfitrião...
Numa altura em que tudo que se diz e faz pesa e tem significado simbólico e prático, os países fundadores escolheram reunir-se à margem do resto dos países apesar de andarem a dizer que os 27 continuam fortes. Que mensagem isto manda ao resto dos países? Que a UE tem membros de 1ª categoria -os que decidem- e de 2ª categoria -os que se submetem.
Não aprendem nada com os erros. Ainda nem perceberam porque é que as pessoas votaram para sair, porque é que outros pela Europa também já querem um referendo. É impressionante... isto vai ser dramático porque a UE não tem líderes à altura das circunstâncias.
O sonho de uma Europa unida, democrática, coesa e solidária com a diversidade dos seus princípios e raízes. Uma oportunidade deste continente exercer uma influência positiva no mundo pelo exemplo.
O que fica cada vez mais claro é que a UE não tem líderes à altura das circunstâncias. O Putin, o Médio Oriente, a China e os EU ficam contentes com isto: tudo o que enfraquece a UE os fortalece.
Está a fazer um discurso de, 'nós britânicos somos bestiais, especiais e fantásticos' mas com pouca convicção... deixou claro que vão invocar o artigo 50 do Tratado de Lisboa quando lhes convier... what? Até parece que não há uma outra parte neste divórcio ou que essa outra parte não se importa de ficar inactiva à espera do que convém aos ingleses...
É claro que quando os países do Norte não cumprem a meta ninguém os sanciona e depois, faz muito sentido, a países que estão com dificuldades de pagar a dívida, em grande parte por imposições de austeridade cega da UE, dificultar-lhes ainda mais a capacidade de a pagar.
A qualidade da UE não está à altura das expectativas dos cidadãos europeus.
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