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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Nada do que importa se discute. O que vão fazer para acabar com a corrupção na política e na Administração Pública, o que vão fazer para que a democracia seja representativa e não uma encenação, o que vão fazer para acabar com a lentidão da justiça, a desigualdade na educação e na saúde, como vão inverter o processo do desemprego, como vão estimular a economia, como vão baixar as despesas do Estado sem atirar todo o povo para a miséria, etc., etc.
Nada se discute. É só ruído e esbracejamento. Os próprios partidos não acreditam em coisa alguma do que dizem. Alguns, como o Sócrates, vê-se perfeitamente que recitam frases decoradas que não têm consequência, como um actor que despeja as suas 'frases' noite após noite, cada vez mais ruidosamente para disfarçar a falta de convicção. Mas, mesmos os outros, não são muito melhores. Alguns preocupam-se, mas não têm nenhuma visão para apresentar. Não têm um regime, um plano, não só para recuperar a saúde do país, mas com um regime para depois manter a saúde. Só nos dão pensos rápidos.
Os políticos, por falta de cultura política e filosófica, demitiram-se do seu papel de pensarem o país e o povo e deram esse cargo aos economistas e gestores. Mas a economia e a gestão não se esgotam em si mesmas, são instrumentos. Se não obecedem a um plano que as ultrapassa, até podem restaurar alguma riqueza, mas para ser desbaratada logo a seguir, por falta de fins que dêem sentido a uma estratégia definidora de prioridades.
Nenhum partido parece perceber isso. Ora defendem uma coisa, ora outra oposta.
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