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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Gerir um dos novos reagrupamentos de escolas não é como estar à frente de um jardim-de-infância nem tão pouco de uma primária ou secundária com algumas centenas de alunos. "A gestão de proximidade perde-se quase completamente"
Passar o testemunho Este é o aviso que os presidentes das comissões administrativas provisórias (CAP) deixam aos que se candidatam ao lugar que ocuparam durante o último ano. Eles, melhor do que quaisquer outros, sabem do que estão a falar. Foram os primeiros a assumir a gestão dos novos agrupamentos e durante um ano estiveram a preparar a fusão destas escolas. Uniformizaram práticas, documentos, critérios de avaliação, processos pedagógicos e outras burocracias que antes eram diferentes em cada estabelecimento de ensino. Construíram novas bases de dados para alunos, docentes e funcionários. Fundiram serviços administrativos e juntaram departamentos disciplinares que passaram a ter 60, 70 ou mais professores.
Ou seja, deram cabo do ensino! Uniformizaram o que não pode nem deve estar uniformizado -escolas diferentes, realidades diferentes, disciplinas diferentes que exigem lógicas diferentes...vai a tudo a eito de modo igual como quem funde anéis e transforma tudo em barrinhas- para facilitar a vida ao director. Isto é, os professores deixaram de trabalhar para os alunos, trabalham agora para o director: para facilitar a gestão do director, para que ele não se perca no meio de tanta confusão. Isto foi o que fizeram em Inglaterra com resultados desastrosos.
Em Portugal escolhe-se sempre a pior alternativa com o engodo do poupar dinheiro: que não poupa, porque isto é agora mais barato mas vai sair muito caro em termos de anos de educação perdidos. Não admira que o ensino particular, de ano para ano, tenha melhores resultados: escolhe os alunos, tem turmas pequenas, em escolas pequenas com óptimas condições.
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