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Veiga Simão lamenta destino da avaliação de desempenho dos professores

Pessoas que tiveram responsabilidades, que não sabem do que falam mas que não resistem a atacar os professores. Sempre a falar mal dos professores, parece terem-nos um ódio qualquer...não percebo. Quando me ponho a pensar nos professores que tive, exccepto a professora da primária que todos detestávamos porque fazia questão de distribuir todos os dias uma dose de reguadas e bofetadas a toda a gente, não me lembro de odiar nenhum professor. Alíás, olhando para trás, o que vejo é que tinham muita paciência para me aturar. A partir aí dos doze anos tornei-me uma pessoa difícil -to say de least- e problemática. Tive professores excelentes outros razoáveis, uns exigentes outros menos, uns autoritários outros menos, mas nunca me passou pela cabeça contestar uma nota ou achar que eram injustos os castigos. Quer dizer, nós éramos capazes de fazer grandes parvoíces mas não éramos estúpidos nem desonestos de modo que sabíamos muito bem que todos os castigos eram mais que justos.

Alguns professores souberam dar-me a volta e tinha-lhes muito respeito, mas mesmos os outros, se não faziam melhor era porque nós às vezes dificultávamos o trabalho deles. Dois ou três professores marcaram-me, não por terem feito alguma coisa de especial mas porque algumas palavras ou atitudes tiveram grande significado, para mim. Um professor de Trabalhos Oficinais, como se chamava então, que tive no que agora é o sexto ano, adorava-o. Convenceu a escola a deixar-me ir para a oficina de madeiras trabalhar no torno (onde só os rapazes trabalhavam) e livrou-me assim das aulas de costura e cozinha...

Enfim, em geral a impressão que tenho de tantos professores que tive é que tinham grande paciência para nos aturar (o padre que dava Religião e Moral sofreu muito, coitado) e muito boa vontade. E o que eu vejo hoje na escola, nos colegas, é que têm muita paciência para aturar os alunos do básico e muito boa vontade. e se não fazem melhor é porque, de repente, aqueles que mais deviam motivar-nos e estimular-nos, que são os chefes, nas pessoas dos ministros da educação, sercretários de estado e do primeiro ministro, só falta quererem bater-nos pessoalmente.

De modo que esta raiva e desprezo que tantos governantes e outros têm pelos professores é significativa - assim como é preciso ser-se inteligente para se perceber a inteligência nos outros, também é preciso ser-se pessoa de valor para se reconhecer o valor nos outros e a maioria dos que para aí andam a falar em tom ordinário dos professores são pessoas de baixo nível e...enfim, tem àvondo, Beatriz, que não vale a pena baixar o nível da conversa com ofensas.

 

publicado às 15:00


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