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o que nos une e o que nos separa

por beatriz j a, em 03.02.11

 

 

 

Como podem os professores lutar seja pelo que for enquanto estiverem desunidos e divididos por desconfianças derivadas da falta de transparência dos processos? Poderão assinar papéis, petições, protestos e pedidos e até ir à rua (não como dantes) com cartazes. Mas não passará disso. Não estenderão os protestos aos actos.

O tipo de resistência que se requer, seja para lutar contra o despedimento dos contratados ou dos professores de E.V., seja para lutar contra a aglutinação de disciplinas em coisas generalistas ou outra coisa qualquer implica uma unidade muito forte entre as pessoas, pois tomar sózinho e desprotegido pelos que o representam uma atitude de recusa em obedecer tem sacríficos e custos demasiado elevados para que alguém se arme em herói.

Ora, o que é que causa esta desunião entre os professores? Por que é que já não estão unidos como em 2008? Não estão, porque uns aceitaram o papel de serem avaliadores dos outros com tudo o que isso implica de ressentimentos de uns e abuso de outros, e porque a gestão das escolas, não sendo democrática, reforça as injustiças, os ressentimentos e os abusos de poder.

Existe maneira de unir os professores sem corrigir um destes dois factores que se implicam? Não me parece. Ou se mudava a gestão da escola, o que não é viável (pelo menos por agora) porque os próprios directores e adjuntos gostam deste sistema, ou muda-se a ADD. Se se mudasse o sistema de avaliação de modo a que uns não fossem juízes em causa própria e em detrimento dos colegas, talvez fosse possível reconstruir a unidade entre os professores, e talvez com essa unidade se mudassem outras coisas. Então porque não se muda? Bastava que uns não avaliassem e outros não pedissem para ser avaliados! Porque é que isso não se faz? Porque é que não há interesse em organizar os professores para essa resistência?

Porque é que tudo o que traria unidade aos professores é relegado para segundo plano? Apelos à unidade? Isso não é nada porque resulta em nada. Se a unidade não for construída sobre acções que restaurem a confiança, não passa de palavras ao vento.

O ministério goza com a nossa divisão? Pois goza, já que inventou certos processos mesmo com esse objectivo...de não termos união, logo, não termos força, para lhe opôr resistência. Mas, se sabemos disso, porque é que não fazemos da união a grande prioridade, sabendo que é dela é que vem o poder para resistir e para mudar? Porquê? Porque é que quem tem poder para organizar essa unidade não a organiza, não a promove, não a sustenta, sequer...?

A resposta a estas questões, penso, tem que ser dada, e tem que se tirar dela ilacções, sob pena de ficarmos eternamente divididos e à mercê de quem nos dividiu.

 

publicado às 10:39


2 comentários

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De anabela gomes a 03.02.2011 às 15:32

Não sei...

Mas, não há muito tempo, formas de luta idênticas não levaram a bom porto... Ou seja praticamente a NADA!!!!!

Estamos basicamente na mesma quanto à avaliação,... pior ainda quanto à integração nos novos escalões da Carreira em que pura e simplesmente perdemos mtos anos de carreira...
e qto a isso o que se fez? Desistiram.... ???????????????????

Afinal, começamos por nos envolver (manifestações, greves, alguns conseguiram cumprir a não entrega de objectivos, mas outros enfim... - se calhar mtos do quais agora estão mais em apuros; embora, chegue p/ todos e a todos em última análise),
mas, o que é um facto é que desistimos... (e facilmente em minha opinião).
Por acaso, gosto mto pouco disso, ou é ou não é...
enfim...
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De beatriz j a a 03.02.2011 às 22:03

Eu acho que não desistimos. Aliás, faz-me uma enorme confusão que depois de dois anos de manifestações, plenários, discussões sobre objectivos e etc., de repente agora se considere que afinal o modelo de av avaliação não é mau e se passe uma esponja por cima de tudo e não se fale mais no assunto, quando ele está a envenenar as escolas e tudo o que lá se faz.
Eu não desisti e vejo que outros também não estão dispostos a uma vida profissional de mentira para inglês ver. Agora, sozinhos nada podemos e é preciso começar por algum lado.

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