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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Subestimo sempre o machismo dos portugueses, mesmo aquele machismo não agressivo e benevolente. Nunca estou à espera dele. Como os meus melhores amigos não são nem um bocadinho machistas e como eu não ligo puto a isso nem me passa pela cabeça que os outros vivam nessa atitude. É assim que me acontece dizer qualquer coisa a um homem que não conheço bem mas que faz parte do círculo de conhecidos com a intenção de discutir uma ideia ou tentar perceber um ponto de vista e de repente apercebo-me que o indivíduo assumiu que eu estou a querer qualquer coisa a mais do que disse. Não lhe passa pela cabeça, sendo eu uma mulher, que esteja interessada em discutir uma ideia ou até em fazer uma amizade. Não senhor. O que lhe passa pela cabeça é que estarei com alguma intenção de qualquer coisa. É claro que volto costas e nem digo nada porque também não vale a pena embaraçá-lo. Mas isto surpreende-me sempre e deixa-me irritada. Se eu quisesse algo mais saberia dizê-lo...
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