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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Aquilo que dantes acontecia apenas nas reuniões de Conselho de Turma -colegas a esconderem os casos de indisciplina nas suas turmas para não passarem uma imagem de falta de 'mão' nas turmas- estendeu-se agora às escolas como um todo com medo de serem identificadas como escolas problemáticas com direcções fracas. As escolas cada vez são mais uma 'coisa' que serve interesses e finalidades que nada têm a ver com educação de pessoas, com evolução de povos...
Eu não vou fazer esta greve. Talvez não volte a fazer nenhuma greve enquanto os que jogam se usam das cartas que têm na mão, não para cortar vazas malignas mas para encartar com o poder desperdiçando os trunfos em causa própria. É que, sinceramente, o que eu vejo é que de cada vez que os sindicatos se chegam à frente para representar os professores ficamos pior do que estávamos. Se é incompetência ou falta de verdade, não sei. O que sei é que não os vejo representar os professores ou fazer seja o que for em benefício da educação, só os vejo ser porta-vozes do poder na destruição das coisas e vejo que foram eles, sobretudo, quem quebrou a espinha, o ânimo e a vontade aos professores com as tácticas de desmobilização e compactuação com o poder. Porque, o que nos destrói não é a contrariedade ou má-fé dos inimigos (embora, seja um anacronismo que o ministério que nos tutela pense em nós, professores, como inimigos...), que é esperada e encaixada como fazendo parte da luta, mas a dos que deviam ser representantes e líderes da nossa luta. O governo prejudicou-nos mas quem nos retirou a força foi quem disse representar-nos.
Como a greve não vai ter benefício nennhum para nós, quem é que vai beneficiar...? Não sei, mas tenho grandes desconfianças...
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