Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Num país pequeno como o nosso onde a informação circula muito rapidamente, a existência de blogues tem contribuído, e muito, para a vivificação da cultura democrática.
Por várias razões, embora ligadas a uma mesma questão: os meios de comunicação social tradicionais – televisão, jornais.
Os blogues fornecem informação em primeira mão, não filtrada pelos meios de comunicação.
Permitem o acesso a uma diversidade de informação nas fontes que, de outro modo, dificilmente alcançaríamos, quero dizer, se tivéssemos de depender dos outros meios já referidos.
Facilitam o conhecimento e o contacto directo com pessoas com quem nos identificamos, culturalmente falando, ajudando à construção de círculos sociais dinâmicos e interventivos. Este factor parece-me fundamental, sobretudo quando as instituições e a vida política em geral se degradam e se fecham à crítica e à renovação.
Ao constituirem-se como vozes críticas assumidas fortalecem a vida democrática.
Também alimentam a esperança na medida em que são prova de que há vida para além do poder. Ficamos a saber, lendo muitos blogues, mais os seus seguidores e comentadores, que, embora sem voz activa nas instituições de poder, há muita gente de muita qualidade a trabalhar por este país fora. Gente que não está adormecida, gente que não desiste de pensar.
É claro que há-de haver por aí muito blogue pouco recomendável. Mas, felizmente, podemos optar por não os ler.
À margem da blogosfera, surgiu no interior da classe profissional dos professores, o fenómeno da ‘mailosfera’, que é idêntico. Hoje em dia, cada vez que abro o mail tenho mais de vinte mensagens de professores. Acontece que algumas até vêm de professores de outras cidades e escolas, gente que nem conheço, mas que, tendo informação «fresca» a põe imediatamente a circular na ‘mailosfera’. E, na verdade, circula.
Esta realidade foi o motor mais importante da autonomia dos professores destes últimos tempos. Por causa desta ‘mailosfera’ os professores já não dependem exclusivamente, como dantes, da informação que outros (sindicatos, meios de comunicação social, conselhos executivos e outras vozes marcadas pelo poder e pela luta pelo poder) facultavam sobre as questões da educação, da política educativa, etc.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.