Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Público
Carlos Lopes (arquivo) |
Francisco Louçã recusa interpretação, mas admite mudar a lei |
A proposta sobre sigilo bancário apresentada pelo Bloco de Esquerda (BE) e viabilizada na generalidade pelo Partido Socialista (PS) na semana passada no Parlamento, tal como está, vai levar a que apenas os contribuintes individuais tenham as suas contas bancárias sob escrutínio do fisco. As empresas, pelo contrário, ficarão com um regime que as protege mais do que a lei actual, não podendo a Direcção-geral dos Impostos (DGCI) aceder às suas contas sem a autorização de um tribunal.
Esta é a opinião de quatro fiscalistas contactados pelo PÚBLICO, que apelidam a proposta de “grande trapalhada”; “enorme falta de rigor” ao mesmo tempo que dizem que “custa a acreditar que tenha sido assim aprovada” e que “demonstra bem o risco de alterações legislativas precipitadas com intuitos populistas e/ou eleitoralistas”. O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) também faz a mesma interpretação e apela a que a lei não seja aprovada nestes termos, “já que colocaria em risco várias acções inspectivas em curso”.
Ou seja, quem tem pouca roupa passa a estar nu. A quem tem muita roupa ofereceram-lhe um grande baú com cadeado e segredo.
Uns e outros são iguais.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.