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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Não assinei a petição do Luís Braga para a penalização dos Pais em caso de abandono e/ou indisciplina dos filhos/alunos.
Não quer isso dizer que esteja em desacordo com a necessidade e urgência de os Pais perceberem que são responsáveis pela correcção dos comportamentos dos seus filhos bem como pela vigilância e controlo dos seus estudos, em casa. Mas não me parece bem, nem razoável, para além de me parecer uma inutilidade quanto à mudança de comportamentos e atitudes dos filhos, tentar resolver os problemas desse modo.
Parece-me haver aqui grande confusão e desorientação de papéis sociais e obrigações.
Os Pais podem, e devem, quanto a mim, ser penalizados pelos seus próprios comportamentos e atitudes - irem para as escolas insultar e agredir colegas dos filhos, professores e funcionários é completamente inceitável e deveria ser exemplarmente punido. É claro que, para isso, precisaríamos de um Ministério que não incentivasse, pelo seu próprio exemplo de comportamento e atitude, o desrespeito sistemático e contínuo dos professores e das escolas em geral. Quanto a mim, a primeira pessoa a penalizar seria a própria Ministra da Educação que tem responsabilidade maior em todo este assunto.
Penso que há muito que fazer no que respeita à educação dos Pais enquanto Encarregados de Educação - a maioria deles não faz melhor porque não sabe bem o que pode e deve fazer para ajudarem os filhos a melhorar e porque são muito influenciados pelas correntes de ideias, modas, etc. da sociedade que passam subterraneamente em tudo que é notícia, programa, publicidade, etc., e que são interiorizados sem os conhecimentos e o espírito críticos necessários a uma ponderação objectiva das situações. Penso, mais uma vez, que a tutela tem tido grande responsabilidade no modo com infantilizou os alunos, desresponsabilizou-os pelos seus próprios comportamentos e tentou fazer dos Pais aliados na sua guerra contra os professores.
As coisas são complicadas e não se resolvem com multas, por maior que seja a tentação. Qualquer dia estaríamos a defender que os Pais sejam avaliados? Que prencham grelhas de objectivos individuais ácerca do seu trabalho como encarregados de educação? A perguntar-lhes quantas visitas de estudo fizeram com os filhos? Etc. etc., etc...?
Não me parece.... As soluções têm de ser outras.
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