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coisas que nos deixam doentes

por beatriz j a, em 09.04.10

 

 

Iémen: Lesões genitais matam noiva de 13 anos

Uma menina de 13 anos morreu no Iémen devido a uma hemorragia provocada por ferimentos nos órgãos genitais quatro dias depois de ser forçada pela família a casar-se com um homem mais velho. A denúncia partiu de uma organização dedicada à defesa dos Direitos Humanos no país islâmico.

A vítima de 13 anos morreu a 2 de Abril numa localidade da província de Hajja e o seu marido de 23 anos foi detido pelas autoridades. O relatório da autópsia indica que sangrou até à morte devido às lesões que sofreu ao ter relações sexuais.

Segundo o Fórum das Irmãs Árabes para os Direitos Humanos, o casamento deveu-se a um acordo entre dois homens que ofereceram um ao outro as respectivas irmãs para evitar o pagamento de um dote.

 

O Islão pratica alegremente a violação de menores - a pedofília, que apesar de tudo faz escândalo no Ocidente, como se vê pelo que está a acontecer na Igreja cristã, é prática institucionalizada pela religião do Islão, onde as mulheres são tratadas como nem os animais se tratam.

É difícil não se ficar doente. A semana passada li um artigo no site http://brasil.indymedia.org/es/blue/2007/11/401938.shtml sobre o Feminicídio no Congo, por Eve Ensler. é inacreditável a frequência com que a Humanidade cai nas trevas. Na realidade, há pequenas bolsas de ar respirável na História. Muito pequenas. Duram pouco tempo e são restritas a uma ou outra zona do planeta. Depois, cai-se outra vez na barbárie. O que não entendo é como é que essas pessoas não entendem que o que destrói uma parte se reflecte na saúde do todo.

 

Este é parte do testemunho da Eve Ensler:

 

Volto do inferno. Procuro desesperadamente uma maneira para lhes contar o que vi e ouvi na República Democrática do Congo. Procuro uma maneira para lhes narrar as histórias e as atrocidades, e, ao mesmo tempo, evitar que fiquem abatidos, chocados ou afetados mentalmente. Procuro uma maneira de lhes transmitir o meu testemunho sem gritar, sem me imolar ou sem procurar uma AK 47.

 

Não sou a primeira pessoa que denuncia as violações, as mutilações e as desfigurações das mulheres do Congo. Existem relatórios a respeito deste problema desde 2000. Não sou a primeira que conta essas histórias, mas, como escritora e militante contra a violência sexual contra as mulheres, vivo no mundo da violação. Passei dez anos a ouvir as histórias de mulheres violadas, torturadas, queimadas e mutiladas na Bósnia, Kosovo, Estados Unidos, Cidade Juárez (México), Quênia, Paquistão, Haiti, Filipinas, Iraque e Afeganistão. E, apesar de saber que é perigoso comparar atrocidades e sofrimentos, nada do que eu tinha escutado até agora foi tão horrível e aterrorizador como a destruição da espécie feminina no Congo.

 

A situação não é mais do que um feminicídio, e temos que a reconhecer e analisar como tal. É um estado de emergência. As mulheres são violadas e assassinadas a toda hora. Os crimes contra o corpo da mulher já são horríveis por si. No entanto, há que acrescentar o seguinte: por causa de uma superstição que diz que, se um homem viola mulheres muito jovens ou muito idosas, obtém poderes especiais, meninas de menos de doze anos de idade e mulheres de mais de oitenta anos são vítimas de violação.

 

Também é necessário acrescentar as violações das mulheres em frente de seus maridos e filhos. Mas a maior crueldade é a seguinte: soldados seropositivos organizam comandos nas aldeias para violar as mulheres, mutilá-las. Há relatos de centenas de casos de fístulas na vagina e no recto causadas pela introdução de paus, armas ou violações colectivas. Essas mulheres já não conseguem controlar a urina ou as fezes. Depois de serem violadas, as mulheres são também abandonadas por sua família e sua comunidade.

 

No entanto, o crime mais terrível é a passividade da comunidade internacional, das instituições governamentais, dos meios de comunicação... a indiferença total do mundo perante tal extermínio.

(...)

No leste do Congo existe um clima de violência. Nesta zona as violações tornaram-se, tal como me disse uma sobrevivente, um "esporte nacional". As mulheres são menos do que cidadãs de segunda classe. Os animais são mais bem tratados. Parece que todas as tropas estão implicadas nas violações: as FDLR, as Interahamwe, o exército congolês e até as Forças de Paz da ONU. A falta de prevenção, de proteção e a ausência de sanções são alarmantes.

 

Passei uma semana no Hospital de Panzi, vivendo em uma aldeia de mulheres violadas e torturadas. Era como uma cena de um filme de terror futurista. Ouvi histórias de mulheres que viram os seus filhos serem brutal e cinicamente assassinados. Mulheres que foram forçadas, sob a ameaça de armas, a ingerir excrementos, a beber urina ou a comer bebês mortos. Mulheres que foram testemunhas da mutilação genital dos seus maridos ou, durante semanas, violadas por grupos de homens. Essas mulheres faziam fila para me contar as suas histórias. Os traumas eram enormes e o sofrimento extremamente profundo. ...

 


publicado às 19:10


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