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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
[NOTA: Esta crónica foi originalmente publicada no dia 12 de dezembro, dia em que Pedro Passos Coelho deu uma entrevista à TVI e TSF] Visão
Hoje, Pedro Passos Coelho (PPC) dará uma entrevista a Judite Sousa (JS) e Paulo Baldaia (PB). A VISÃO publica, em antecipação, o conteúdo da conversa de logo à noite.
JS: Boa noite, sr. primeiro-ministro. Como é que vê o estado em que o país se encontra?
PPC: Julgo que o país está com uma dinâmica de crescimento muito boa e os indicadores da economia, do emprego às exportações, são muito positivos.
PB: De que país é que está a falar?
PPC: Da Alemanha. De qual é que vocês estavam a falar?
JS: De Portugal.
PPC: Ah. É uma realidade que conheço menos bem. Mas creio que também há razões para optimismo.
PB: O que é que espera da penúltima avaliação da troika?
PPC: Vou usar o método Miguel Relvas: espero passar sem ter feito nada para isso. Ah, ah, ah. Estava a brincar. Permita-me este pequeno chiste. Mais a sério, posso dizer-lhe que estou convencido de que tudo vai correr bem. O governo fez um esforço financeiro e adquiriu graxa preta e também castanha. Seja qual for a cor do calçado dos elementos da troika, vão sair daqui com os sapatos a brilhar. O segredo é uma escova que eu tenho, que nem é demasiado macia nem demasiado dura. E o modo como se esfrega. Está tudo no pulso, sabe?
JS: Teme que o tribunal constitucional possa chumbar algumas medidas do Orçamento Geral do Estado para 2014?
PPC: Neste momento, já não. Uma pessoa habitua-se. Os problemas que forem levantados pelo tribunal serão corrigidos no segundo orçamento rectificativo.
PB: No segundo?
PPC: Exacto. Duvido que não tenhamos de apresentar um rectificativo ainda antes da decisão do tribunal. Somos um governo trabalhador. Alguns dos executivos anteriores limitavam-se a apresentar um orçamento por ano. Nós apresentamos dois ou três. Temos paixão por aquilo que fazemos.
JS: O secretário de Estado Bruno Maçães esteve há dias na Grécia e surpreendeu por ter defendido a posição da Alemanha, e não os interesses de Portugal e outros países em dificuldades. Os jornais gregos chamaram-lhe mesmo "o alemão". Qual é o seu comentário?
PPC: Já tive oportunidade de falar com o sr. secretário de Estado, que me disse: "Es ist eine Verleumdung, ich würde so etwas nie tun."
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