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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Na minha escola, uma funcionária que lá trabalha mais ou menos há tanto tempo quanto eu, que estou ali há cerca de 17 anos, ainda é contratada! Como esteve doente o mês passado, só recebe vencimento depois da segurança social mandar um papel para a escola para que esta envie para Lisboa o pedido do vencimento. Como os pedidos dos vencimentos vão para Lisboa ao dia 4 de cada mês, se o papel da Segurança Social não chegar a tempo, fica esse mês sem receber. Ora, foi exactamente o que aconteceu. A senhora, que já de si ganha mal - ao fim de, pelo menos, 17 anos de trabalho recebe 500 euros, este mês não recebeu. Organizou-se entre os professores e os outros funcionários uma recolha de fundos para que ela possa ter o mínimo dos mínimos para sobreviver este mês. Ela tem dois filhos, que por acaso foram meus alunos. Um já é adulto mas o outro ainda anda lá a estudar.
Andamos nós a substituir o Estado nos seus deveres.
Isto é uma vergonha! Andam estas pessoas uma vida inteira como contratadas pelo Estado que deveria dar o exemplo de empregador sério. Ganham uma miséria ao fim de duas décadas de trabalho.
Andam uns a engordar com os dinheiros públicos para outros estarem assim, dependentes da boa vontade de terceiros.
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