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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
... e a ler sobre os Antigos. Como nascem, florescem e morrem as civilizações. Um dia hei-de ir a Creta, à terra dos Minóicos, invadida e ocupada por tantas civilizações posteriores. Para já vou ler o livro, The Minoans, de J. Lesley Fitton.
Palácio em Cnossos, fresco com golfinhos, c. 1500 BC. Museu arqueológico em Heraclião, Creta.
brahim Ferrer & Omara Portuondo
Hoje, último dia de Maio de um fim de semana comprido, para quem faz ponte, com um tempo belíssimo, as praias da Arrábida, geralmente cheias de gente nesta altura do ano estavam completamente desertas. No tempo em que lá andámos a caminhar, umas duas horas, vimos quatro pessoas. Isto deve-se, não a ter-se proibido o trânsito de carros numa parte importante do acesso às praias, pois podiam tê-lo feito desde que houvesse transportes públicos acessíves e frequentes. Mas não. Os transportes públicos custam 1.77€ por viagem, o que é incomportável para a maioria das famílias da zona que não têm posses e querem fazer praia com a família todos os dias, um dos poucos prazeres que restam aos portugueses menos favorecidos: o sol e o mar. O transporte, de qualquer modo, acaba na praia da Figueirinha, onde estão a pôr parquímetros que vão custar, ao que dizem, 3€ à hora. Quem é que pode estar um dia inteiro ou meio dia na praia, durante os meses de Verão, por esses preços? Primeiro expulsaram as pessoas da Tróia com os preços exageradamente caros dos ferry-boats, agora expulsam-nas da Arrábida com os preços dos parquementos e dos transportes.
Uma pessoa paga impostos nacionais e camarários altíssimos que o IMI é uma vergonha e em cima disso tem de pagar mais impostos para ir à praia. Portugal é um país quase todo à borda de água com milhares de praias e prainhas, sendo o sol e o mar dos poucos prazeres que as pessoas têm acessíveis mas o povo está impedido de as frequentar porque as câmaras querem ganhar dinheiro ou tornar as praias exclusivas para turistas. Entretanto, uns restaurantes de cimento horríveis em cima da praia estão todos renovados, quem sabe se com ajudas da câmara. Isto é uma câmara comunista... mas como sabemos, isso de ideologias políticas, hoje em dia, são só para inglês ver...
praias da arrábida
O 'macronismo' em França de que fala o artigo não é muito diferente do 'costismo/centenismo' português que cede sempre aos interesses dos lobbies dos grandes grupos económico-financeiros, como se viu e vê no caso da prospecção de petróleo no Algarve e costa do Alentejo e na banca também. Porquê? O artigo não responde propriamente à pergunta que faz, apenas diz que os poderes públicos, em vez de incitarem à reconversão urgente das práticas dos grupos económicos e financeiros que alimentaram a crise, pensam poder, com discursos, incitar esses mesmos poderes a salvarem-nos do perigo iminente.
Pessoalmente acho que os lobbies vencem sempre porque a política está dominada por um certo tipo de pessoas a quem falta visão, pensamento e profundidade e têm de sobra deslumbramento com o poder e consigo próprios. Falta-lhes umas tintas de Filosofia, como dizia o Bertrand Russel.
De son côté, Nicolas Hulot prétend «réconcilier économie et écologie».A l’analyse, cette approche revient, d’abord et avant tout, à confier encore plus de responsabilités aux entreprises privées et aux lobbys économiques pour résoudre les problèmes contemporains. Quitte à suspendre les réglementations environnementales pour desserrer «l’étau réglementaire» ou à faire de Michael Bloomberg, Bill Gates et Richard Branson, tous pris dans des révélations concernant des pratiques d’évasion fiscale qui grèvent les budgets publics, ceux qui vont financer la lutte contre les dérèglements climatiques.
Não há uma ideia, uma estratégia, apenas a gestão da conta corrente. Reforça o preconceito de que o problema do Sul está nos povos não se importarem de se endividar enquando os alemães (de quem fala como se fossem todo o Norte) não gostam de endividar-se, nomeadamente os do Sul compram casas e os alemães alugam... a sério que o problema da crise do euro se resume a isto?? Ainda ameaça a Itália dizendo que se não entrar nos eixos -isto é, comportar-se de maneira que agrade ao mercado, que segundo este pobre de espírito se auto-corrige, The euro area has started to fix itself- a UE não os ajuda. Este pobre de espírito, mais um que defende a pobreza alheia depois de assegurar a sua vidinha, foi o vice-presidente do BCE durante uma data de anos. Mas vendo bem, talvez os alemães o tenham escolhido para o cargo devido ao seu espírito de ovelhinha amestrada.
Só falta cozinharem e comerem o cérebro do homem. Uma falta de respeito pela pessoa para satisfazer curiosidades mórbidas.
Quando o cientista alemão Albert Einstein morreu, em Abril de 1955, a sua vontade era ser cremado. “Quero ser cremado para que as pessoas não venham venerar os meus ossos”, contava o físico ao seu biógrafo Abraham Pais.
Torre de marfim" designa um mundo onde académicos se envolvem em investigações esotéricas, superespecializadas, e desdenhosas de preocupações de relevância.
(...) A Universidade Nova está extraordinariamente atenta a estes novos desafios e tem como grande prioridade estratégica fomentar entre os seus professores e investigadores uma cultura de preocupação com o impacto e a relevância económica e social da sua investigação. No fundo, e em palavras simples, criar ambientes de trabalho onde sejam naturais e frequentes as perguntas "para quê" e "para quem".
Preocupa-me que um vice-reitor de uma universidade importante tenha uma visão darwinista da investigação científica: ou a investigação tem uma função prática imediata ou é um exercício sem relevância. Preocupa-me que uma pessoa que tem poder de decisão numa universidade não tenha conhecimento da história da ciência e não saiba que muitos dos grandes avanços da ciência foram feitos a partir de investigações esotéricas e especializadas de outros investigadores que desenvolveram trabalhos super-especializados em áreas que na altura não tinham nenhuma aplicação prática e pareciam não servir para nada a não ser para o deleite de quem as criou mas que vieram a servir de fundamento, às vezes séculos mais tarde, para descobertas e trabalhos de outros cientistas que viram nelas aplicações. Isso vê-se muito na matemática, por exemplo, mas não só.
Esta ideia de que a universidade se deve reduzir à lógica do mercado, do que funciona e serve no momento a alguém, vai contra o espírito livre da investigação cientifica. Não digo que não é bom ter investigação aplicada a questões e necessidades práticas, claro que é. Queremos que os cientistas resolvam os problemas práticos que há para resolver como descobrir a cura para doenças ou maneiras baratas de dessalinizar a água do mar, etc., mas reduzir a investigação à prática imediata funcionalista com o argumento de que tudo o que se afasta dela é desdenhoso parece-me um reducionismo próprio da ditadura do darwinismo dogmático.
Costa sabe que não vai fazer regressar ninguém, a não talvez algum filho ou primo de algum Mastim que tem sempre lugar assegurado num tacho bem pago.
As pessoas que saíram, sobretudo as mais novas, fizeram-no por falta de oportunidade de emprego digno ou mesmo de emprego de modo que seria preciso pôr o país a produzir e a economia a crescer, não 1% ou 2% que isso é nada, nem com empregos sazonais relacionados com o turismo.
Conheço imensa gente, entre pessoas de família e ex-alunos que se foram embora. Alguns vão no 12º ano quando vêm pessoas de Inglaterra, Alemanha, Holanda, etc., recrutá-las directamente às escolas secundárias com ofertas de curso pago e futuro emprego garantido com benefícios; outros vão depois de acabar mestrados e andar aqui à procura de um emprego que não lhes pague 500 euros ou lhes queira até pagar em géneros, que os 'empresários' aqui do rectângulo são tudo gente que, salvo raríssimas excepções, não valoriza os trabalhadores, a começar pelo próprio governo, que dá o exemplo, como se vê na educação e na saúde.
Alguns tentaram voltar de Inglaterra depois do Brexit, com receio das dificuldades que adivinham. Estiveram cá uns meses à procura de trabalho que não fosse precário, como contratados a prazo a ganhar miseravelmente e a ser escravizado e voltaram para lá onde estão a trabalhar.
Uma amiga que foi para lá trabalhar mais o, agora, marido, disse-me há dias que poupou mais dinheiro lá em cinco anos do que alguma vez cá ganharia em vinte, sendo que quando tentou cá arranjar trabalho só lhe ofereciam contratos a prazo a ganhar, na altura, 200 euros.
Chegou lá, fez um segundo mestrado e passados dois anos era editora-chefe da editora onde trabalha. Todos os anos a promovem. Trabalha no que gosta. O marido dela é engenheiro. Quando foi para lá já levava um contrato de trabalho muito bom. Isto é o comum nos jovens com formação que saíram daqui.
Portanto, muitos dos jovens com formação que sairam, são pessoas que estudaram, que têm iniciativa, são empreendedores, querem trabalhar e trabalham bem mas, não estão dispostos a regressar de boas condições de vida para fazerem de escravos num país onde se desvalorizam os trabalhadores. Os únicos que hão-de regressar, se o fizerem, são pessoas como o pseudo-ministro da educação que regressou directamente para um lugar na política... lá está...
Isto quer dizer que o Costa só vai conseguir fazer regressar gente sem formação que esteja disposta a trabalhar no turismo e a ganhar miseravelmente. E ele sabe isto perfeitamente...
Para nos dar trabalho a nós, professores, e mais nada. As notas dos alunos nos anos de escolaridade a que a greve se refere não são decisivas em nada a não ser que atrasam as matrículas dos alunos, o que significa mais trabalho para nós, professores. Para o ME e para os pais o incómodo é pequeno e os custos nenhuns. Talvez atrase as férias de alguns pais, nada mais.
Então para quê esta greve? Para os sindicatos fingirem que estão do lado dos professores e depois negociarem um acordo de nos descongelarem os anos de trabalho até 2050 quando estivermos todos a fazer tijolo. Para salvarem a face destes anos de submissão à austeridade das cativações do ministro das finanças, aquelas que usam os professores como palhaços a quem se vai buscar dinheiro fácil para dar à banca e amigos, aquelas do governo da pseudo-esquerda a quem os sindicatos fazem voto de obediência como militantes amestrados que são.
Quantos professores vão alinhar nesta iniciativa fantoche? A minha previsão é que quase nenhuns. Apenas aqueles que fazem parte do rebanho das militâncias acéfalas arrebanhadas pelo poder do momento.
"Açude Insuflável de Abrantes. Rio Tejo "colorido e espumante".
O Rolha foi a alcunha com que ficou conhecido o Costa Gomes (Costa Gomes viveu entre dois mundos: o militar e o político; a guerra e a ciência; a esquerda e a direita; o socialismo e a democracia; a revolução e o Estado de direito; as "conquistas" e a legalidade; a discrição e a ribalta) o general que assistia ao afundanço dos outros nesses anos da Revolução onde as cabeças rolavam por dá cá aquela palha e ficava sempre a boiar à tona de água. O Costa (por acaso até tem o nome do Rolha original) com o seu espírito pragmático do género, 'adapto-me a tudo', seja a um acordo com o PCP e o BE seja com o PSD, ou com quem mais for preciso: não foi ele o número 2 do Socas(?) não quer saber de valores. Valores? Quais valores? Isso são meras palavras que se adaptam a qualquer coisa que nos garanta o poder. Enfim, é o Rolha destes tempos e assume a sua qualidade de boiador. Acima de tudo quer estar à tona de água.
Eu sentada numa pedra enquanto o Rogério andava a apanhar e a pôr no contentor do lixo chapéus de sol escangalhados que os grunhos da temporada deixaram atrás de um pinheiro à borda da estrada.
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