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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
“Todos aqueles que exerceram funções em Portugal têm uma responsabilidade no facto de nós, até hoje, ainda não termos sido capazes de ultrapassar esses défices tradicionais, essa incapacidade tradicional para competir em plano de verdadeira igualdade com os nossos parceiros, nomeadamente no quadro europeu”, afirmou António Guterres, em entrevista à RTP sexta-feira à noite.
Neste momento já não é possível Portugal re-situar-se, sozinho no panorama europeu como parceiro em igualdade. Nem Portugal, nem Espanha, nem outros poderão agora fazer isso sozinhos. Só se se unirem numa espécie de liga de países do Sul ou do mediterrâneo e, unidos, fizerem uma oposição às forças dominantes que mandam na Europa neste momento e consigam, com isso, mudar o rumo destas políticas de mercado suicidas.
Neste momento a Europa é como um país governado por um partido sem oposição e com poder absoluto que faz o que quer. Se a Europa é uma espécie de estados unidos, então, para além de um governo, têm de ter também forças de oposição que indiquem caminhos alternativos.
Nós vamos para a Europa sempre com medo e vamos perdendo tudo. Por exemplo, temos mais área marítima que os outros países todos mas estamos proibidos, praticamente, de pescar ou de ter uma frota marítima e aceitamos isso sem um pio...
Infelizmente a oposição em Portugal consegue ser quinhentas vezes pior que o governo. Dezenas de ex-governtes estão sentados no Parlamento. Os mesmos que apoiaram o Sócrates e o seu governo e ajudaram a delapidar o país com contratos criminosos, favoritismos, roubos e desvios de dinheiro, esbanjamentos e etc. Agora são a oposição... mas quem é que os quer outra vez no poder?
Os que estão no governo só dizem que não há solução e os da oposição só dizem dissolva-se tudo. O Guterres tem razão: os que nos têm governado têm sido uns incapazes responsáveis pela situação em que estamos. Todos. Quem ouvia o ministro da educação quando era da oposição e o vê agora nem acredita que seja a mesma pessoa. São todos uns inconsequentes, nas palavras e nas acções.
Precisamos duma classe de políticos nova que tenha ideias e coragem. E que gostem de Portugal. Que não se envergonhem de ser portugueses e que lutem por aquilo que temos. Que não andem sempre com medo de ter ideias e achem que têm que copiar tudo o que outros fazem. Que não sejam, nem irresponsáveis, nem fatalistas.
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