Pegar na minha mala
A mala com tudo o que tenho
Tudo o que existi, por vezes vivi...
É pegar nessa mala
Fechá-la e deixa-la ir

Tudo tem o seu momento
E chegou agora o tempo
De eu partir
Levo apenas comigo
Um pedaço de mim
Um pedaço apenas para me lembrar
Um pedaço somente para odiar
Um pedaço para amar
Reflectir

A mala essa deixo-a onde convier
Talvez na casa onde vivi
Talvez num banco de jardim
Nada do que contem me fará falta
Senão somente um sentido de mim...

Um país sem Latim (Sol)

Inês Pedrosa

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Há, neste país, uma adoração pelo que é novo, funcional e pragmático que se incompatibiliza com os clássicos, não vendo que estes são inultrapassáveis e perenes e não colidem com o caminho do progresso. Entendem a Humanidade como uma sucessão linear onde, à medida que avançamos no tempo, tornamos caducos os pensadores antigos.

Este modo de pensar atinge todos os campos. Os programas de Filosofia do secundário aboliram os seus 'founding fathers', como está agora em moda dizer-se, com o pretexto de que o ensino das competências é o único que interessa, pois pensar é raciocinar logicamente sobre temas. Como se a actividade racional. só por si, isto é, saber construir uma tabela de verdade, avaliar com inspectores de circunstância ou avaliar silogismos trouxesse a sabedoria ao olhar.

Os fazedores de programas acham que podem substituir o pensamento dos filósofos por ensino de técnicas lógicas e enunciação de argumentos doutrinários.

No entanto, os filósofos e pensadores (que não são estes fazedores de manuais e de artigos) constantemente remetem o pensamento para todos os filósofos, não excluindo os antigos. Tirando a conjuntura do pensamento dos pensadores, o pensamento deles continua a ser válido com a mesma pujança que então. Há uns dias li uma entrevista de André Glucksman sobre a situação actual da Europa: ele tanto citava Habermas como Sócrates.

Os grandes pensadores são como os grandes poetas ou os grandes escritores: eternamente actuais.

Faz-me uma tremenda impressão que o texto da Alegoria da Caverna não seja obrigatório, bem como o pensamento de outros autores clássicos. Acho uma cegueira trágica. Aprendemos a pensar pensando com os que melhor pensaram. A crise em que estamos é uma crise de ideias. Não de ideias científicas, económicas ou sociológicas, essas ciências que cada vez mais consistem na medição de dados sem orientação, mas sim de ideias filosóficas, de ideias que desenhem horizontes.

yeah! É Sintra, em Portugal!

Educação

Convocatória de escola da Damaia aumenta confusão em dia de colocação de professores

A direcção do Agrupamento de Escolas Azevedo Neves, da Damaia, convocou para a manhã desta sexta-feira milhares de professores de todo o país. Alguns tiveram mesmo de se deslocar centenas de quilómetros, apenas para preencher um questionário, numa folha de papel A4, que lhes permite candidatarem-se a 47 vagas. Com a particularidade de estas vagas poderem deixar de existir ainda hoje, quando forem conhecidos os resultados de um outro concurso que tem prioridade.

Isto é gozar com as pessoas. Gente que senta o rabinho nas cadeiras do ministério e do alto do seu poleirozinho inventa regras para dar cabo da vida dos outros. E para quê? Com que mérito para a educação ou para o país? Nenhum. É só porque podem. Acham que os votos que lhes dão o poder são uma espécie de cheque branco para fazerem qualquer coisa. É revoltante.

... instala-se a confusão, a incerteza e a dúvida. Aquilo que poderia ser causa do maior entusiasmo gera ansiedade e reserva. E uma certa incapacidade de agir, ou até aderir, em virtude da incredulidade que essa contradição provoca.

Há muitas razões para duvidar e uma só para crer.

(Carlos Drummond de Andrade)

Estão dois carros da polícia à porta do prédio. Parece que está um homem com uma faca a ameaçar uma mulher. Vi-os entrar, aos quatro, um já de bastão em punho, outro com a mão naquela bolsa onde têm a pistola. Como este prédio tem mais gente que uma aldeia alentejana há sempre aqui malucos capazes de tudo.

 Entre Fevereiro de 2004 e Abril de 2005 o Goldman Sachs prestou consultadoria financeira à Parpública no âmbito dos processos de privatização da GALP e EDP, recebendo por esse tempo 2,3 milhões de dólares do Estado português. Nesse tempo, o representante do Goldman Sachs perante o Estado foi António Borges, que agora fala em nome do Estado a defender as privatizações.

Eduardo dos Santos promete mais democracia

É assim como esperar ver a macieira do quintal começar a dar pêras...

... na rua que leva agora o nome dela, é uma casa estreitinha e alta. Está em grande decadência, a precisar de obras. Uma moradora da rua disse-nos que o casal que lá morava foi-se embora -todas as pessoas de Vila Viçosa estão a ir embora porque não há lá trabalho. A cidade mais próxima com trabalho é Évora que está, segundo ela, cheia de chineses donos de industria de electromecânica- e a casa deixou de ser cuidada. Uma pena.

... quer dizer, migas à alentejana com carne de porco, duas coisas que raramente como (a carne de porco faz-me borbulhas...as migas fazem-me tudo o que não pode ser...) mas que adoro e comi hoje na Tasca do Necas em Vila Viçosa, onde já não ia há uns bons quinze anos (Foto a seguir). Como as migas estavam divinais, fartei-me de comê-las... OMG...

É claro que depois duma alambuzice destas foi preciso um passeio de quatro horas. Fomos ver o palácio que é caro porque cada sala que queremos visitar exige mais uns euros extra e que está na penumbra de modo que adivinha-se, mais que ver-se.

Na armaria vi um objecto mesmo impressionante:

... sim, é um machado de execução em seu cepo! Brrr, é enorme e assustador. E vi outro intrigante:

Depois fomos ao castelo que é medieval, com fosso e ponte levadiça. Muito romântico. Faz lembrar algumas pinturas de castelos e ruínas de castelos já com alguns indícios de decadência, aqui e ali com as muralhas interrompidas com árvores.

Trouxe tibornas mas ainda não lhes toquei. De Vila Viçosa só tenho uma queixa:

Yup, o chão, em todo o lado, é completamente 'not woman friendly'...

... e a destinam, ignorantemente, ao fracasso.

Why Scotland's approach works