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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Um dia esplêndido, vejo daqui as areias da Tróia com gente e eu aqui desde as dez da manhã a trabalhar... já fiz um exame de 12º daqueles cheios de questões de escolha múltipla (fora as outras), mais os respectivos critérios de correção; já corrigi os trabalhos duma turma do 12º ano que, de repente soube, já só vejo amanhã devido a ter que fazer de jurí de avaliação numa cena de profissionais (para isso ainda tenho que ler uns relatórios para propor uma classificação). Falta-me fazer as contas às classificações desta turma do 12º ano com os critérios ponderados. São seis e meia e ainda tenho que fazer... dois PITs!! Sim, PITs! A uma aluna do 12º ano profissional. Dois exames completos a uma menina que tem marcadas aí umas 30 faltas porque eu esqueço-me sempre que cada bloco são duas faltas... vou ter que preparar-lhe dois PITs, um por cada módulo...
Ainda bem que o novo estatuto acaba com esta merda que não serve para nada (o que irá esta rapariga responder depois de ter faltado o ano quase todo) a não ser para nos castigar.
Hoje já foram 8 horas de trabalho com um intervalo de uma hora. Agora vou fazer outro intervalo +porque hoje devo acabar isto lá para as duas ou três da manhã...
Cada vez é mais difícil engolir a visão da miséria. Cada vez é mais difícil aceitar que temos todos que sofrer na pele para salvar os bancos e os políticos que gastaram como reis o dinheiro que não era seu; cada vez é mais difícil fechar os olhos às empresas públicas crivadas de dívidas onde os administradores se encheram com prémios de milhões à custa de todos nós; cada vez é mais difícil aceitar que temos que pagar mais e mais impostos a triplicar para honrar os compromissos que os corruptos assumiram em nosso nome para nos esventrarem.
Queremos pagar as nossas dívidas, sim, mas não presenteando aqueles mesmos que hipotecaram o futuro dos filhos de todos nós.
Queremos pagar as nossas dívidas, sim, mas queremos a justiça dos cortes e dos sacrifícios começarem por aqueles que mais nos prejudicaram.
Queremos pagar as nossas dívidas, sim, mas queremos a acção de interromper imediatamente todos os negócios que os corruptos ainda mantêm, rapaces dos dinheiros públicos.
O país não é dos bancos, não é do Parlamento, não é de umas firmas de advogados, não é de umas empresas: o país é de todos nós e os nossos representantes têm que nos representar a nós ou ir-se embora.
michael kenna
Ensombra-se-me o olhar
outrora claro.
Onde estão as linhas do caminho
meio percorrido
(...)
bja
Evelyn Waugh, late 1930s,
barbarism is never finally defeated; given propitious circumstances, men and women who seem quite orderly will commit every conceivable atrocity. The danger does not come merely from habitual hooligans; we are all potential recruits for anarchy. Unremitting effort is needed to keep men living together at peace; there is only a margin of energy left over for experiment, however beneficent. Once the prisons of the mind have been opened, the orgy is on. . . . The work of preserving society is sometimes onerous, sometimes almost effortless. The more elaborate the society, the more vulnerable it is to attack, and the more complete its collapse in case of defeat. At a time like the present it is notably precarious. If it falls we shall see not merely the dissolution of a few joint-stock corporations, but of the spiritual and material achievements of our history.
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Walter Bagehot
Culture is a precious inheritance, immeasurably more difficult to achieve than to destroy, and, once destroyed, almost irretrievable. It’s not at all clear that we have learned the lesson, though wise men from before the time of Pericles have sought to bring us that sobering news.
(tiradas daqui )
João Rendeiro, fundador do Banco Privado Português, criou offshores para manipular resultados e pagar aos seus colegas administradores. É acusado de 12 contra-ordenações.
Estas offshores serviram para enganar o o Banco de Portugal e maquilhar resultados financeiros da instituição. Quando os investimentos que promovia geravam prejuízos consideráveis para o BPP, o buraco era escondido nas contas dos clientes, segundo o Correio da Manhã.
... a contas com a justiça. Aquilo foi um governo cheio de malandros. Não é pouca coisa a manigância que armaram com as estradas e as construtoras ajudada por advogados amigos. À conta disso se cortam salários de gente trabalhadora e não ladra, à conta disso estão milhares no desemprego, muitos desistem de estudar e perdem um futuro que teriam, outros tiveram que emigrar: à conta do prejuízo que nos trouxeram a todos e dos apuros em que nos puseram esses bandidos.
Se ficassem todos sem um tostão furado e impedidos de exercerem qualquer cargo público ou de receberem um tostão de dinheiros públicos ainda era pouco para o mal que causaram a tantos milhares.
E o pior de tudo é que ainda há pessoas neste governo que seguem as ideias de pessoas desses governos do Fugitivo. Em várias áreas. A da educação é uma delas. É revoltante.
Hoje descobri este livro. Ana Maria Guedes Ferreira e Ália Rosa Conceição Rodrigues traduziram-no do grego. Já antes Delfim F. Leão e Maria do Céu Fialho tinham traduzido, Plutarco. Vidas Paralelas – Teseu e Rómulo. Este de agora, tal como o outro estão disponíveis 'online' e para compra por 14 euros. Catorze euros! Quer dizer, o tempo que leva a formar um tradutor de grego antigo com conhecimentos de cultura grega para traduzir uma obra destas... há por aí ntanta porcaria de livro a custar 20 e mais euros e depois apanhamos uma obra destas por 14 euros ou, sem gastar nenhum dinheiro porque ele lê-se online (Vidas Paralelas - Péricles e Fábio Máximo)
Eu tenho lido o Plutarco em inglês mas com pena de não haver uma tradução portuguesa. Quem diz o Plutarco diz outras obras clássicas: o Homero, o Teofrasto, o Heródoto, o Xenofonte, o Tácito, o Lívio e outros... pois agora já podemos ter acesso ao Plutarco na nossa língua. Só espero que não parem por aqui e traduzam toda a coleção das 'Vidas'.
Este processo há-de mostrar se somos uma democracia e que tipo de democracia temos.
O tenor Plácido Domingo esteve em Lisboa para afirmar, no congresso da Europa Nostra, que “o património é uma parte essencial da nossa herança cultural” e revelar os esforços que tem desenvolvido para que a União Europeia aumente o orçamento da Cultura em 37%.
Ao início da tarde de sexta-feira, o tenor Plácido Domingo, presidente da Europa Nostra, a mais importante organização europeia de defesa do património, mostrava na Fundação Gulbenkian e através de exemplos vindos da música, por que precisamos do passado para sentir que fazemos parte do presente, depois de uma intervenção em que Vassiliou descreveu parte dos esforços que tem vindo a desenvolver para que, nos próximos sete anos, a União Europeia aumente em 37% o financiamento à Cultura.
“O património é uma parte essencial da nossa herança cultural, da nossa diversidade”, disse a comissária aos jornalistas. “Mas é também uma responsabilidade de todos. Quando me perguntam se gastamos muito dinheiro dos contribuintes europeus a preservá-lo respondo ‘claro!’, e em seguida explico que é nossa obrigação investir no património porque ele não é um luxo, é uma necessidade.”
A OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos] fez um estudo que demonstra que 40% do turismo internacional está relacionado com Cultura e que a Europa é o destino número um. Temos de saber rentabilizar este interesse, mas para isso precisamos de conservar o que temos e de o divulgar.”
Mas quando vemos o que aconteceu em Mântua e Bolonha, choramos os mortos, mas choramos também por todos os edifícios históricos que caíram porque o passado é fundamental para criar um sentimento de pertença.”
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