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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Este é o 'Chevalier de L'Art Royal', uma das miniaturas do tratado de Alquimia Splendor Solis. O cavaleiro está em frente a duas fontes, uma que jorra prata e outra ouro e, o seu escudo diz, « Ex duabus acquis / una facite Qui / quaeritis Sole et Lu / na facere. Et date / bibere inimico uro / Et uidebitis / eum mortuum / Dein de aqua ter / ra facite. Et Lapi / de multi / plicas / tis », ou seja, « De deux eaux faites une, vous qui cherchez à produire le soleil [or] et la lune [argent]. Et donnez-la à boire à votre pire ennemi. Et vous verrez son cadavre. Puis faites de la terre avec l’eau et multipliez [distribuez] la pierre »
Moleiro Editores
Vão retirar a carga burocrática -não sabemos o que quer dizer com isso- e que vão acabar com a avaliação por colegas de outras disciplinas. Ou seja, vamos continuar a ter colegas a avaliar colegas desde que sejam das mesmas disciplinas. Depois veio a falácia de não suspender a ADD por não ter tempo para fazer outra. Como se não pudesse suspender esta merda e fazer o que foi feito no ano passado enquanto se faz outro...
Uma grande desilusão, isto. Sempre mentiras e enganos. Cansa não se poder nunca confiar na palavra das pessoas. E, pior ainda, estarmos sempre a lidar com gente que não entende nada de educação. Cansa.
Televisão
Francisco Pinto Balsemão e Miguel Pais do Amaral voltaram a alertar para as consequências da privatização da RTP no mercado publicitário. Segundo o presidente da Impresa e fundador do PSD, "não haverá mercado para mais um ‘player' em televisão de sinal aberto".
Na boca desta gente. Então o mercado livre e a livre concorrência? Não há lugar? Sejam... excelentes, que é a palavra que gostam de atirar aos outros. Então eu com os meus impostos é que tenho que pagar a falta de espírito de livre concorrência do Balsemão e do Amaral? O erário público é que sustenta o empreendorismo privado? Assim é fácil.
Nas Finanças e na Economia, os funcionários ficaram sem emails, sem contactos e sem informação nos computadores
Só é pena não podermos 'delitar' todo esse bando de embusteiros que nos deixaram assim.
É semelhante aos que faziam os antigos navegadores, porque este é um navio sem os meios modernos de navegação. Desde logo não têm motor, andam à vela, de modo que precisam de muitos braços para lidar com aquele cordame todo que mantém as velas içadas. Têm geradores só para terem frigoríficos e outras pequenas comodidades que os antigos não tinham. Mas os perigos do mar são enfrentados a braços, com mestria, inteligência e destreza. São duzentos dentro daquele barco que trabalham ao som de setenta e sete apitos.
Estive a ver um documentário que acompanha uma viagem de dez meses na Sagres. Uma coisa que vemos é a maneira como mantêm os indivíduos em boas relações uns com os outros naquele espeaço exíguo durante tanto tempo. O principal recurso é a rotina do trabalho físico. Levam trezentos litros de Solarine e todos os dias, parte do dia é destinado a manter brilhante o latão, a lavar os pisos, reparar as cordas, pintar madeiras, enfim, cansá-los com tarefas de manutenção que os mantem ocupados e cansados na dose certa (faz-me lembrar as técnicas que uso com as turmas de Desporto - mantê-los ocupados com tarefas grande parte da aula). Depois têm outras coisas organizadas, claro, como jogos, etc.
Fascinante uma viagem assim. Um pouco como recuar nos tempos.
Por onde passa a marinha portuguesa deixa uma impressão positiva e vê-los neste navio lindo e imponente dá-no um certo orgulho do nosso passado.
Educação
No entanto, o sindicato que representa cerca de 70% dos professores, defende que é "preferível negociar com calma o novo modelo, do que fazer tudo à pressa para Setembro".
Misturam-se aqui duas coisas diferentes: uma é este modelo de avaliação em que uns professores, os relatores (a quem todos chamam os delatores) dão nota aos seus colegas e em que colegas pediram para ter excelente para passarem à frente de outros e se passam coisas indignas por todo o lado; outra coisa é fazer um modelo de avaliação novo.
O facto de não se querer fazer um modelo de avaliação em cima do joelho (o que me parece bem) não significa que não se possa suspender este que está em vigor que é um fomentador de injustiças e conflitos permanente e, mais que isso, é um instrumento de (salvo excepções) promoção dos piores carácteres, dos mais espertalhões.
Agora, manter este modelo só porque sim, e sobretudo depois de se terem comprometido a acabar com ele... dizer que 'já agora que o modelo existe e já tinha começado vai até ao fim é o mesmo que ter dito, 'já agora que o governo do Sócrates existe deixamo-lo ir até ao fim da legislatura e depois logo se muda, que não vale a pena estar a fazer um governo novo à pressa'.
Nem falo no imcumprimento da palavra dada. Sinceramento agora penso que foi manobra de caçar votos. Não é por acaso que os sindicatos se mostram satisfeitos com a decisão do ministro. Há dois ou três dias já falavam em guerra e de repente, depois deste anuncio, amainaram: é que eles dão-se sobretudo bem com certo tipo de pessoas com quem sabem que é possível fazer negócios...eles já falam em negociações com grande satisfação.
Isto é uma chatice. Eu acreditei que as coisas finalmente iam mudar.
(inspirado de um blogue)
Já estávamos à espera. Tudo mais caro e menos dinheiro ainda. Talvez até o subsídio de Natal... Não é surpresa. Surpresa, surpresa é o Nuno Crato dar o dito por não dito, o defendido por não defendido e passar a apoiante da outra de má memória. Isso é que era a maior de todas as surpresas. De resto, fazer mais sacrifícios, fazemos, porque temos que pagar as dívidas que o sócrates levianamente fez em nosso nome, mas fazemo-los se os que nos governam derem o exemplo em tudo. Na situação em que estamos, se vierem pedir sacrifícios e se excusarem a eles... ou, se vierem pedir sacríficios em cima de outros sacríficios sem nenhum objectivo senão sacrificar e destruir, como é o caso desta ADD... vão ver-se gregos, gregíssimos...
Que na minha escola, nisto da ADD, o Director não tem tiques de perseguição de avaliados. Faz o que manda a lei e o que tem que fazer para não arranjar problemas com quem o nomeia e des-nomeia mas sem nenhum tipo de requinte de malvadez.
A que se comprem e usem produtos nacionais. Estou de acordo. Desde logo começar por cima e substituir todos os automóveis BMW, Mercedes e Audis de ministros, secretários, assessores, gestores, deputados e outros funcionários públicos por carros produzidos em Portugal. Também podem, para dar o exemplo, vestir roupa portuguesa e calçar sapatos portugueses.
Bom, bom, era que as grandes superfícies tivessem mais produtos portugueses à venda, sem exploração dos produtores, para estimular a agricultura.
Acima de tudo, dêem o exemplo.
Pais em dificuldades estão a 'entregar' os filhos
2731 famílias pediram ajuda, alegando carências e falta de controlo. "Já não consigo fazer nada. Por favor, tome conta dela." Foi com este desabafo que a mãe, cansada de ver a filha ausentar-se de noite para sair com más companhias e de não ter controlo sobre ela, foi à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Lisboa/ Centro (CPCJ) "deixar" a filha adolescente. O mesmo fez o pai de duas meninas, de dois e quatro anos, após concluir que não tinha condições financeiras para cuidar delas. "Trouxe-as pela mão e disse: 'já não as quero'." , contam ao DN. Teresa Espírito Santo, presidente da CPCJ de Lisboa/Centro, diz que só nos últimos dois ou três meses, chegaram cerca de dez casos destes. Leia mais pormenores no e-paper do DN.
...que os pais já não querem, ou por serem caras ou por não terem pachorra para os controlarem? Pois... os professores... esses horríveis que têm de ser verticalizados e espezinhados, se possível, de forma humilhante.
pierre marcel
As aulas observadas, quando as há, deviam ser feitas de um modo que não implicasse a presença física do observador dentro da sala. Com uma câmara, não sei... o que sei é que o observador modifica o observado. Sei de vários casos... coisos... num deles a turma foi avisada pela professora que ia ser avaliada, de modo que portaram-se excelentemente bem (sendo uma turma com alguns problemas), o que fez com que a professora na aula seguinte fosse dar beijinhos a todos os alunos e agradecer com chocolatinhos. Se isto se reflectiu nas notas deles, não sei, mas sei que isto não é pedagógico e não contribui para a verdade das coisas.
Estou um bocado naquele estado que os psicólogos chamam, tendo roubado o termo à filosofia, 'estado de aporia', isto é, um estado de uma certa estupefacção e ansiedade provocado por informações contrárias em que ambas parecem verdadeiras.
Parece ser verdade que este Ministro da Educação sempre defendeu uma coisa e parece ser verdade que não vai cumprir o que defendeu e prometeu... isto deixa uma pessoa num estado de imobilismo por estupefacção e ansiedade.
Acho, aliás, que a educação está cheia de 'estados de aporia' que imobilizam os professores. Todos os dias somos bombardeados por programas que defendem a importância do empreendorismo, da criatividade e da iniciativa na evolução das ideias e processos e, no entanto, somos tratados como incapazes e crianças irresponsáveis a quem se proibe qualquer inovação, gesto de autonomia, empreendorismo e criatividade - Aporia.
Todos os dias somos bombardeados por conversas sobre a importância dos modelos na educação das crianças e jovens, na importância da disciplina e da interiorização de regras, mas depois incentiva-se activamente a desvalorização do não cumprimento de regras e atá da recusa de disciplina - Aporia.
Todos os dias somos bombardeados com os benefícios da motivação dos trabalhadores para os resultados do trabalho e depois faz-se um rebaixamento permanente aos professores - Aporia.
Isto que fez hoje o ministro Crato foi um desprimor e desvalorização do trabalho dos professores. Não esclareceu, não teve uma palavra de motivação para uma classe de trabalhadores que anda a ser chicoteada há anos.
Reduziram-nos o salário, retiraram o pagamento dos exames, aumentaram a carga lectiva, mas pelos vistos isso não chega. Destrói-se a profissão de professor e espera-se que nessas condições os seus profissionais trabalham todos para a excelência...? Aporia...
Se os professores passam a fazer um exame para ingresso na carreira calculo que vá acabar com a vertente ensino nas faculdades e com os estágios profissionais porque as duas coisas ao mesmo tempo são um gasto inútil de dinheiro. Se há cursos para formar professores onde estes são treinados durante anos com cadeiras específicas, aulas assistidas e inúmeras avaliações, não se percebe para quê uma outra avaliação.
Se, por outro lado, há um exame para entrar, então para quê os estágios com tantas avaliações? Os cursos não são bons? Melhorem, inspeccionem, fechem, se for caso disso. Agora, creditar e avaliar positivamente os cursos e depois dizer que não servem para o fim em vista e que é preciso um exame....
Ver Nuno Crato a defender as ideas da Lurdes Rodrigues... não esperava...
Ele não fez um império por ter a 4a classe, fê-lo apesar disso. Aliás, se fosse hoje era praticamente impossível porque saíria da 4a classe a saber pouco mais que ler e escrever e porque já não há as oportunidades que havia então para trabalhadores não escolarizados. Na altura, quem saia da 4a classe podia saber pouco mas o que sabia, sabia-o bem e a escola pública era valorizada. A maioria das pessoas era o que tinha em termos de escolaridade. De qualquer modo, calculo que o Salvador Caetano tenha estudado bastante ao longo da vida e não se tenha contentado com o que aprendeu nesses quatro anos de modo que este título, embora queira homenagear o indíviduo, desmerece-o.
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