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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Hoje é dia de despedida da escola como está. Ontem já me despedi de algumas salas e vistas. Segunda passamos a entrar pelo portão do campo de jogos, que fica no extremo oposto deste, onde estão os contentores. Os contentores só têm quadros brancos. Ontem as canetas já estavam esgotadas. Diz-se que o quadro da escola não aguenta o ar condicionado dos contentores. Espero que seja só boato porque senão vamos morrer ali no verão...
brian McCarthy
* Testa, em Fevereiro, a matéria, praticamente do ano todo: estamos longe de a ter já dado;
* Tem questões de resposta obrigatória sobre autores não obrigatórios;
* Tem um grupo de questões de escolha múltipla que, embora fáceis, desvirtuam o propósito da filosofia;
* Tem critérios de correcção anti-filosóficos na medida em que, em vez de promoverem a autonomia do pensar, o alargamento de horizontes, a criatividade e a ruptura com o comum, fazem o contrário: promovem a normalização, que confundem com objectividade.
A Filosofia, diferentemente da Matemática ou da Biologia, não é uma ciência de respostas únicas e fechadas. Pelo contrário. Estes critérios de correcção fazem dos professores bonecos acéfalos.
Para dar um exemplo, imagine-se que o exame tinha uma questão em que se pedia aos alunos para produzirem um texto sobre a importância, no âmbito da Estética filosófica, do artista saber olhar o mundo, etc. Agora suponhamos que o aluno era o Fernando Pessoa e respondia com aquele poema que começa assim:
Procuro despir-me do que aprendi
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu...
Bem, seria a resposta ideal e perfeita porque não apenas mostraria que o aluno compreendeu absolutamente a importância do olhar 'despido' como ainda por cima faria uma criação estética para o demonstrar. Pois...só que com estes descritores estaria errado e levaria zero, porque os descritores não têm lugar para os excelentes alunos, nem sequer os bons, só os que papagueiam argumentos decorados. Como também não tem lugar para professores que pensam e ajuízam: não senhor, o professor só teria que contar se o aluno utilizou esta e aquela palavra ou este e aquele argumento. Se utilizou tem 5, ou 10 ou seja o que for; se não utilizou, tem 0.
Ora, isto não é objectividade, é ignorância acerca da própria questão da objectividade nas várias ciências, é submissão redutora (portanto anti-filosófica) ao método das ciências matemáticas e experimentais. É uma asneira monumental que contraria o propósito da Filosofia e do seu ensino nas escolas. O intuito da Filosofia é problematizador não é confinador. A Filosofia é ponto de interrogação e não ponto final ou exclamação.
Aliás, eu sou contra os testes intermédios na Filosofia, que dos outros não falo. São um absurdo que contribui para o insucesso dos alunos e retiram autonomia ao professor. Não passam de meios de controlo do ME que não confia que os professores façam o seu trabalho. Mas sobre esta questão não falo agora que estou com pressa. Fica para logo, ou amanhã.
O BE tem-se oposto à privatização desta empresa, muito em especial, é uma empresa que dá lucro e a sua privatização quer dizer maior prejuízo para o Estado, maior défice para o Estado, mas chamamos também a atenção para a forma como os cortes salariais estão a ser feitos, nesta empresa foram admitidos oito novos diretores, num dos casos com um salário acima de 8 mil euros por mês, já em fevereiro, quando já estão em vigor os cortes salariais para tantos trabalhadores", disse.
É por estas coisas que a despesa está a aumentar em vez de diminuir, apesar de cada vez contribuirmos mais com receita para os cofres do Estado.
Tribunal de Barcelos deu a guarda da menor ao progenitor, mas os habitantes da freguesia de Carvalhas não querem facilitar a entrega da menina, por suspeitarem que é "vítima de abuso sexual".
Um grupo de cidadãos agiu, de modo pacífico e ordeiro, em defesa de uma criança. Dantes as pessoas fechavam os olhos e nunca se metiam, agora há quem tenha desenvolvido uma consciência cívica e, mais ainda, uma consciência de dever de intervenção, porque em certas situações, não agir é compactuar.
Se esta consciência existisse a nível mundial nunca os países assistiriam impávidos e serenos aos horrores que certos líderes infundem nos seus povos.
Eu sei muito bem que as relações internacionais são complicadas e delicadas mas há valores, universais, que têm primazia sobre as culturas locais, e que foram assumidos na Carta dos Direitos Humanos. Com essa Carta na mão todos os povos deveriam ter a iniciativa que tiveram aqueles habitantes da aldeia, de cada vez que suspeitassem que no país do lado andassem a abusar das pessoas. É claro que teriam primeiro de dar o exemplo e ser um modelo de respeito pelos tais direitos...
...não vejo grande mérito na acção de fazer greve às horas extra ou entregar queixas ao Director sobre a redução de salários. No primeiro caso, não tem grande impacto, no segundo ainda menos porque não está na mão dele essa decisão. Conta como acção simbólica, como aquela iniciativa de mandar postais para Assembleia. Só que a mim sabe-me a pouco, porque há anos que os sindicatos andam metidos em reuniões com o ME e só saem depois estas coisinhas sem grande interesse...
Para ouvir alto.
in Público, 19/01/2011 Santana Castilho *
A escola já começa a parecer um estaleiro de obras. Retroescavadoras, machados e grades. Hoje pus-me a observar um tipo no intervalo: dava três cavadelas com uma enxada, parava e puxava as calças, mais três cavadelas, parava, puxava as calças, mais três outras e parava para fumar um cigarro...à portuguesa...
O campo de jogos já lá tem todos os contentores. Hoje andavam a instalar cablagem. Para a semana Lá estaremos. Depois conto, o dia a dia nos contentores, ou ...somos umas sardinhas...
stephanie tabram
Filho de Kadhafi promete reformas mas ameaça com guerra civil
Vocês podem pedir democracia e direitos, nós podemos falar sobre isso e devíamos ter falado sobre esse assunto há mais tempo» disse Saif, «mas ou é desta forma ou é a guerra, e em vez de chorarmos 200 mortes, iremos chorar centenas de milhares de baixas».
Se se puserem de joelhos e pedirem desculpa damos-vos a democracia. Caso contrário vai tudo corrido à bala.
A notícia da fuga de Kadhafi surge numa altura em que os protestos contra o regime líbio se alastram à capital do país, Tripoli.
O presidente da Líbia terá deixado o país rumo à Venezuela, avançou ontem à noite a agência de notícias chinesa Xinhua, citando a televisão Al-Jazira.
Porém, o filho de Kadhafi garantiu, em entrevista à televisão estatal da Líbia, transmitida em simultâneo pela Al-Jazira, que o pai continua no país.
Frisando que "a Líbia não é igual à Tunísia ou ao Egipto", Saif al-Islam Kadhafi avisou que o regime irá "lutar até ao último minuto, até à última bala".
Tudo isto num dia em que os confrontos na segunda maior cidade da Líbia, Benghazi, onde durante a manhã forças leais a Kadhafi abriram fogo com armas pesadas sobre uma multidão de 100.000 pessoas que havia comparecido aos funerais das vítimas do dia anterior.
...mas Kadafi matará todos até à última bala. Que um terço do planeta seja governada por ditadores assassinos e outro terço por corruptos ignorantes não augura nada de bom para o futuro.
Tristes
As vidas não vividas
por medos e preconceitos
as amizades perdidas
como se fossem defeitos.
(...)
bja
Cora Ogden
“Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru. Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar. Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade.”
Pablo Neruda
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