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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Amanhã é dia de voltar ao trabalho. Como dois terços das férias foi de trabalho árduo sinto-me em deficit de descanso. No ano passado, por esta altura estava cheia de energia e de ideias para fazer coisas...tudo mudou. Alguns anos são de continuidade outros são de ruptura. Este foi de ruptura. Alguns anos passam leves e rápidos outros são cheios de golpes e deixam grandes cicatrizes. Este deixou-as.
Enfim, vamos ver como corre este ano. As expectativas não são grande coisa.
Com os documentários em saldo na Amazon inglesa, fui às compras, pela net, claro. Fiz uma pesquisa pelos documentários e escolhi meia dúzia. Uns escolhi pelo fascínio em relação a determinados sítios, ou 'coisas', como o documentário da Joanna Lumley que percorre o Nilo desde a foz à nascente visitando países e culturas que viveram do rio e existem por causa dele - a visão da Etiópia foi uma surpresa completa! E a nascente do rio, também. Quando pensamos na força do rio, nos grandes lagos e cataratas, nas civilizações a que deu vida...e tudo a partir dum fio de água num chão lamacento.
Comprei outros sobre países, culturas ou momentos históricos em relação aos quais tenho curiosidade mas que conheço mal, quer dizer, as minhas ideias acerca deles são confusas, falta-lhes coerência e ligação.
Comprei um sobre a História da Índia. Começa com as origens, antes ainda da civilização Egípcia, com os Árias e os Vedas, antes da língua escrita mas já com tradição oral e vai avançando no tempo contando e mostrando a evolução dos impérios da Índia como resultado de trocas culturais, misturas e sínteses: os invasores, os comerciantes, as dinastias, os grandes reis, as religiões, etc. Fabuloso. Estive a vê-lo hoje.
Uma das coisas que percebemos, para além da antiguidade daquela cultura é o modo como ela se inventa e reinventa a partir da sabedoria dos seus ilustres antepassados: Chandragupta, Buda, Kanishka, etc.
Fiquei ainda com mais vontade de lá ir. Ficamos com a sensação que todas as culturas são uma. Divide-as o sítio e o clima que as molda, une-as os ânseios e aspirações que são os mesmos, por todo o lado. O poder e a riqueza corrompe-as, o conhecimento, a liberdade e a consciência eleva-as e enriquece-as. Ficamos com uma impressão de universalidade mal compreendida pelos líderes e todos aqueles que na sua intolerância destroem em vez de construir.
Ora aqui está a razão de se terem fechado escolas, enchido as turmas de alunos e os professores de turmas: para dispensar 30.000, ou mais, professores. É a aposta na educação, o investimento na escola de qualidade...
Isabel Alçada é irmã da Lurdes Rodrigues e da família do Lemos, Pedroso, Ventura, Sócrates e quejandos.
Belo serviço estão a prestar ao país, sim senhor..
Manhattan cocktail.
Tipo : Cocktail Alcoólico
Porções :1
75 ml Bourbon ou rye whiskey
25 ml vermute doce
cubos de gelo à gosto
2 cerejas falsas
Não se pode ver filmes de terror à noite. Sobretudo com este calor.
La Beauté
Je suis belle, ô mortels! comme un rêve de pierre,
Et mon sein, où chacun s'est meurtri tour à tour,
Est fait pour inspirer au poète un amour
Eternel et muet ainsi que la matière.
Je trône dans l'azur comme un sphinx incompris;
J'unis un coeur de neige à la blancheur des cygnes;
Je hais le mouvement qui déplace les lignes,
Et jamais je ne pleure et jamais je ne ris.
Les poètes, devant mes grandes attitudes,
Que j'ai l'air d'emprunter aux plus fiers monuments,
Consumeront leurs jours en d'austères études;
Car j'ai, pour fasciner ces dociles amants,
De purs miroirs qui font toutes choses plus belles:
Mes yeux, mes larges yeux aux clartés éternelles!
Charles Baudelaire
Saudade é esse sentimento provocado pela ausência que gera uma falta que parece que se sente mais em português que noutra língua qualquer.
Estamos a dois dias de começar o ano lectivo e os tipos dos sindicatos já andam numa azáfama a ver se aparecem nos jornais, numa encenação bafienta a fazer o papel do costume para parecer que ainda são muito importantes. Os movimentos sindicalistas estão em decadência porque a própria democracia, na sua vertente de fomentadora da mobilidade social e da igualdade de oportunidades está em franca decadência. Neste momento a prestação dos sindicatos é muito mais perniciosa que benéfica porque funciona como um dique que não deixa que as águas transbordem até incomodar. Na verdade, têm servido mais o poder que os trabalhadores. Ora, uma vez que o poder tem prestado péssimo serviço à educação, os sindicatos, na sua subserviência ao poder, têm prestado um péssimo serviço à educação: desmobilizam, confundem em manobras de diversão...
Só num cego já é que não reconhece os padrões da sua actuação:
1º acto, Setembro, queixas e ameaças ao ministério, graxa aos professores;
2º acto, fevereiro e março, reuniões com muitas conferências de imprensa de auto-elogio e sobrevalorização da sua actuação;
3º acto, Maio, Junho; assinatura de acordo(s) com consequente desmobilização dos professores e elogios à sensatez da tutela.
Julho e Agosto, intervalo para férias...
Há muito que deixei de ligar à antestreia. Os personagens e falas são sempre os mesmos. Já cansa.
Para quê mais estradas no interior? Não há lá escolas, não há lá hospitais, centros de saúde, farmácias, qualquer dia não há correios, depois serão as empresas de comunicação que não estão para estender as linhas até sítios longuíquos e moribundos...para quê, mais estradas? A não ser que andemos todos a pagar para que os amigos se desloquem mais depressa entre as suas coutadas e a capital...
E o homem tem o descaramento de falar em atenuar desigualdades quando foi o maior criador de desigualdades dos últimos 30 anos!
Ontem li um artigo no Washington Post sobre as razões que poderiam explicar que a Alemanha tivesse aguentado tão bem a crise estando já a crescer enquanto os EUA estão ainda em grandes dificuldades. O autor do artigo comparava os dois modelos, o da Alemanha, que defendeu um curto endividamento e o equilíbrio das contas públicas e o dos EUA que defendeu um grande endividamento para alimentar a retoma. O indíviduo concluia que há dois factores que estão na base da vitalidade e resistência das economias, nomeadamente em tempos de crise: o primeiro é fazerem reformas sustentáveis (apostam na educação, na disciplina das finanças, no emprego sustentado) a pensar, não nos próximos dois anos, mas nos próximos dez a vinte anos e, em segundo lugar, terem governantes esclarecidos e determinados - destes dependem aquelas reformas. O autor concluia que os EUA tinham estado demasiado tempo entre os que só vêem os próximos dois anos e que estavam a lutar por sair do grupo desses países para entrar no grupo dos outros, como a Alemanha.
Dei por mim a pensar que por cá não temos, nem uma coisa nem outra: nem reformas e medidas a pensar nos próximos dez ou vinte anos (é tudo com horizontes de dois ou três anos, sempre até às próximas eleições) nem governantes esclarecidos. Não admira que andemos sempre mais ou menos com a corda na garganta a construir caminhos que levam a lado nenhum.
Não percebo porque é que se decidem sanções a países por motivos económicos e bélicos e depois se reduz a luta contra a tortura incentivada pelo estado a umas manifestações e queixas. Pedidos, de 'por favor e obséquio tenha piedade dessa mulher e deixe-a viver, ou pelo menos, não a mate com grau maior de crueldade'.
Obriguei-me a ver um vídeo desses passado pela tv espanhola. Uma rapariga e um homem, embrulhados num pano branco e atados (para os cobardes -todos homens- que os matam não terem de ver as caras deles); abrem duas covas verticais com pás e enterram-nos até ao peito; depois, agarram em pedras, e matam-nos lentamente. O Juíz é o primeiro a atirar a pedra, depois os do tribunal e depois os outros. Aos poucos os panos brancos enchem-se de sangue com as pedras a atingi-los nas cabeças. Os homens não param de apedrejar. A agonia é lenta e cruel.
Tudo em nome da religião. Povos inteiros a serem educados -elas também- na selvejaria e na crueldade, no homicídio, na violação, no aplauso da escravatura. E depois o mundo faz o quê? Organiza manifestações? Ou diz que é tudo uma questão de cultura? Que hipocrisia!
Na blogosfera portuguesa há sites de homens, alguns que passam por ser intelectuais e gente culta deste país e que aparecem a comentar na televisão estas coisas com indignação mas que têm nos seus blogs, quase diariamente, fotografias de mulheres despidas em poses lascivas ou da Playboy numa evidente coisificação das mulheres como instrumentos de exploração sexual. E com piadinhas estúpidas e tudo.
Eu não sou uma pessoa púdica ou sequer contra a venda de pornografia (de adultos para adultos). Agora, não tentem chamar arte à pornografia, só para poderem consumi-la e ficarem de bem com a consciênciazinha burguesa de tipos civilizados. Se querem consumir pornografia, pois consumam-na, mas assumam que são gajos que alimentam a pornografia. A pornografia, que não é arte, assim como esta crueldade selvática que fazem a estas mulheres não é cultura nem religião, alimenta o universo da droga, do tráfico e exploração de mulheres e o crime em geral. Assim como o que se passa nos países do Islão alimenta o crime, a escravatura, a tortura e os instintos mais baixos que o homem tem. Não lhe chamem cultura.
Representante da Santa Sé critica decisão do Governo francês de expulsar os ciganos romenos do país.
Ora aqui está uma oportunidade da Santa Sé fazer exemplo do seu espírito cristão: com um palácio tão grande e jardins ainda maiores pode perfeitamente acolher essas famílias de ciganos, chamados, muito a propósito, romi.
Jian Chong Min
Tirado do blog do Umbigo (http://educar.wordpress.com/)
(...)
Qual a primeira constatação? Analisando a evolução da despesa do sector da Educação entre 2005 e 2010 para os primeiros sete meses do ano, a mais óbvia conclusão é que 2009 foi ano de eleições e que, mesmo sem qualquer impacto da progressão dos docentes que na prática ainda estavam então congelados, a despesa aumentou mais de 10% em relação a 2008. Ora, com avaliação, progressões e todos esses desmandos, de 2009 para 2010, o aumento da despesa foi de apenas 7%
Não vamos estar a iludir a malta. O efeito eleitoral produziu mais aumento da despesa do que a progressão salarial dos docentes em função da sua avaliação e mudança de escalão de uns milhares.
(...)
A directora do Agrupamento de Escolas de Constância afirmou à Agência Lusa que são cerca de 100 os alunos, auxiliares de acção educativa e professores que "estão retidos" na freguesia de Santa Margarida, na margem sul, "sem ponte para atravessar, sem saber como e quando surgem soluções e sem condições de segurança que permitam pensar em atravessar o rio Tejo durante o Inverno", para poder aceder à escola sede.
A ponte de duplo tabuleiro, que liga os concelhos de Constância e Vila Nova da Barquinha por rodovia e ferrovia, foi encerrada a todo o tráfego rodoviário a 20 de Julho na sequência de uma inspecção realizada pela Refer.
A Refer detectou "riscos de segurança associados à degradação estrutural por falta de adequadas intervenções de manutenção", o que originou um corte ao meio do concelho, que vê as suas freguesias separadas pelo rio.
Contactado pela Lusa, o Ministério das Obras Públicas informou que está a acompanhar a situação, mantendo reuniões para encontrar "soluções" com as duas autarquias envolvidas (Constância e Vila Nova da Barquinha), a Estradas de Portugal e a Refer, proprietária da infra-estrutura.
...pontes, escolas, palácios, igrejas, monumentos...mas cheio de estádios de futebol novinhos em folha... O ministério das Obras Públicas bem podia chamar-se das Obras estúpidas...
Janet Ternoff
Janet Ternoff
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